A Obesidade Infantil é uma realidade em Portugal quais são as medidas que deveriam ser aplicadas para combater este problema?
Um dos desafios fundamentais das novas gerações é a adopção de hábitos saudáveis. Nesse dominio, há duas matérias às quais é central prestar atenção: 1. Os planos alimentares dos jovens em especial os planos alimentares das escolas. 2. A promoção de estilos de vida saudável, através designadamente da aposta no desporto escolar. Por outro lado, é importante também que se criem na escola espaços para a educação alimentar dos jovens.
Uma das tuas bandeiras desde que chegaste a Presidente da CPN-JSD tem sido a Porta 65.
Sinto eu e sentem muitos jovens que continua a ser uma politica importante mas com valores desajustados à realidade das várias cidades.
Achas que é possível tonar realistica esta politica? Que tens tu sentido enquanto deputado à AR?
Sendo os jovens portugueses os que mais tarde saem de casa dos seus pais, é central instituir-se em Portugal politicas de apoio e incentivo efectivo ao arrendamento jovem. O Porta 65 parece-me ser um programa que nasceu torto e nem tarde se endireitará, por muito que o PS e o Governo tentem fazer-nos acreditar do contrário. A prova disso é que desde a aprovação do referido regime cerca de 25000 jovens ficaram fora do sistema de incentivos.
Quais os maiores desafios que encontras para a JSD nos próximos tempos?
Quem deve definir os desafios da JSD em cada momento é a geração que a lidera em cada momento. Do meu ponto de vista a JSD deve continuar a trabalhar junto dos jovens, com a preocupação de continuar a interpretar os seus anseios, ambições e desafios. Por outro lado, a JSD tem dois desafios adicionais: 1. Apostar no incentivo e promoção da participação cívica e politica dos jovens, (em especial, os menores de 18 anos). 2. Contribuir para que o PSD se afirme como uma alternativa de governo reformista da sociedade portuguesa, que tenha como prioridade central da sua acção a defesa dos jovens e dos seus desafios.
Qual é o conselho que dás a um jovem que quer entrar no mundo da Politica?
Que se prepare para prestar um contributo sério, responsável e consistente à causa pública, que lute com determinação pelas suas convicções e que se mantenha fiel a uma conduta pautada por valores éticos, altruístas e solidários.
Hoje (30/08/2010) afirmou, e de facto, que muitos portugueses vão para o estrangeiro, tentar encontrar "El dourado". Pelo contrário nasci e estudei em frança, vinha na expectativa de melhorar, num país que em aspecto é melhor. A minha questão é a seguinte: Como é que Portugal pode incentivar a vinda dos jovens europeus, jovens do mundo, a estudar em Portugal? Quais as áreas importantes para aumentar esta imigração de jovens qualificados?
Portugal apenas poderá aspirar a atrair jovens estangeiros a estudar ou trabalhar em Portugal se for capaz de se afirmar junto dos parceiros (concorrentes) europeus pela diferença. Se for capaz de mostrar que é capaz de se diferenciar e se afirmar como uma mais valia para os jovens. As areas em que devemos apostar são claramente aquelas criam inovação e conhecimento, pois apesar de não termos tradicionalemente apostado nessas áreas, é sob esses pilares que devemos construir o crescimento e a competitividade da nossa economia.
Que se pode dar à JSD que ela precise e ainda não tenha?
Pode sempre dar-se mais e nunca em momento algum devemos considerar que tudo está conquistado... Julgo que como prioridade, neste momento, deve a JSD assumir a representação dos estudantes do secundário e do ensino superior e a contribuição para a formação civica e politica dos jovens. Nesse contexto lançamos um programa de formação sub-18 que tem o propósito de contribuir nas escolas secundárias para a formação e consciencialização civica e politica dos mais jovens. Esta é uma missão que a JSD não deve de modo algum deixar de assumir como prioridade.
a procura de novas soluções para os problemas do país passa pela renovação geracional dos actores politicos?
Passa sem dúvida pela renovação de atitudes e de formas de estar. A renovação faz-se não só pela mudança de protagonistas mas,como referi, pela mudança de abordagens dos problemas e dos desafios que o país enfrenta. O que não podemos aceitar é que os actuais responsáveis politicos hipotequem o nosso futuro sem que participemos na construção das referidas soluções. Por outro lado, não podemos aceitar que a actual geração de politicos olhe para a nossa geração com paternalismo. É bom relembrar que a maioria dos actuais quadros politicos iniciou funções de responsabilidade (até governativas) com menos de 30 anos, pelo que devemos interrogar-nos porque razão por vezes ouvimos tantas vezes dizer que a nossa geração não está em condições de assumir responsabilidades e em simultâneo ouvimos dizer que somos a mais bem preparada geração de sempre?
Se "construir Portugal" está na vontade e vigor de cada jovem, qual deve ser o papel dos núcleos locais da JSD?
Os núcleos locais da JSD representam um papel importantissimo na acção politica da JSD, na medida em que são o elemento de contacto mais próximo entre a estrutura e os jovens portugueses. Assim, os núcleos locais devem desempenhar a função de, por um lado, representar os mais imediatos anseios dos jovens e, por outro, de transmitirem aos jovens aquelas que são as posições da JSD nas mais diversas matérias.
Considera que os jovens de hoje são realmente capazes de dar um novo rumo a Portugal?
Os jovens são a esperança para a efectivação das transformações que Portugal reclama e necessita. Os jovens tem sido ao longo da história os responsáveis pelas grandes transformações na sociedade portuguesa. Portugal necesita de uma profunda alteração de paradigma na abordagem dos reais problemas do pais, e essa alteração terá forçosamente de ser imposta e liderada pela juventude portuguesa.
de que forma podemos incentivar os jovens de modo a que estes tenham uma maior intervenção da vida cívica e politica do país?
Os jovens precisam de sentir que olhamos para as novas gerações não com paternalismo, mas com esperança. Não com desconfiança mas como um activo sério para a construção de um futuro em que acreditamos. Por outro lado, os jovens tem de sentir que a sua intervenção tem consequência, ou seja, que as suas posições são respeitadas e tidas em conta. É central também que se sintam representados na acção política. Isso implica, não só uma renovação geracional dos quadros politicos, mas fundamentalmente exige uma renovação de discurso e de prioridades que se mostrem adequadas e conformes aquelas que são as prioridades, anseios e ambições da juventude portuguesa.
Que propostas, os deputados da JSD, apresentaram durante último ano legislativo na Assembleia de República? E dessas, quais foram aprovadas?
