ACTAS  
 
05/09/2010
Sessão de Encerramento da UNIV
 
Duarte Marques

(palmas)

Bom dia a todos, o nosso reitor não sabia desta brincadeira, saúdo especialmente o Presidente do PSD, o Dr. Pedro Passos Coelho e o nosso magnifico reitor, o Deputado Carlos Coelho, como resposta à mensagem que o nosso reitor da U V nos deixou que passo a citar ''quem regista os melhores momentos do seu percurso visa mais longe e melhor”, cada um de escreveu uma mensagem para a Universidade de Verão de 2010 que estão contidas neste pequeno livro que gostaríamos de oferecer a toda a organização como símbolo da ambição e respeito que nos transmitiram.

 

(palmas)

 

Trata-se de um pequeno gesto de agradecimento pela semana fantástica que nos proporcionaram, muito obrigado.

 

(palmas)

 

 
Dep.Carlos Coelho

Sr. Presidente do PSD, Sr. Presidente da JSD, Sr. Presidente do Instituto Francisco Sá Carneiro a quem agradeço a presença continuada ao longo da semana, Sr. Secretário-geral do PSD, primeiro Secretário-geral a marcar a presença em varias sessões também durante a semana, queria dizer também ao Dr. Miguel Relvas que ele hoje não se sente só, o Diogo Rodrigues que é um participante de Universidade de Verão fez a mesma coisa, passa o dia do seu aniversário connosco, muito obrigado por ter feito essa distinção à Universidade de Verão.

 

(palmas)

 

Sr. Presidente do Grupo Parlamentar, Srs. Deputados da Assembleia da República e do Parlamento Europeu, Sr. Presidente da Câmara Municipal de Castelo de Vide, Sr. Presidente da Assembleia Municipal, Srs. Autarcas, Srs. Dirigentes do PSD, da JSD, do Instituto Francisco Sá Carneiro, minhas Sras. e meus Srs., algumas curtas palavras de agradecimento: a primeira palavra de agradecimento é para umas pessoas especiais, em concreto para 100 pessoas especiais, 100 pessoas especiais que prescindiram de uma semana de férias e durante uma semana com muito trabalho e pouco sono debateram problemas de Portugal, da Europa e do Mundo, alargaram conhecimentos, reforçaram competências, trabalharam em grupo, cumpriram horários, deram o exemplo de rigor, de qualidade e de empenho, muito obrigado a todos vós.

 

(palmas)

Uma das mensagens fortes da Universidade de Verão é o trabalho em equipa, a ideia que todos juntos temos mais força. Vocês trabalharam em equipa, em 10 grupos, nós também trabalhamos em equipa. Queria agradecer ao Director adjunto Duarte Marques, aos vossos 5 conselheiros, aos vossos avaliadores, às equipas de apoio, do UVTV, do JUV, da intranet, do som e da imagem, acho que a fazer a Universidade, temos a melhor equipa do mundo.

 

(palmas)

 

Uma palavra de agradecimento a todos aqueles que partilharam o seu saber e o seu conhecimento ao longo desta semana, Miguel Monjardino, Marcelo Rebelo de Sousa, Leonor Beleza, António Carrapatoso, Padre Lino Maia, Miguel Poiares Maduro, Carlos Pimenta, Luciano Amaral, Jorge Guimarães, Rodrigo Moita de Deus, Guilherme Oliveira Martins, Alexandre Relvas, Agostinho Branquinho, Francisco José Viegas, António Pinto Ribeiro e Elvira Fortunato, uma equipa de luxo que nos honrou com a sua presença.

 

(palmas)

 

Agradeço também às personalidades que aceitaram responder a perguntas à distância, uma iniciativa que desenvolvemos nesta Universidade já desde algumas edições, nesta edição agradeço particularmente a Durão Barroso, Maria da Graça Carvalho, Paulo Rangel, Daniela Ruah e Pedro Granger, que responderam às perguntas dos nossos participantes que estão publicadas no Jornal da Universidade de Verão, muito obrigado pela vossa disponibilidade.

