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Sessão de abertura da Universidade de Verão de 2010

A Universidade de Verão Francisco Sá Carneiro, uma iniciativa conjunta do Instituto Francisco Sá Carneiro, do PSD e da JSD, decorreu, como é tradição,  na vila de Castelo de Vide. Intervieram na sessão formal de abertura, Catarina Rocha Ferreira, enquanto aluna da Universidade de Verão de 2009, Carlos Coelho, na qualidade de Director da Universidade de Verão, Pedro Rodrigues, Presidente da JSD, Miguel Relvas e Carlos Carreiras, Presidente do Instituto Francisco Sá Carneiro.

Catarina Rocha Ferreira deu as boas-vindas aos 100 alunos recém-chegados à oitava edição da Universidade de Verão. Como ex-aluna, agora com funções na organização da iniciativa, procurou, na sua passagem de testemunho, motivar os novos alunos para a experiência que agora iniciam.

Carlos Coelho, Director da Universidade de Verão, interveio apresentando a Universidade de Verão aos cerca de 100 jovens de todo o país que foram seleccionados para a edição de 2010. O director da UV2010 explicou os critérios de selecção dos alunos da Universidade de Verão, designadamente pela análise curricular, conjugada com uma distribuição regional e etária adequada.
O Director da UV2010 debruçou-se sobre os aspectos organizativos da Universidade de Verão, explicando os diferentes mecanismos de participação que os alunos têm à sua disposição, que vão da Intranet ao Jornal da Universidade de Verão (JUV), passando pelos formulários de sugestões e de avaliação aos próprios oradores, bem como a UV-TV.
Sobre o processo de selecção dos alunos da oitava edição da Universidade de Verão, o director disse terem sido escolhidos “os melhores entre os mais de 300 candidatos”, explicando, em seguida, de forma detalhada, o funcionamento e organização da Universidade.
Carlos Coelho transmitiu aos jovens os cinco factores que têm de ser seguidos à risca durante a semana de trabalhos: “ter vontade; querer saber mais; ser pontual; ser solidário; e, ser construtivo”. Estas são as regras fundamentais para o sucesso da Universidade de Verão”, acrescentou.
O Director da Universidade de Verão aprofundou as regras da UV esclarecendo que os alunos “tiveram vontade de participar” e por isso apresentaram a candidatura; querem saber mais e por isso podem esmifrar “os nossos oradores convidados, retirando deles tudo o que puderem”; sobre a pontualidade vincou que “para nós 10h00 não são 10h10 ou 10h05. São 10h.”; sobre o valor da solidariedade instou os alunos que a serem “solidários uns com os outros”. Carlos Coelho reiterou ainda a importância de ser-se “construtivo” e apelou aos alunos para que “não hesitem em dar à organização as vossas sugestões para melhorarmos a Universidade de Verão”.
O Director entende que a Universidade de Verão deve contribuir para que os alunos tenham “mais iniciativa”, saibam “ser exemplo”, e nunca “desvalorizem a força que temos quando estamos todos juntos”.
O director terminou a apresentação da Universidade de Verão aos jovens com um registo humanista, citando Fernando Savater “Se o que nos ofende ou preocupa é irremediável devemos pôr mãos à ora e se o não é, torna-se ocioso deplorar porque este mundo não tem livro de reclamações” e recordou, concluindo, a máxima de Sá Carneiro sobre a forma de fazer política: “a política sem risco é uma chatice, mas sem ética uma vergonha”.

Pedro Rodrigues, Presidente da JSD, deu igualmente as boas-vindas aos alunos da Universidade de Verão, informando que na próxima semana terão “oportunidade de discutir com os maiores especialistas do país, os grandes temas que mobilizam e motivam a nossa geração”, bem como a oportunidade de conhecer “novos amigos e de se juntarem à grande família da Universidade de Verão”. O Presidente da JSD referiu que “a formação política é para a JSD uma prioridade estratégica e fundamental” e que ao contrário de outros, “como o Partido Socialista, a formação é para levar a sério e não como um exercício de demagogia ou de oportunismo político onde o Primeiro-Ministro aparece a tentar esquecer os 150 mil empregos que prometeu para os jovens portugueses, ou a promessa de um sistema de educação com rigor, com excelência e com qualidade. Pedro Rodrigues reiterou que a JSD olha para os jovens como um activo “central e fundamental do nosso futuro e do nosso desenvolvimento”, ao contrário do PS que encara a juventude com paternalismo.
Pedro Rodrigues apontou a geração de jovens presentes na sala como sendo a geração da mudança “que não se resigna e que não desiste de lutar por um país mais justo, mais próspero e mais solidário”.