Os deputados da JSD formularam dezenas de perguntas e assinaram varios requerimentos dirigidos a membros do governo, assinaram algumas propostas de lei e apresentaram várias resoluções. Como medida ilustrativa realçava as relativas à habitação jovem que tiveram como consequência imediata o ajustamento de algumas regras do regime do porta 65.
Senhor Deputado Pedro Rodrigues que papel, podem ter os alunos da UV, na vida politica futura do partido e mais importante, na vida politica do país?
Os alunos da universidade de verão, como quadros politicos conscientes e informados, tem uma especial responsabilidade no envolvimento e no comprometimento com a causa pública. Para tal, devem demonstrar disponibilidade, quer no âmbito da JSD ou do PSD, ou através da participação em movimentos cívicos, associações, para colaborarem de acordo com o seu quadro de convicções e de valores. É importante ter em consideração que a participação cívica e politica não se esgota, de todo, na intervenção partidária, pelo que o envolvimento em causas cívicas e associativas se demonstra igualmente importante no quadro do comprometimento das novas gerações com o futuro do país.
Na minha opinião - e em conversa dentro do Grupo Cinzento chegámos à conclusão que somos vários os que assim já reflectiram -, os jovens têm dificuldade em ser empreendedores. Essa preocupação já foi à mesa na Maia e a Câmara Municipal criou um programa de incentivo ao empreendorismo nas escolas básicas. Será uma intervenção prolongada - serão necessários anos - nas camadas jovens (a tempo de, quando saírem do ensino secundário ou do ensino superior, estarem preparados para singrar novas ideias) a estender urgentemente a todo o país.
Há na JSD alguma actividade a promover esta necessidade de impacto social (sentido de realização, emprego,...) e económica (produtividade, competitividade,...)?
Não havendo algo em concreto, fica aqui o mote.
Obrigado Madalena pela tua sugestão. A JSD está a desenvolver um wokshop sobre desemprego e empreendedorismo que apresentaremos a partir deste ano lectivo nas várias instituições do ensino superior, com o objectivo de estimular o espirito empreendedor dos jovens, por um lado, e fornecer aos jovens ferramentas para procurarem emprego. Temos também já preparado e daremos entrada na Assembleia da República, de um projecto de lei que tem como objectivo introduzir nos curriculuns do ensino básico e secundário conteúdos que formem e estimulem os jovens para o empreendedorismo. Que eduquem para o risco e deem aos jovens a noção de que a competetividade da nossa economia depende também da sua própria iniciativa.
Porque é que o PSD é uma alternativa para os jovens que acreditam na social democracia mas não têm esperança na política em Portugal?
O PSD deve acreditar na juventude e olhar para as novas gerações com esperança para a construção de alternativas de ruptura que a sociedade portuguesa exige. Ao contrário do PSD o PS encara as novas gerações com enorme paternalismo. Demonstra-se indiferente aos seus anseios e às suas ambições, pelo que o PSD é a única alternativa de poder em Portugal em que os jovens podem depositar esperança e confiança. Aliás, importa referir que as grandes conquistas da juventude foram alcançadas em governos liderados pelo PSD. O IAJ, a rede nacional de pousadas de juventudes, o cartão jovem entre outras. Mas esse facto atribui ao PSD responsabilidades acrescidas, na forma como encara os desafios dos jovens. Na forma como adapta o seu discurso, a sua agenda, as suas prioridades às pretensões, ambições e anseios das novas gerações.
No Programa sub-18 a formação é feita por 2 ou pode ser dada por apenas um elemento?
Saudações Sociais Democratas
O programa pode ser feito apenas por uma pessoa, mas convenhamos que ajuda à interactividade do exercício, que é fundamental para o sucesso da iniciativa, a realização do mesmo por 2 pessoas.
tendo em consideração a crónica diminuição da população jovem no nosso pais, como é que vê o papel da nossa juventude partidária neste nosso contexto?
O problema da diminuição da população jovem acarreta, desde logo, que os assuntos relacionados com a juventude percam importância relativa na agenda e no discurso dos agentes politicos, na medida em que estes procuram cativar a maioria da população dando importância aos assuntos que mais motivam e mobilizam a faixa etária que mais vota. Nesse sentido, a JSD deve assumir um especial papel de representação dos jovens e deve bater-se de forma especial pelos anseios,ambições e desafios dos jovens portugueses, contribuindo assim para que os assuntos relacionados com os jovens portugueses estejam centrados na agenda politica-mediatica.
Pedro, estamos a 3 dias do final da Universidade de Verão, que conselho útil me darias, para além de trabalho afincado, e muito empenho ?
Obrigada,
O mais importante parece-me ser aproveitares o espirito único de solidariedade, de amizade e companheirismo que já percebeste, é caracteristico da familia Universidade de Verão.
É preocupante os indices de desemprego no sector jovens do população (20-30)anos, no entretanto que opinião possui sobre o desemprego do sector de idades 40 - 60 anos que também tem aumento devido ás inerentes dificuldades de emprego com o aumento de idade?
O desemprego é em independentemente da geração que afecta um verdadeiro flagelo social, sendo particularmente preocupante nos jovens porque dificulta e atrasa a possibilidade de emancipação dos jovens e dos mais velhos, na medida em que como referes e, bem, com o aumento da idade a dificuldade de encontrar alternativas de emprego é cada vez maior. Ora, tal facto aumenta os niveis de frustração social dos portugueses,diminui a esperança e a capacidade de acreditar em Portugal.
ha deficit de formação idiologica e politica na juventude portuguesa?
Nunca devemos estar satisfeitos com o índice de formação politica e ideológica dos jovens portugueses. Nesse sentido, a JSD entende que é central desenvolver e assumir responsabilidades nesse contexto e, por isso, estamos a desenvolver o programa de formação sub-18. Um programa que tem o propósito de estimular os jovens a participarem na actividade politica e civica e de contribuir para a formação cívica das novas gerações. Consideramos que desta forma estamos a contribuir para que tenhamos no futuro cidadãos mais bem informados e civicamente conscientes.
Como Presidente da JSD considera que as actuais iniciativas do PSD/JSD são suficientes para chegar à totalidade dos jovens portugueses?
Nunca aquilo que fazemos e desenvolvemos é suficiente. O conformismo não pode de modo algum ser uma caracteristica da nossa geração. É central que jamais nos deixemos conformar com o que de em cada momento estamos a desenvolver. Em todo o caso,julgo que nos últimos anos temos sabido e conseguido interpretar os anseios da juventude portuguesa e, como tal, temos conseguido uma aproximação muito efectiva com a juventude portuguesa. Temos estado junto dos jovens na luta por aquelas que são as suas prioridades. Seja no quadro parlamentar, seja nas escolas, nas universidades, seja nas empresas. E, esse trabalho é central. Não só porque as eleições se vencem se conquistarmos a confiança dos jovens, mas também, porque as reais e profundas mudanças estruturais que o país necessita só se realizarão com o apoio e empenho dos jovens.