 

(palmas)

 

Um agradecimento especial ao Pedro Rodrigues, é a última Universidade de Verão em que ele está na qualidade de Presidente da JSD, as amizades não se agradecem mas agradeço a excelente parceria, a participação empenhada, a qualidade que ele ajudou a emprestar a esta iniciativa destas funções, muito obrigado Pedro, que sejas muito feliz.

(palmas)

JSD, JSD, JSD

 

Queria agradecer aos ex-alunos da Universidade de Verão que aqui estão e aqueles que nos estão a seguir à distância, ao longo dos anos souberam manter o espírito da UV, e amanhã vão todos receber um email com uma password a convidar-vos a entrar na rede UV e este ano que vamos lançar uma plataforma virtual que vai manter viva a Universidade de Verão, já são 900 quadros entre 8 edições da Universidade de Verão, 3 Universidades da Europa e uma Universidade do poder local, são muitos jovens quadros a quererem participar de forma mais empenhada e consequente na vida pública nacional, vamos manter essa gente toda unida através da rede UV, esperem os email que vão receber amanhã. Última palavra, os últimos são os primeiros, Sr. Presidente do PSD quero agradecer sinceramente a sua presença. Com a presença e com a palavra qualifica a Universidade de Verão Francisco Sá Carneiro, marcamos a diferença relativamente a outras famílias políticas, temos feito um investimento sustentado e continuado numa nova geração. A aposta da formação de quadros é um compromisso sério que nos honra e que em bom rigor devia ser seguido por outros. Na análise do país que somos, os jovens que estiveram na Universidade de Verão de 2010 identificaram bem muitos problemas, denunciaram políticas e medidas erradas e expressaram uma genuína vontade de mudança. Essa mudança é hoje representada por si. Estes jovens olham para si como a alternativa que o país precisa, mas olham para si também como alguém que na sua altura foi um jovem empenhado e foi presidente da JSD. É uma dupla responsabilidade, como líder e como modelo. Sr. Presidente do PSD agradecemos muito a sua presença do encerramento da Universidade de Verão de 2010, mas estou certo que todos o esperam a vê-lo aqui novamente a encerrar a próxima Universidade de Verão e na altura não apenas na qualidade de Presidente do partido mas também na de Primeiro-Ministro de Portugal.

 

(palmas)

 

 
Dr.Pedro Rodrigues

Excelentíssimo Sr. Presidente do PSD, Dr. Pedro Passos Coelho e futuro Primeiro-Ministro de Portugal, excelentíssimo e magnifico Reitor da Universidade de Verão, excelentíssimo Sr. Presidente do Instituto Sá Carneiro, Sr. Secretário-geral do partido, Sr. Presidente do grupo parlamentar do PSD, excelentíssimos Srs. Dirigentes nacionais do PSD e da JSD, Srs. Deputados, caro Presidente da Câmara Municipal de Castelo de Vide, autarcas de Castelo de Vide, caros amigos e caros companheiros, a minha primeira palavra hoje é dirigida ao Carlos Coelho, uma palavra curta mas uma palavra sentida, sentida mas também merecida, e é uma palavra não só pelo esforço que ele tem desenvolvido pela formação política, pelo esforço e pelo empenho que tem colocado na organização das 8 edições da Universidade de Verão, mas mais do que isso e sobretudo pelo exemplo que tem sido para todos nós, pelo exemplo que tem sido para os jovens da JSD, obrigado Carlos por tudo quanto nos tens ensinado e tudo quanto tens dado à formação política e à JSD. 