Miguel Relvas, Secretário-Geral do PSD, interveio igualmente na sessão formal de abertura começando por apontar a Universidade de Verão como “a melhor academia de formação política de Portugal”.
Num início de discurso marcado pelo elogio ao Director da Universidade de Verão, Carlos Coelho. O Secretário-Geral do PSD começou por afirmar que “não há Universidade de Verão sem o Carlos Coelho” e que o “PSD apoia e aposta nas novas gerações” e que estas iniciativas “trazem-nos rigor, exigência, pois sem estes valores não conseguimos ter sucesso”. Para Miguel Relvas, este esta iniciativa representa o “bom lado” da política. “Os jovens que aqui estão são os melhores e por isso foram seleccionados. Sabem que vão estar aqui uma “semana intensa para aprenderem” numa Universidade que é um nobre “exercício da política”.
O Secretário-Geral do PSD abordou a qualidade dos convidados da Universidade de Verão presentes na Universidade de Verão. Para Miguel Relvas, o PSD é um “partido político que sabe abrir-se à sociedade civil” e a Universidade de Verão é “disso mesmo exemplo”, por abrir-se sempre ao contributo de quadros que não são da área política do PSD.
A segunda parte da intervenção de Miguel Relvas centrou-se nos problemas que afectam o país e os portugueses. “Sabemos que há dois países: o país dos problemas, que todos sentimos, e o outro, das maravilhas, que o Eng.º José Sócrates, anuncia”, referiu.
Miguel Relvas abordou, em concreto, os problemas que o país tem na Educação, na Saúde e no Emprego. Sobre o emprego, o Secretário-Geral do PSD chamou a atenção para o facto de entre “Maio de 2008” e hoje, termos passado de uma taxa de desemprego de 7,7% para 10,8%, situação que representa um aumento de 310 portugueses desempregados por dia.
Miguel Relvas criticou ainda o silêncio do Governo e do Primeiro-Ministro relativo ao aumento do desemprego e que contrasta com as múltiplas declarações à décima mais ténue de crescimento em algum indicador.
Miguel Relvas salientou também a falta de confiança dos portugueses na classe política, por prometerem uma esperança e depois, eleitos, fazerem o seu contrário, apontando o mau exemplo do actual Primeiro-Ministro que apresenta um discurso político “bipolar”, que num momento falou de um “tango com o líder da oposição”, para noutro o chamar de “perigoso extremista”. Miguel Relvas referiu-se ainda a um conjunto de promessas “vãs” de apoio feitas pelo Governo aos agricultores afectados por intempéries ou pelos incêndios e que continuam sem receber as ajudas prometidas.
O Secretário-Geral do PSD acredita que os Portugueses sabem e saberão quais são as diferenças entre o Primeiro-Ministro e o líder do PSD. Os portugueses sabem que o PSD tem “um líder que propõe alternativas à política actual” e que Portugal não pode suportar mais anos a eleger um Primeiro-Ministro a dizer uma coisa e a terminar o mandato a fazer outra”. Miguel Relvas salientou que “os sacrifícios que temos que pedir aos portugueses têm que valer a pena. Estamos há demasiados anos em sacrifício”.
Ainda no decurso da sua intervenção, o Secretário-Geral do PSD referiu-se ao que considera ser um bom Orçamento do Estado. “O bom Orçamento do Estado implica cortar a despesa supérflua do Estado, do Estado Central, Regional e Local. Temos que ser capazes de cortar na despesa”. “Estamos a penalizar, no plano intergeracional, os mais jovens, que serão os que terão que pagar a despesa”, acrescentou.
Quase a terminar a intervenção, Miguel Relvas reconheceu que José Sócrates é bom a fazer “a má política”. Depois, nos que extravasa esse jogo político, não consegue fazer o Estado cumprir os mais elementares compromissos, como o pagamento a tempo e a horas. “Já nem dinheiro para pagar aos Presidentes de Junta de Freguesia o Estado tem”, concluiu.
Miguel Relvas deixou aos alunos a mensagem que o PSD deve ter um “discurso, que sendo difícil, nos abra a possibilidade de virmos a ser um país competitivo” e que o PSD está a “construir uma alternativa credível, que tem uma expectativa de esperança, no desejo de um país e um futuro mais equitativo e harmonioso para todos”.