Que caracteristicas são fundamentais para um deputado?
No mandato de um deputado destacava a transparência que deve primar o modo do seu exercício, bem como o comprometimento com a causa pública. Aliás, o contrato eleitoral que os deputados da JSD assinaram - antes da eleição -reflectem bem a mudança de paradigma que advogamos para o exercício de cargos públicos. Exemplos tão simples como a divulgação da agenda do deputado, a ida obrigatória a uma instituição de ensino, utilização das redes sociais e a publicitação do trabalho realizado são algumas das formas que encontrámos para credibilizar a actividade política.
os jovens são verdadeiramente respeitados e defendidos na AR?
Nesta legislatura, ao contrário da anterior, os jovens encontram-se fortemente representados na AR, o que significa uma garantia adicional de que os anseios e ambições da nossa geração serão defendidos no quadro parlamentar. Como exemplo, posso referir-te que na passada sessão legislativa o Parlamento aprovou, por iniciativa dos deputados jovens uma Resolução que coloca um conjunto de obrigações ao governo em matéria de arrendamento jovem, que representam um acréscimo de condições para os jovens que pretendem aceder ao mercado de arrendamento. E isso foi possível justamente por existir, (nos diversos grupos parlamentares), um largo grupo de jovens deputados muito comprometidos com as causas das novas gerações.
Um dos princípios fundadores à ideologia social democrata consiste em perseguir o principio do pleno emprego. Pensa que neste Século, tendo por base o desenvolvimento científico e tecnológico constante da sociedade de informação, será possível manter este desígnio ou considera que será inevitável à sociedade do Séc. XXI conviver com taxas de desemprego elevadas e constantes?
Não podemos de modo algum resignar-nos à realidade que temos vivido de altas taxas de desemprego em, especial, a taxa de desemprego jovem. De resto, não considero que seja uma fatalidade essa realidade. Penso, em todo o caso, que as actuais taxas de desemprego são fruto de uma conjuntura economica e financeira dificil. Todavia, não podemos ignorar também que hoje a concorrência é enormissima e as exigências do mercado de trabalho e da economia global são elevadissima, pelo que os jovens tem também de se preparar de acordo com essas novas exigências.
Face à preocupação em volta do desemprego jovem referindo no discurso excelso de abertura, não seria de pensar e lutar pela redução de vagas dos cursos superiores - ou mesmo encerramento provisório - a fim de acentar forças na empregabilidade e na criação de condições estáveis do 1ºemprego ?
Não considero que medidas como as que apresentas representem a abordagem mais aceitável para o problema gravissimo do desemprego e da desadequação entre a oferta do ensino superior e procura do mercado de trabalho. Na verdade, julgo que os jovens devem ter a liberdade de escolher a formação que entendem. Devem poder determinar o seu percurso formativo e profisional de acordo com as suas expectativas e seus projectos de vida. Todavia, o Estado tem a obrigação de fornecer aos jovens dados fiáveis e crediveis relativamente aos niveis de empregabilidade de cada um dos cursos e de cada uma das instituições. Ou seja, o jovem deve poder escolher o seu curso mas deve ter ao seu dispor toda a informação para tomar uma decisao consciente em função da evolução dos indices de empregabilidade. O que é inaceitável é que os jovens no momento em que escolhem o percurso que seguem, não diporem de informação a esse nível. E essa responsabilidade de informar os jovens incumbe exclusivamente ao Estado, que do meu ponto de vista não o está a desempenhar convenientemente.
Quais as propostas do lider da jsd, no sentido de combates ao maior problema que afecta os jovens de Portugal, que é o desemprego Jovem?
Não acredito na promoção do emprego através do aumento da oferta pública. Do meu ponto de vista é fundamental neste dominio, por um lado, fomentar os apoios e incentivos ao empreendedorismo jovem de modo a potenciar a criação do próprio emprego por parte dos jovens, e por outro lado, criar estimulos fiscais ao invenstimento que possa promover a criação de emprego. Por outro lado, julgo que é central reflectir sobre a legislação laboral, cuja rigidez é um obstáculo ao acesso ao mercado de trabalho por parte dos jovens.
Qual foi a sua bandeira pela qual mais lutou no parlamento?
Na última sessão legisativa as duas questões que mais me mobilizaram, do ponto de vista legislativo, relacionaram-se com o arrendamento jovem e com o Estatuto do Aluno. Todavia, do ponto de vista politico empenhei-me fortemente na denuncia do problema relacionado com o desemprego jovem e com a falta de rigor, de exigência e de qualidade do sistema de educação.
Qual a tua opinião sobre os estágios profissionais?
Julgo que os estágios profissionais podem ser instrumentos importantes para a aproximação dos jovens ao mercado de trabalho e para o enriquecimento do percurso profissional e formativo do jovem, na medida em que permite um primeiro contacto com a vida profissional. Todavia, de modo algum são um instrumento adequado para o combate directo ao desemprego, já que no final do período de estágio o jovem poderá, (e em muitas circunstâncias volta) à situação de desempregado. Aliás, o governo tem de forma abusiva retirado das estatisticas do desemprego os jovens que se encontram em estágio profissional de forma a mascarar os reais números do desemprego.
Qual acha que será a maior motivação que os jovens deverão ter neste interesse pela política, visível na UV, uma vez que nos encontramos em crise e em que os políticos são constantemente descredibilizados ?
Julgo que neste momento há inumeras razões que justificam não só o envolvimento dos jovens na causa politica, mas também o entusiasmo e a enorme motivação dos jovens pela politica. Desde logo, o flagelo do desemprego que afecta os jovens, mas também a enorme factura que a actual geração está a deixar para a nossa geração por opções erradas de governação. A nossa geração tem necessariamente de intervir civica e politicamente e revoltar-se contra o actual estado de coisas e apenas será possivel reagir se intervir politicamente.
Pedro, perante a descrença e desinteresse dos jovens na politica.Que alternativas tem e que pretende promover a JSD para cativar e incentivar os jovens ao combate politico?
Julgo que devemos continuar a trilhar o rumo que definimos e temos realizado nos últimos 3 anos, ou seja, mantermo-nos fieis à defesa das prioridades dos jovens e comprometidos com os seus desafios. Os jovens sentem-se cativados e incentivados pela liderança do exemplo. Motivam-se se acreditarem e se sentirem mobilizados por quem os representa e se considerarem que o discurso politico é adequado às suas realidades. Uma das razões principais para o afastamento dos jovens da politica tem a ver com o facto de se sentir que os politicos não falam a linguagem dos jovens, nem partilham das suas prioridades. Ora, essa tendencia deve continuar a ser contrariada pela JSD.