 

(palmas)

 

A minha segunda palavra é para todos vocês, para todos vocês que abdicaram de uma semana das vossas férias para estarem aqui em Castelo de Vide connosco para discutir os grandes desafios que a nossa geração enfrenta, os grandes anseios que o nosso país hoje sente e os desafios como geração que iremos enfrentar, é uma palavra de agradecimento e reconhecimento porque esta é a juventude em que eu acredito, é a geração que nos dá esperança, a geração que prefere o rigor, a qualidade, o espírito de sacrifício, a perseverança a resignar-se, é uma geração que quer formar-se, é uma geração que quer estar informada, é uma geração que se quer preparar para os grandes desafios do amanhã e para os desafios que todos nós temos que enfrentar e por isso quero-vos dar esta palavra de reconhecimento mas também deixar-vos uma palavra de grande responsabilidade, vocês têm hoje uma grande responsabilidade na vida pública em Portugal, na JSD e no PSD. O PSD, o Instituto Sá Carneiro e a JSD investiram muito em vocês durante esta semana mas também contamos muito convosco, contamos com o vosso empenho nas lutas que o partido e o país enfrentam, contamos com a vossa perseverança e com a vossa criatividade, inovação, contamos com vosso empenho e com a vossa dedicação e nunca Portugal precisou tanto da nossa geração, nunca Portugal precisou de jovens tão empenhados e tão comprometidos com o futuro como hoje precisa, o nosso país vive hoje os mesmos problemas que vivia há 30 anos, o nosso país continua hoje um país adiado, um país sem esperança, um país sem chama, um país sem alma, 24 anos depois da nossa adesão à Comunidade Económica Europeia continuamos hoje na cauda da Europa parecendo que fatalmente esse é o nosso destino, continuamos com uma taxa de abandono escolar de cerca de 33%, temos hoje cerca de 57 mil jovens como vocês, licenciados que se encontram no desemprego sem solução para o desenvolvimento dos seus projectos de vida pessoais e profissionais, temos cerca de 55 mil jovens como nós, como eu e como vocês, que se encontram à procura do primeiro emprego sem que encontrem soluções para o desenvolvimento e para a esperança do seu projecto de vida, temos hoje cerca de 179 mil jovens com menos de 25 anos que estão no desemprego, temos 21% dos jovens com menos 17 anos que vivem abaixo do limiar de pobreza, e perante isto temos um Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, já sabíamos que tinha perdido a pasta da Juventude algures num camarote de estádio de futebol mas agora só o ouvimos a falar sobre a Selecção Nacional, sobre os problemas da Federação Portuguesa de Futebol, parecendo estar a candidatar-se ao cargo de seleccionador nacional em vez de estar preocupado com os problemas dos jovens portugueses...

 

(palmas)

E nós não queremos no executivo socialista alguém que se preocupe com a Selecção Nacional, queremos alguém que se preocupe com a nossa Selecção Nacional, com a nossa geração e com o futuro do nosso país, e ontem ouvimos o Eng. Sócrates com o lema força do progresso dizer coisas espantosas, primeiro é preciso perguntar ao Eng. Sócrates em 15 anos de socialismo onde é que está o progresso? Em 15 anos de socialismo, onde é que estão as aspirações do futuro das novas gerações? Em 15 anos onde é que está a força? Só se for a força da ilusão do Eng. Sócrates e do PS porque em 15 anos de socialismo em Portugal ao invés do progresso, eu vejo é o nosso futuro adiado, ao invés de progresso que eu vejo é o abandono completo da juventude, em 15 anos de socialismo o que nós vemos, o que a nossa geração vê é uma factura pesadíssima de dívidas feitas por esta governo e por esta geração de políticos, que a nossa geração não está disponível para pagar e para saudar, é isso que eu vejo em 15 anos de socialismo, e a nossa geração está disponível para fazer sacrifícios, mas não está disponível para pagar os erros do Partido Socialista e do Eng. Sócrates, não estamos...