Carlos Carreiras, Presidente do Instituto Francisco Sá Carneiro (IFSC) foi o último orador da sessão formal de abertura. Iniciou a sua intervenção cumprimentando os presentes e referindo que “só com exigência, competência, mérito e profissionalismo de Carlos Coelho e da equipa que lidera é possível estarmos hoje na oitava edição da Universidade de Verão”.
Dirigindo-se a Francisco Oliveira, o aluno mais novo da UV2010, que hoje completou 15 anos, Carlos Carreiras cumprimentou todos os presentes e desejou uma boa e intensiva semana de trabalho.
O Presidente do IFSC apresentou aos alunos um vídeo sobre as conquistas e desafios da Humanidade e da Globalização, sob o lema “para onde vamos, juntos?”. Carlos Carreiras referiu que estamos num mundo global, com necessidade de respostas locais e que precisamos de um novo modelo desenvolvimento, lamentando porém que o Governo Socialista que não tenha sido capaz de adaptar o modelo de desenvolvimento às novas exigências, desperdiçando o mandato que lhe foi democraticamente atribuído.
Carlos Carreiras lamenta que os níveis de confiança em Portugal estejam no nível mais baixo de sempre, que a desconfiança face a quem nos Governa seja tão baixa, considerando que o país não pode evoluir sem confiança. Outros desafios que se colocam são a exclusão social e a criação de riqueza. Carlos Carreiras considera preocupante que questões como o Ambiente e a Sustentabilidade estejam tão afastadas da agenda política.
O Presidente do Instituto Francisco Sá Carneiro assinalou que “estamos à beira de vivermos o 3.º maior momento da História Portuguesa”, referindo-se à importância da extensão da plataforma continental de Portugal, que nos colocará como um dos 10 maiores países do mundo em extensão marítima e terrestre.
Carlos Carreiras abordou ainda algumas questões éticas e de consciência que devem orientar a acção política. Dirigindo-se directamente aos jovens alunos da Universidade de Verão, referiu que a consciência é algo que “homens e mulheres” não podem permitir que seja vergado. Carlos Carreiras considera que, infelizmente, nos últimos tempos a política tem sido mais marca por “truques do que por convicções”.
O Presidente do Instituto Francisco Sá Carneiro terminou a sua intervenção afirmando que a geração à qual pertencem os alunos da Universidade de Verão “está muito mais preparada que a nossa. Os vossos melhores são melhores do que os melhores da nossa geração”, salientando que o país precisa do seu “empenho, competência e dedicação”. “A sociedade portuguesa precisa – e muito - do vosso contributo” concluiu.

Após a sessão formal de abertura seguiu-se o jantar de acolhimento, no qual António Ribeiro proferiu uma intervenção de boas-vindas. O Presidente da Câmara de Castelo de Vide, eleito como independente nas listas do PSD, expressou o seu “reconhecido agradecimento ao Instituto Francisco Sá Carneiro e ao Partido Social Democrata pela preferência por esta terra, que vos dá as boas vindas e formula votos de que tenham uma agradável estadia e uma inesquecível experiência”.
António Grincho Ribeiro afirmou que “as novas gerações que aqui, ano após anos, reforçam as suas competências e desenvolvem as suas capacidades numa lógica de participação activa e mobilizadora, só pode ter como resultado o reforço das capacidades de olhar, pensar e agir com vista a um futuro melhor, mais atento e participado, tendo citado Francisco Jaime Quesado, ao defender que a UV é a chave da diferença por permitir às novas gerações obterem cinco grandes lições: uma lição de inovação social, uma lição de competitividade, uma lição das cidades inteligentes, uma lição de cultura Portuguesa e, finalmente, uma lição de identidade cívica.
Para o Presidente da Câmara de Castelo de Vide, a Universidade de Verão constituiu uma outra grande lição: a lição do exemplo. A UV é um exemplo de “como potenciar o interior, cujo défice de oportunidade e promoção têm asfixiado cada vez mais o nosso território periférico”. Ao contrário da “insensibilidade e da ignorância de altos governantes do país”, o PSD e o IFSC mostram uma mentalidade diferente invertendo o sentido do fluxo da A23, mostrando que é este o caminho da sustentabilidade e coesão do território, bem como para o reforço das dinâmicas e dos recursos que o interior do país possui.

No final do jantar de acolhimento seguiram-se as reuniões dos 10 grupos da Universidade de Verão e, mais tarde, entre os coordenadores  recém-eleitos dos Grupos de Trabalho e a Direcção da UV.

Os trabalhos recomeçam amanhã às 10h.

10.00 - Avaliação da UNIV 2010
12.00 - Sessão de Encerramento da UNIV
13.00 - Almoço com participantes de anteriores UNIVs