Hoje em dia ainda não temos muitos jovens em ocupar lugares de direcção politica (ex.: deputados, autarcas...) onde possam demonstrar e aplicar todo o seu conhecimento (ainda "fresco" fruto de uma formação recente). O que pergunto é, se faz sentido aplicar quotas, a semelhança das quotas para mulheres?
Eu sou tendencialmente contra a introdução de qualquer especie de quotas. E, confesso que a experiência que tenho leva-me a crer que a sub-representação da juventude é também responsabilidade dos jovens e das estruturas representativas da juventude. Ou seja, na larga maioria das ocasiões se os jovens não tem representatividade nos órgãos de soberania é porque não são, em dado momento,demonstrar às estruturas partidárias a sua efectiva mais valia politica e eleitoral. A história demonstra que sempre que a JSD demonstra essa mais valia os jovens tem representatividade nos órgãos de decisão politica. O que não me parece aceitavel é a ideia de que os jovens devem ser deputados ou vereadores só porque são da JSD. Rejeito e combato totalmente esta ideia. Mas repara que actualmente há um número considerável de representantes jovens quer no parlamento, quer em camaras municipais, o que nos enche de orgulho, mas simultaneamente aumenta a nossa responsabilidade no desenvolvimento do nosso trabalho. Em suma, julgo que o essencial é termos permanentemente presente que sempre que assumimos as nossas responsabilidades e nos assumimos como mais valia, o nosso esforço e empenho é reconhecido.
É uma pergunta que me inquieta há algum tempo e que quer perceber um certo paradoxo entre o discurso político-partidário que por um lado discorre sobre a necessidade de abertura e permeabilidade à sociedade civil, mas que por outro, com a crescente importância da militância jovem para os partidos-núcleo, se fecha e aposta mais na profissionalização da política e dos políticos. Não será esta profissionalização entendida pela população em geral como o embrião de um ainda maior distanciamento entre quem governa e é governado, como uma valorização dos "amiguismos" e conveniências pessoais, dado que cada vez mais quem ocupa lugares de assessoria e cargos políticos nunca exerceu qualquer outra actividade?
Eu julgo que nessa matéria devemos ter uma posição equilibada. Ou seja, devemos ter presente que a abertura à sociedade civil é importantissima, mas os partidos não vivem também sem pessoas que trabalhem profissionalmente na politica. Concerteza que devemos combater em qualquer caso, o amiguismo e a promoção de pessoas sem competência para o exercício de cargos politico e partidários,que apenas desprestigiam a actividade politica e partidária, mas não nos devemos deixar envolver no discurso politicamente correcto que vai no sentido de degradar a imagem e credibilidade da politica e dos politicos.
A polémica do exame de acesso ao estágio da Ordem dos Advogados é sem dúvida uma questão distinta do numerus clausus, vista no ponto de vista que explanou. Mas, noutra perspectiva, a primeira é consequência (pelo menos assim inspira) da segunda: porque há demasiados licenciados, o exame de acesso surge para filtrar. Ora, este ano, as vagas de acesso ao ensino de Direito aumentaram, para surpresa de todos. Como também disse na resposta anterior, isso é responsabilidade da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, que insiste em não ajustar à realidade, nem a informar a evolução dos índices de empregabilidade. (Sei que a minha primeira pergunta sobre o 1.º emprego, que começou esta linha de questões, fala em soluções radicais, mas o tom foi propositado, não fazendo jus à minha opinião, apenas para buscar a resposta que me deu.) Enfim, é dada alguma justificação para não haver essa informação - empregabilidade - ao aluno que vai ingressar no Ensino Superior, ou é mais um vácuo de indiferença típica do Governo, sem meio de alcançar uma resposta que daria algum amparo a quem não sabe o que o futuro reserva?
Eu julgo que este é mais um sinal da absoluta indiferença e irresponsabilidade com que o governo encara os problemas e os desafios dos jovens portugueses. Mas, cabe à nossa geração revoltar-se contra esta forma de estar e de encarar os nossos desafios enquanto geração, exigindo outra atitude por parte de quem governa.
Estando os Jovens afastados da política e o conflito inter-geracional uma realidade, que papel podem os jovens portugueses esperar de JSD?
Eu julgo que caso não se verifique uma alteração estrutura das opções politicas que tem orientado as politicas socialistas o conflito inter-geracional constituirá um problema gravissimo da sociedade portuguesa. De facto, o governo tem hipotecado o nosso futuro e tomado um conjunto de opções que coloca sobre as novas gerações uma pesada factura. Neste contexto, a JSD tem um papel determinante na defesa das novas gerações, por uma lado, e na exigência de um novo pacto inter-geracional,de acordo com o qual as opções politicas das actuais gerações não ponham em causa a sustentabilidade futura do pais.
Pedro, como é a relação da CPN do JSD com a CPN do PSD? È uma tarefa fácil gerir os conflitos? Como os geres?
Enquanto Presidente da JSD trabalhei com 4 lideres do PSD, (Luis Marques Mendes, Luis Filipe Menezes Manuela Ferreira Leite e Pedro Passos Coelho). Todos eles souberam compreender em cada momento o significado da autonomia da JSD. Confesso,contudo, que houve alguns momentos de tensão, mas em todos eles tive sempre em consideração acima de tudo o interesse dos jovens portugueses, depois o da JSD e só depois os do PSD. Liderar a JSD significa ter sempre presente essa hierarquia de interesses e ser-lhe profundamente fiel, independentemente dos conflitos que surjam com os lideres ou direcções do PSD, e das dificuldades e desconfortos inerentes a esses conflitos.
Qual a posição oficoial da JSD relativamente a alguns temas fraturantes, como por exemplo a liberalização das "drogas leves", a legalização da prostituição, aborto, etc.?
Em primeiro lugar, importa salientar que para a JSD os principais problemas que afectam a juventude portuguesa não são definitivamente as questões fracturantes, mas sim temas como o Emprego, a Habitação, o Ensino Superior, entre muito outros. E esta ressalva é importante porque é a nossa marca distintiva em relação a outras juventudes partidárias cuja actividade política se circunscreve a fait-divers mediáticos. A JS tem aproveitado esses referidos temas nos últimos anos, para tentar iludir os jovens portugueses face à incapacidade do Governo para enfrentar os problemas dos jovens. Não obstante, a JSD ao longo dos anos tem reflectido sobre algumas questões mais mediáticas, tendo também tomado posição. Sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez sustentámos que a decisão caberia à consciência individual de cada um, não obstante alguns dirigentes da JSD terem tomado posição, como foi o caso de Pedro Pinto – antigo presidente da JSD, que na década de 80 o fez enquanto deputado. Relativamente à liberalização das drogas, no último Congresso Nacional da JSD tomámos posição favorável a uma alteração de paradigma: acreditamos que a legalização das drogas leves conduzirá à separação dos mercados, de drogas leves e duras, e que isso trará vantagens relativamente à actual situação. Por fim, quanto à legalização da prostituição, também aqui, a nossa Moção de Estratégia Global vai no sentido de uma alteração legal, que deixe de ser hipócrita face à triste realidade em que mergulham – maioritariamente – as mulheres. Por uma questão de saúde pública, centrada na dignidade da pessoa humana, somos a favor da legalização da prostituição.