 

(palmas)

 

Não estamos disponíveis para continuar a ser enganados pelo Eng. Sócrates e pelo Partido Socialista, em 15 anos socialismo eu não vejo progresso, vejo falência da nossa economia, em 15 anos de socialismo o que eu vejo é a dívida pública hoje a atingir níveis de 85.9% do PIB, isto não é progresso, o que eu vejo em 15 anos de socialismo é um défice público de 8.6% do PIB e isso para a minha geração não é com certeza progresso, em 15 anos de socialismo o que eu vejo é a insistência de igualdade de oportunidades em que os ricos ficam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres e isto não é progresso para a nossa geração e caros amigos, caros companheiros a nossa geração está cansada desta forma de estar e de fazer política, nós não estamos já com condições para continuar a suportar o Eng. Sócrates que continua a confundir o país da ilusão e o país da realidade, ontem ouvimos o Eng Sócrates falar de um estado social justo em Portugal, mas 15 anos de socialismo construíram um estado social justo? Um serviço nacional de saúde eficiente e igual para todos? O que eu conheço é um serviço de saúde em que aqueles que podem vão ao serviço privado e tem serviços de qualidade e aqueles que não podem é um serviço de Saúde a acumular dívidas todos os dias e os utentes a acumularem horas e horas de espera para serem atendidos e não terem qualidade, é isto o estado social justo que o Eng. Sócrates pretende implementar em Portugal, não é com certeza este estado social que nós queremos para o futuro do nosso país. O que nós queremos é um país de facto justo e solidário e para isso é fundamental introduzirmos rupturas nas políticas em Portugal, não nos podemos acomodar, não nos podemos resignar ao estado de coisas e não nos podemos deixar envolver na argumentação e na ilusão do Eng. Sócrates, nós temos que dizer ao Eng. Sócrates que basta, que chega e temos que nos revoltar, a nossa geração tem que se revoltar contra o facto de 21% dos jovens estarem no desemprego, temos de nos revoltar perante a circunstância de 2 em cada 10 jovens como nós estarem no desemprego, 20 em cada 100 jovens estarem no desemprego, temos que nos revoltar contra o facto de termos um sistema de educação que não nos permite concorrer com os melhores da Europa, temos de nos revoltar contra o facto do Eng. Sócrates se preocupar em iludir os Portugueses mascarando as estatísticas como se o que interessa-se em educação é fazer figura lá fora na OCDE quando o que nos interessa é ter ferramentas para entrar e competir no mercado de trabalho, o que nós queremos é jovens qualificados não queremos apenas Estatísticas mascaradas, nós não queremos parecer que é, nós queremos que na realidade sejamos, sejamos capazes de competir com os melhores, de sermos capazes de contribuir para alavancar o desenvolvimento do nosso país, e temos que nos revoltar contra o facto de continuarmos a ser o país da Europa onde os jovens mais tarde saem de casa dos pais, temos de nos revoltar contra o facto de termos um estado insuficiente, um estado que produz desperdício um estado que asfixia os cidadãos, um estado que asfixia a sociedade civil, que asfixia as empresas, um estado que absorve 51 % da riqueza nacional, um estado que não produz riqueza, temos que nos revoltar contra um governo que quer continuar a ter um estado desta natureza, um estado que emprega os boys e um estado que não permita que a economia cresça, que seja competitiva e crie empregos, é esta revolta que temos que produzir em Portugal, mas também temos de nos revoltar contra a rigidez da lei laboral, a nossa geração tem que dizer basta a uma lei laboral que não permita que os mais jovens entrem no mercado de trabalho, os mais jovens não tem condições de entrar no mercado de trabalho com a lei laboral que temos, o FMI num relatório recente afirmou que a nossa lei laboral é das mais rígidas da Europa, e quando o Eng. Sócrates vem dizer que isso significa impor a célebre no mercado de trabalho, o que nós queremos dizer é queremos ter a oportunidade de trabalho, não queremos continuar no desemprego porque a lei laboral não nos permite entrar no mercado de trabalho…

 

(palmas)

 

