Tendo em conta o seu percurso académico e lectivo ao desempenhar funções de professor no estrangeiro, como vê a aplicação do processo de Bolonha em Portugal?
Com um percurso profissional brilhante e com as distinções alcançadas, não pensa em filiar-se num Partido e quem sabe colocar toda a sua experiência e saber a desempenhar um cargo governativo?
Sendo o Prof. Doutor Miguel Maduro um eterno Europeu, Lisboa, Londres e Florença entre outros. Qual do seu, ponto de vista, o principal desafio ao crescimento do comércio internacional entre os vários paises da Comunidade Europeia?
Ja leccionou em Portugal e no estrangeiro e no nosso país já o fez em Universidades públicas e privadas. Nos moldes actuais é possível um ensino superior de qualidade em Portugal?
Num artigo publicado na véspera de eleições europeias de 2009 defendia que "O discurso europeu é dominado por uma espécie de existencialismo institucional permanente" e que "Na Europa também precisamos de algo que nos lembre o que é decisivo para os cidadãos". O que está a falhar, é a comunicação, o funcionamento ou uma necessidade de maior politização, e de que forma pode ser melhorado?
O Estado Português não reconhece o esforço e dedicação dos jovens bolseiros no campo da ciência, não lhes concede apoio nem lhes dá perspectivas de futuro. Como poderá um jovem cientista querer desenvolver o seu trabalho num país assim? Portugal já se terá dado conta da situação da ciência?
Como pode o conhecimento ser desenvolvido neste paradigma?
Tendo em conta o seu vasto percurso académico, acha que existe facilitismo no ensino superior privado em Portugal? Acha que existem diferenças significativas ao nível da qualidade dos cursos do privado comparativamente ao público?
Fala-se não raras vezes no fracasso em que as mais recentes formas de integração europeia se têm traduzido. O que falta a estes tratados, nomeadamente no Tratado de Lisboa, para que a União Europeia se possa afirmar como um player fundamental, e que possa de certa forma ser representada como uma "super-potência"?
Quando se é o melhor, obviamente que a expectativa é sempre elevada. Considera que já atingiu o ponto máximo da sua carreira ou o melhor ainda estará para vir?
Devido à falta de coercibilidade do direito internacional, nomeadamente do Direito Comunitário, acha necessario e possível a criação de um "Guarda" Comunitário?
Como será possível com a crescente Globalização e consequente homogeneização do direito Europeu, enquadrar dois sistemas juridicos tão díspares como o direito anglo saxonio e o direito romano Germânico no seio da União Europeia?
Tendo em conta que tem um grande experiência nacional e internacional no que diz respeito à justiça, como vê o Sr. Dr. a Justiça portuguesa? E qual o aspecto que modificava?
Que rápido conselho tem para Portugal, onde a legislação está sempre em mutação e em crescimento, caindo facilmente em rectificações e rectificações de rectificações, alguns lapsus calami preocupantes e na falta de brio seja na consciência do impacto da norma, seja na própria clareza da letra?
Num momento em que a União Europeia se afirma como mais consolidada e unida, a livre circulação de pessoas, bens e serviços está completamente instalado, em todos os Estados-Membros?
Apesar de aproximadamente 2/3 da legislação que é feita em Portugal ser produzida no Parlamento Europeu, os portugueses estão muito afastados deste órgão. Quem pode contribuir para uma aproximação? Os eurodeputados? Os partidos? As instituições nacionais?
Citando uma parábola que elaborou comparando os cidadãos europeus a um casal que no restaurante critica a qualidade da comida e por outro lado se queixa da quantidade servida. Acredita que no final o casal acabará por sair satisfeito com o restaurante, ou por outro lado, assinará o livro de reclamações?
Afirmou na comunicação social que existem tribunais com critérios decisórios pouco transparentes, sendo esta situação muito grave e podendo causar alguma descrença na justiça, quais as medidas que considera essenciais a tomar para contrariar esta situação?
No que diz respeito ao pluralismo constitucional, que foca no seu estudo, de que forma interage a diversidade de normas jurídicas com o próprio Direito Constitucional?
Sendo um especialista na área do Direito Internacional e do Direito Comunitário, como perspectiva a evolução do Direito Comunitário a médio prazo? Os interesses nacionais inviabilizarão o desenvolvimento deste processo?
Podemos falar de integração europeia quando os Tories saem do PPE e formam um grupo autónomo no Parlamento Europeu? Podemos falar de coesão europeia quando a Polónia diz que só não tem mais deputados porque os alemães mataram uma data de polacos? Podemos falar de integração europeia quando os Estados usam golden shares e afins para proteger as 'suas' empresas?
A fixação e ess~encialmente a não fuga de cérebros de Portugal é fundamental. Acha que cada vez desde uma idade mais precose é fundamental o icentivo à investigação? Que benefícios deveriam ser dados a quel enverdar desde cedo pela investigação (estatuto de estudos, financeiro...)?