É para mim extremamente dificil identificar algo em particular de que sentirei falta na JOTA. Estou na JSD há 15 anos. Passei, portanto, metade da minha vida na JSD, e vivi os mais marcantes e importantes momentos da minha vida. Aprendi muitissimo nesta estrutura e fiz muitissimos amigos na JOTA. Mas seguramente sentirei, muito em particular, a falta do contacto e do convivio com os militantes de norte a sul do país e das regiões autónomas, que muito me enriqueceram.
Coloquei por escrito mas para registo fica aqui também.
Sendo que devido ao limite de idade imposto estás em fim de ciclo na JSD (Infelizmente). O que achas que vais sentir mais falta nas vivências da JSD?
É para mim extremamente dificil identificar algo em particular de que sentirei falta na JOTA. Estou na JSD há 15 anos. Passei, portanto, metade da minha vida na JSD, e vivi os mais marcantes e importantes momentos da minha vida. Aprendi muitissimo nesta estrutura e fiz muitissimos amigos na JOTA. Mas seguramente sentirei, muito em particular, a falta do contacto e do convivio com os militantes de norte a sul do país e das regiões autónomas, que muito me enriqueceram.
Qual a situação/vivência/desafio mais marcante que viveu como Presidente da JSD?
É extremamente dificil, face a tantos desafios que fui enfrentando ao longo dos últimos 4 anos como Presidente da JSD, eleger o mais marcante. Contudo, os dois desafios que vivi e que mais me orgulham no exericio dos meus mandatos foi, por um lado, o projecto de formação sub-18, e a recuperação da credibilidade politico-mediátiaca da JSD ao longo deste periodo.
Que medidas advogas para fomentar o empreendedorismo e iniciativa juvenis no campo da formação de empresas?
É essencial que se proceda à simplificação e desburocratização do processo de constituição de empresas, que é sem dúvida um obstáculo ao empreendedorismo jovem. Mas, em todo o caso, o apoio ao empreendedorismo jovem implica, do meu ponto de vista, a adopção de um conjunto de outros estímulos. Desde logo, é essencial que os programas de apoio ao investimento estejam disponiveis também a "start ups", sobretudo as detidas por jovens, e por outro lado, que as empresas cujo capital seja maioritariamente detido por jovens com idade inferior a 30 anos beneficiem de majorações fiscais como forma de estimular o empreendedorismo.
Tendo em conta a problemática nacional do desemprego entre os licenciados e os recém licenciados e sabendo que Portugal está a deitar por terra a competitividade e a produtividade da sua economia, a (castrar) o empreendedorismo nos jovens e a promover o possível aumento das taxas do abono escolar, porque os estudantes não vêm utilidade no seu esforço, que medidas a JSD propõe para fazer frente/face a este desperdício de investimento na educação e sobreaproveitamento de recursos humanos altamente especializados?
É determinante assumir a educação como uma aposta estratégica do país e como condição basilar para o aumento da competitividade da nossa economia. A principal razão para a falta de competitividade da nossa economia é o problema da qualificação e formação dos portugueses. De acordo com dados da OCDE em 2009, 27% da população entre os 25 e 64 anos completou o ensino secundário, enquanto a média da UE é de 71%. Da população com 25-34 anos, apenas 44% terminou o ensino secundário sendo a média da UE 81%. Mesmo para os jovens que concluem o ensino secundário, o nível e a qualidade dos conhecimentos adquiridos deixa muito a desejar, uma vez que nos últimos anos se foi progressivamente reduzindo a exigência, com o propósito de se alcançar estatísticas mais favoráveis de sucesso escolar. De acordo com os dados do inquérito de PISA, disponibilizados pela OCDE, os níveis de conhecimentos matemáticos e de literacia em Portugal registam um dos piores indicadores da OCDE. Pelo exposto, é central apostar-se seriamente na educação e na formação dos jovens portugueses.
qual é o maior desafio que tem neste momento como lider da JSD e deputado da AR em representação dos jovens sociais democratas?
Considero que no momento actual se colocam 4 desafios fundamentais: 1. A batalha pelo incremento das condições de emprego para os jovens, combatendo o emprego precário e mal pago. 2. O desemprego jovem. 3. A luta por melhores condições de acesso ao mercado de arrendamento, que permitam uma efectiva emancipação dos jovens portugueses. 4. A luta por um sistema de educação exigente, rigoroso, credivel e responsável que forneça aos jovens ferramentas para acederem ao mercado de trabalho.
Pedro alguma vez participas-te na UV? Se não e se tivesses a possibilidade de participar, qual seria a tua atitude? Que farias para marcar a diferença?
Confesso que uma das coisas que mais negativamente me marcou foi o facto de não ter tido a oportunidade de participar como aluno na UV. Mas se tivesse participado tentaria marcar a diferença, reforçando a minha atitude pautada pelo companheirismo, pelo empenho, pela amizade e pela solidariedade com os companheiros da UV.
Qual poderá ser a intervenção das autarquias na promoção do emprego jovem?
Como tive oportunidade de referir numa questão anterior não defendo que o problema do desemprego deva ser combatido através da oferta pública de emprego e, como tal, não me parece que devam as autarquias criar, em circunstâncias normais, mais emprego directo. Todavia, as autarquias poderão assumir um papel relevante neste dominio através da criação de estimulos ao investimento que potenciem a criação de emprego privado, bem como poderão potenciar a fixação de empresas no seu municipio através da utilização de instrumentos fiscais e outros, que criem emprego.
Um dos grandes problemas para os jovens licenciados no desemprego é que a área em que se formaram tem poucas ou nenhumas ofertas no mercado de trabalho. Qual é a melhor solução a adoptar para resolver esse problema? Criar mais postos de trabalho em áreas menos solicitadas ou diminuir o número de vagas no ensino superior para essas áreas?
Como tenho referido a forma mais adequada para solucionar o problema do desemprego jovem é a criação de estímulos fiscais e ao investimento, que permitam a criação de postos de trabalho pelo sector social e privado.
Caro Pedro, qual é a tua posção em relação à legalização das drogas e reforço da supervisão das mesmas, como única forma de combate ao tráfico e à adulteração dos produtos ?
Como referi numa resposta anterior, no último Congresso Nacional da JSD tomámos posição favorável a uma alteração de paradigma: acreditamos que a legalização das drogas leves conduzirá à separação dos mercados, de drogas leves e duras, e que isso trará vantagens relativamente à actual situação, que com a confusão de mercados conduz a uma proliferação do consumo de estupefacientes. Por outro lado, a legalização das drogas leves permitiria através da supervisão por parte do Estado evitar a adulteração das substâncias.
Como grande líder unificador desta juventude, gostaria de saber qual o teu posicionamento face à liberalização das drogas leves.
Aguardo resposta,
um abraço Luís Monteiro Gonçalves
Como referi numa resposta anterior, no último Congresso Nacional da JSD tomámos posição favorável a uma alteração de paradigma: acreditamos que a legalização das drogas leves conduzirá à separação dos mercados, de drogas leves e duras, e que isso trará vantagens relativamente à actual situação, que com a confusão de mercados conduz a uma proliferação do consumo de estupefacientes.
No desempenho do cargo de estado de deputado, como percepciona o contributo e a relação à acção parlamentar dos deputados mais jovens?
Como referi numa questão anterior, os jovens encontram-se fortemente representados na AR, o que significa uma garantia adicional de que os anseios e ambições da nossa geração serão defendidos no quadro parlamentar. Como exemplo, posso referir-te que na passada sessão legislativa o Parlamento aprovou, por iniciativa dos deputados jovens uma Resolução que coloca um conjunto de obrigações ao governo em matéria de arrendamento jovem, que representam um acréscimo de condições para os jovens que pretendem aceder ao mercado de arrendamento. E isso foi possível justamente por existir, (nos diversos grupos parlamentares), um largo grupo de jovens deputados muito comprometidos com as causas das novas gerações.
O que podemos fazer para dinamizar e trazer para junto de nós mais jovens numa zona em que a representatividade da Jota não é significativa?
Como já referi numa resposta a uma questão anterior a forma mais adequada e eficaz de cativarmos os jovens é liderando pelo exemplo, por um lado, e realizando um discurso politico que se adapte à realidade dos jovens, por outro. Apenas desse modo os jovens se sentirão representados pela JSD e se sentirão motivados para participarem junto a nós na vida pública e politica.
tendo em conta a essencialidade de quadros superiores para o desenvolvimento do país e saída da crise, que medidas consideras adequadas à redução do fluxo migratório de jovens licenciados para outros países?
Como já referi em questões anteriores, é essencial que o Estado estimule a economia através de instrumentos fiscais e outros de modo a que se crie um clima confiança que potencie a criação de emprego e que se desenvolvam condições para que os jovens possam desenvolver os seus projectos pessoais e profissionais em Portugal. Por outro lado, deve o Estado criar mecanismos de apoio ao empreendedorismo jovem que estimulem a criação e desenvolvimento de projectos empresariais por parte das novas gerações.
A imagem que passa muitas vezes para a opinião publica é a de que as "JOTAS" não passam de "Escolas de formação da Politica do Tacho", de jovens que pecam por um Curriculum sem relevo, que entram para os partidos e trabalham em favor dos mesmos, na busca de mais tarde serem recompensados com um qualquer cargo a nivel do poder local ou central (veja-se o exemplo que passou para a opinião publica de Rui Pedro Soares e dos seus tempos da Jota). Este exemplo, é mais um a contribuir para as pessoas pensarem que temos maus políticos e maus governantes e que as pessoas com qualidade, mais competentes e habilitadas se afastam da politica.
O que fazer para demonstrar que o exemplo acima referido será mais uma excepção à regra e que não se reflecte na maioria dos jovens que militam nas jotas?
O que é que o Pedro Rodrigues acha que a JSD pode fazer, que campanhas desenvolver no sentido de credibilizar e melhorar a imagem que as Jotas passam para a opinião publica?
Como em qualquer espécie de organização e como em qualquer sector da sociedade, nas juventudes partidárias há exemplos altamente positivos e outros que não nos podem orgulhar e não devemos assumir como exemplo. Mas certamente que a melhor forma de demonstrar que as juventudes partidárias, e em especial a JSD, representam um papel importantissimo na sociedade portuguesa, é através da acção de cada um de nós. Do comprometimento que cada um de nós deve demonstrar com a causa pública e com os anseios e desafios da nossa geração.
Pedro Rodrigues seria exiquivel numa próxima edição da UV promover a presença de um stand de livreiros especializados em política para que na sua necessidade os podessemos adquirir/comprar?
Caro José Antunes, sugeria que colocasses essa questão ao Eurodeputado Carlos Coelho nas sugestões, mas irei em qualquer caso colocar-lhe a questão para que se podere essa hipótese.
Como aproximar à participação e intervenção política os jovens menos informados e que não depositam qualquer tipo de confiança nem se reveêm na política nem nos políticos? Principalmente os alunos do ensino secundário, nível escolar no qual lhes é desperto o sentido crítico, nomeadamente através de disciplinas como a Filosofia.
Falo no meu caso em concreto, porquanto na minha escola o que da política retêm a maioria dos alunos são somente as expressões menos conseguidas, as "propostas floridas" da legalização das drogas leves e casamentos homossexuais - da esquerda mais prosélita e radical, o espírito de bem-estar ilusório vendido pelo Governo e pela sua máquina de propaganda e a quimera de viver bem, à conta do rendimento mínimo, pois é o paradigma com o qual se confrontam.
Ora os jovens "engolem" todas estas mentiras sem sequer se questionarem do seu real proveito e bem estar comum. Julgo pois premente que a JSD proponha a obrigatoriedade da disciplina de Formação Política, nos cursos do ensino secundário, para mostar a verdadeira politica aos jovens e como podem estes participar na vida cívica. Ao invés de disciplinas fúteis, barrocas, e triviais, como a Área de Projecto, seria do superior interesse dos alunos do Ensino Secundário terem uma formação na área da política. Bem como os alunos dos 2º e 3º ciclos que deverão ter na disciplina Formação Cívica espelhada esta ideia.
Esta é uma das minhas ideias para ultrapassar o problema inicialmente referido. Aguardo mais sugestões do líder da JSD, bem como de posteriores propostas políticas.
Caro João, agradeço imenso as tuas sugestões e as tuas observações. De facto, preocupa-me seriamente a forma como somos capazes de motivar e mobilizar os jovens com menos de 18 anos. Foi com essa preocupação que criamos o programa de formação sub-18, que tem o propósito de contribuir para a formação cívica e politica dos jovens. Através do programa de formação sub-18 pretendemos estar, a partir deste ano lectivo, em todas as escolas secundárias do nosso país. Por outro lado, preparamos também para este ano lectivo uma campanha de regresso às aulas, através da qual pretendemos divulgar algumas das nossas posições aos mais jovens. Estaremos durante 15 dias a percorrer as escolas secundárias do nosso pais, com o objectivo de estarmos junto dos mais jovens e fazer-lhes sentir que a JSD é a estrutura mais apta a representar os seus interesses e ambições.
Face às dificuldades financeiras por que Portugal passa, que também afectam o nosso Partido, olhando para o exemplo da Festa do Avante (com as devidas salvaguardas), que consiste na fonte de rendimentos mais relevante do Partido Comunista, e tendo ainda em consideração que temos a Festa no Pontal no Algarve e a Universidade de Verão no centro-sul do País, pergunto se não seria uma óptima ideia, quer para celebrar os intentos sociais democratas, quer para angariar os fundos que cada vez são mais fugidios, criar uma festa do Partido no populoso Norte de Portugal, seja com a organização do PSD, seja - e talvez mais lógico - com a da JSD? Antecipadamente lhe asseguro que a Maia estaria completamente ao dispor para esse evento.
Cara Madalena concordo contigo e não tenho dúvidas, porque conheço bem a capacidade empreendedora das gentes do norte, que seria um enorme sucesso. Veremos se no futuro próximo haverá oportunidade para realizar um evento dessa natureza...
Encontrado-nos num mundo extremamente competitivo, o que pode um jovem português singular fazer no sentido de contribuir para o desenvolvimento do nosso país?
Cada um dos jovens portugueses devem colocar toda a sua energia, empenho, talento e esforço ao serviço do desenvolvimento do seu pais. Devem ser positivos, ter ambição, capacidade de assumir riscos e terem espirito empreendedor.
Se um jovem chegar ao pe de ti e disser que "a pilitica não serve para nada", ou que os "politicos são todos iguais", o que lhe dirias?
As generalizações tal como areferida é altamente perniciosa e injusta. Na verdade, tal como em qualquer sector da sociedade portuguesa há bons e maus politicos. Há politicos que devemos seguir como exemplo e outros que não devemos seguir. E a ideia de que a politica não serve para nada é perigosissima, na medida em que o potencia o afastamento dos jovens da politica.
Quantos, ou que percentagem, das tuas intervenções/ produções / documentos / etc. na AR já produziram, de facto, e efeitos práticos? Podes exemplificar?
Apresentei na Assembleia variadissimos requerimentos e perguntas a membros do governo que já obtiveram resposta, (como exemplo posso referir, uma relativa à obesidade infantil). Tive também oportunidade de participar na discussão e elaboração de diversos diplomas que já se encontram em vigor, dos quais apresentar como exemplo uma resolução da assembleia da república em matéria de habitação jovem.
Visto seres o actual presidente da JSD e também Deputado na Assembleia da Republica, cargos tão apetecidos para muitos, certamente que estes lugares, além da responsabilidade, trazem muitas dificuldades a nivel pessoal.
Como é que encaras uma eventual “perseguição” feita pela imprensa, tendo em conta que esta, nem sempre transmite só a realidade, prejudicando muitas das vezes a tua imagem pessoal e politica.
Apesar do exercício do cargo de deputado e de Presidente da JSD que tenho honra em desempenhar, encaro esses fenómenos com total naturalidade, não deixando de modo algum condicionar a minha vida pessoal. Tento por isso ter uma vida pessoal totalmente normal, igual à tua ou a de qualquer outro jovem.
Qual o maior desafio que já enfrentou enquanto presidente da cpn da jsd?
Ao longo dos quase 4 anos em que tive o privilégio de ser Presidente da JSD enfrentei enormes, aliciantes e diversos desafios. Julgo que o maior desafio passou pela recuperação da credibilidade da JSD e da representação parlamentar e autárquica da JOTA. Como sabes, na última legislatura o grupo parlamentar do PSD não tinha nenhum deputado da JSD eleito. Ora, tal facto acarretava uma sub representação da juventude que nos parecia verdadeiramente inaceitável. Felizmente nas últimas eleições legislativas a JOTA elegeu 4 deputados, e contribuiu de forma muito decisiva para a renovação da bancada do PSD. Por outro lado, enfrentamos o enorme desafio de recuperar o espaço politico-mediático da JSD e a nossa capacidade de voltarmos a liderar o debate politico de juventude em Portugal. Quase no final do período da minha liderança da JSD considero que, embora muito pudessesmos ainda fazer, cumprimos a nossa missão.
Achas fundamental a existência de núcleos estudantis sociais democratas como via para a divulgação da social democracia e para a captação de novos sociais democratas? Porque não existe um núcleo deste tipo numa faculdade como o IST (onde existe um núcleo socialista),FEUP..?
Acho fundamental a actividade dos núcleos de estudantes social democratas. E por isso mesmo é que há já vários meses que acompanho com muita atenção os vários núcleos que estão a ser criados por todo o país, nomeadamente no IST. Aliás, no dia 9 de Setembro terei uma reunião com muitos destes jovens que estão empenhados em dedicar parte do seu tempo em prol da social-democracia. Durante o mês de Setembro teremos muitas novidades sobres estas estruturas que considero essenciais par o sucesso da nossa actividade.
Face ás actuais taxas de desemprego divulgadas por várias entidades de estudo estatístico, que medidas poderá ser alvo Portugal para garantir emprego aos indivíduos entre 40 e 60 anos de idade que são tão necessários à dinãmica social como nós (os jovens)?
Acho essencial que se criem sistemas de formação e reciclagem dos desempregados de modo a contribuir para que se encontrem preparados para enfrentar novas realidades. Uma das limitações desta faixa etária é a sua pouca versitalidade laboral, que dificulta a sua reentrada no mercado de trabalho.
Sendo esta a tua última Universidade de Verão enquanto Presidente da JSD, qual achas que é o maior desafio que esta irá ter nos proximos anos?
A universidade de verão tem todos os anos o desafio de se superar. Apesar de ser um evento que muito nos orgulha, na JSD e no PSD, nunca estamos satisfeitos e tentamos de ano para ano melhora-la de modo a proporcionar aos jovens que passam connosco esta semana uma universidade de excelência. Ao longo dos 8 anos, a organização, em especial o Eurodeputado Carlos Coelho, nunca se resignou com a excelência que nos foi habituando. Por isso, do meu ponto de vista o desafio da UV é manter essa ambição e vontade de, ano após ano, se continuar a superar.
Qual a medida mais emergente a tomar em prol do futiro da juventude portuguesa?
A questão mais importante para a juventude portuguesa no actual momento é o desemprego, devendo por isso merecer atenção prioritária dos responsáveis politicos.
Tendo em consideração o dilema que tem afligido a área profissional em que ingressei recentemente (Advocacia) e o crescendo de candidatos à respectiva licenciatura que tem apoquentado os órgãos da Ordem dos Advogados, não seria uma solução plausível reduzir as vagas de ingresso ou mesmo fechar cursos por um período limitado, em vez de se agravar a saturação, e assim haver uma total atenção sobre a integração dos recém-licenciados no mercado de trabalho? É a favor? E fez algo nesse sentido?
A polémica em torno do exame de acesso ao estágio da ordem e a questão do numerus clausus são problemas distintos. Independentemente do excesso de vagas, a verdade é que os 90% de chumbos do referido exame são anormais e preocupantes. Tanto mais que as circunstâncias em que o Senhor Bastonário revelou os resultados, as dúvidas que pairam sobre a correcção, os argumentos apresentados para a instituição desta barreira ao exercício de uma profissão liberal levantam uma série de dúvidas, cujo esclarecimento se revela como fundamental. Até porque o Senhor Bastonário se encontra a exercer competências delegadas, das quais não é possível o Governo e a Assembleia da República desresponsabilizar-se. Por essa razão, os deputados da JSD organizaram uma audiência pública com os representantes de estudantes e dos jovens-advogados. Ainda sobre o exame, fazendo a ponte para os numerus clausus, gostaria de realçar que existe uma Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, e a regulação da rede de ensino superior é uma das suas funções, não podendo o Senhor Bastonário substitui-la. A rede de oferta do ensino superior está de facto desregulada, haverá cursos com vagas desajustadas ao mercado de trabalho e muitas das vezes à própria capacidade de resposta de muitas instituições. Caberá à dita Agência começar a trabalhar neste campo, atendendo ao dramático número de 60 mil jovens licenciados e aos problemas subjacentes a esta problemática.
Que propostas e ou programas pode e deve a JSD apresentar no sentido de retirar os jovens marginalizados/delinquentes da rua?
A melhor forma de combater a delinquência juvenil é apostar seriamente na formação dos jovens e na sua integração no mercado de trabalho. Apostar em programas de formação civica e programas de voluntariado são também medidas que poderão contribuir para o combate à delinquência juvenil.
Qual é para ti o maior desafio que se avizinha para a juventude portuguesa?
A juventude portuguesa depara-se com vários desafios fundamentais, sendo que aquele que me parece mais determinante é o flagelo do desemprego e do emprego precário. Por outro lado, coloca-se à nossa geração também o desafio de contribuir para o rejuvenescimento do pensamento politico em Portugal e da forma de abordagem dos desafios que se colocam ao nosso futuro colectivo.
O afastamento dos jovens da política nacional reflecte-se também na política europeia. Quais têm sido as medidas da JSD para combater este desinteresse generalizado em relação ao projecto europeu?
A JSD tem-se envolvido activamente na discussão de politicas europeias... Acresce que temos desenvolvido uma actividade muito intensa em várias organizações internacionais. Temos também desenvolvido iniciativas de esclarecimento e de divulgação do processo de construção europeia, contribuindo para aproximar a Europa dos cidadãos e dos jovens em particular.
Onde vês a JSD daqui a 5 anos? Como organização / juventude partidária?
A JSD tem sabido ao longo da sua história interpretar os anseios e desafios do país e dos jovens e colocar-se na liderança do debate politico juvenil em Portugal. O que espero é que dentro de 5 anos a JSD se encontre fiel à sua tradição e ao seu património histórico. No que respeita às questões que estarão na agenda da JSD caberá aos dirigentes e militantes do momento determiná-las, na certeza de que, o mundo actual evolui a uma velocidade estonteante que é hoje altamente imprevisivel podermos calcular as questões que nesse momento se demonstrem actuais. Estou contudo certo, que tal como as gerações anteriores, (a de Pedro Pinto, de Carlos Coelho, a de Pedro Passos Coelho e tantas outras), as futuras gerações que liderarão a JSD se encontrarão à altura de liderar a juventude portuguesa e os seus anseios.
Sendo o cargo de secrtário-geral certamente muito exigente na coordenação de tantas heterogeneidades positivas e motivadoras no Partido Social-Democrata, como caracteriza esta força crescente em prol de Portugal?
A JSD é, indubitavelmente, a força liderante da juventude em Portugal desempenhando ao longo da sua história um papel único na defesa dos jovens. Sempre soubemos interpretar a nossa missão afirmando-nos sempre como o porta voz da juventude junto do partido e não os porta vozes do partido junto da juventude.
Actualmente, o sistema da educação não demonstra ser atractivo e não cumpre a tarefa de inclusão. Sabemos que em Portugal a igualdade de oportunidades, quer na educação, emprego, habitação, saúde... não existe! Desta forma, vemos/constactamos que os "jovens (não só mas também) estão desacreditados de tudo". Que medida temos de seguir para que haja inclusão social e igualdade de oportunidades?
A igualdade de oportunidades e a mobilidade social da sociedade portuguesa são dois desafios essenciais das novas gerações. E o sistema de educação é um instrumento essecial para o cumprimento desses dois desafios. Para tanto, entendemos que o sistema de educação tem de ser organizado de acordo com o principio da liberdade de ensinar e aprender e o da autonomia das escolas na definição dos seus projectos educativos. Por outro lado, o sistema de educação tem de ser exigente, rigoroso e primar pela qualidade.O sistema de educação tem de oferecer aos jovens condições para entrarem no mercado de trabalho bem preparados e em condições de desenvolver as suas vidas profissionais e os seus projectos de vida.
Enquanto presidente de uma estrutura que lidera a juventude portuguesa, o que representa para ti a Formação Política (como é o caso da univ) em termos de contributo para o futuro da social democracia e da própria democracia portuguesa?
A formação politica é uma prioridade estratégica para a JSD. Queremos contribuir para a construção de uma geração de politicos sérios, crediveis e responsáveis. Só assim poderemos aspirar a contribuir para que os novos actores politicos possam construir um país em que acreditamos e nos orgulhamos.
A JSD acaba aos 30 anos? O que há para lá do fim da JSD?
A JSD termina de facto com 30 anos, embora ser da JOTA é um estado de espirito. É fazer politica com irreverência, com determinação e com compromisso serio e responsável pela causa pública. Mas saindo da JSD há evidentemente outros espaços de intervenção civica e politica altamente motivantes nos quais pretendo continuar a dar o meu contributo.