Mas temos também que dizer ao Partido Socialista que é altura de repensar o estado, nós não acreditamos num estado omnipresente, um estado que faça tudo e mais alguma coisa e não deixe espaço aos cidadãos e às empresas, nós não acreditamos num estado pesado, num monstro, gordo, sem capacidade de mobilidade e sem flexibilidade, nós queremos que o estado deixe respirar os jovens e que deixe respirar a sociedade, nós queremos que os jovens tenham igualdade de oportunidades e que o sistema de educação se afirme como um ascensor na mobilidade social, a educação tem que ser igual para todos, mas a educação tem que ser um sistema que dê ferramentas efectivas aos jovens e por isso defendemos mais e mais autonomia para as escolas, mais e mais capacidade de decisão descentralizada para definir os projectos educativos mas também para recrutar os professores em função desses mesmos projectos educativos, ou será que só na 5 de Outubro é que se sabe o que é importante nos concelhos e nas escolas deste país e não são as próprias escolas, as próprias comunidades locais a serem capazes de definirem aquilo que é melhor para a sua terra e para os seus jovens, nós não acreditamos num modelo centralista, nós acreditamos nas pessoas, acreditamos na sociedade civil e acreditamos evidentemente também nas escolas, e por isso caros amigos e caros companheiros, nós estamos cansados de um país resignado estamos cansados de viver no país das ilusões do Eng. Sócrates, queremos um país de sonho, queremos um país arrojado, queremos um país que volte a querer ser como há 500 anos foi o propulsor e o motor das grande descobertas em Portugal, queremos voltar a ser pioneiros, queremos voltar a ser empreendedores, queremos voltar a ter esperança, a poder acreditar no nosso futuro e isso depende também de cada um de vós, depende da vossa capacidade de reagirem, de dizerem que não, de não se acomodarem momento algum, de lutarem pelas vossas convicções sempre, sempre cumprindo os vosso princípios, a vossa liberdade, o vosso espírito crítico, mas nunca desistirem de lutar por aquilo que acreditam. Eu acredito que é possível um Portugal diferente, acredito que é possível construir um novo Portugal num novo tempo, um Portugal que seja liderado e alavancado por uma nova geração, pela geração de mudança e esse Portugal só pode ser construído pelo PSD e liderado por Pedro Passos Coelho.

 

(palmas)

 

Acredito nesta nova geração que lidera o PSD, acredito que vamos contribuir para mudar Portugal, e o Dr. Pedro Passos Coelho pode contar com a força, com a energia, com o ânimo, com a perseverança, com o dinamismo e com a criatividade que bem conhece da JSD, conte com esta gente e conte com milhares e milhares de jovens que acreditam no novo PSD, mas que acreditam sobretudo no novo Portugal. Mas nós não somos como a JS nós não somos como a JS, nós não dizemos que sim quando o Eng Sócrates quer que digamos que sim, e nunca dizemos que não porque é muito difícil dizer que não, nós ao contrário da JS somos comprometidos com o futuro e com as novas gerações, nós somos os porta-vozes da juventude dentro do partido e nunca os porta-vozes do partido junto da juventude, para nós a juventude e o futuro de Portugal estão e estarão sempre acima de tudo, porque é com os jovens, é com a grande força e o dinamismo e energia da juventude portuguesa que vamos construir um Portugal diferente, eu acredito e conto convosco com cada um de vós nessa missão, nessa tarefa de que depende o futuro de Portugal, nunca por nós nem pela JSD, nunca sequer pelo PSD, mas fazê-lo sempre, sempre e acima de tudo por Portugal e pelo futuro dos jovens portugueses, viva a JSD, viva o PSD, viva a juventude portuguesa, mas como Sá Carneiro nos ensinou, viva sempre, sempre e acima de tudo Portugal, muito obrigado.

 

(palmas)

JSD, JSD, JSD, JSD …

 
Dr.Pedro Passos Coelho

Boas tardes a todos, uma primeira palavra sobre esta Universidade de Verão, agradecendo não apenas como aqui já foi feito o empenho que todos colocaram durante toda esta semana para poder debater com seriedade, com profundidade os problemas do país, e as perspectivas de futuro mas também por quererem dar seriedade a essa análise, levarem-na a sério a vossa como futuros decisores e agentes da mudança no nosso país. Sei que de há muitos anos a esta parte, são mais os candidatos a estar nestas edições da Universidade de Verão, do que a nossa capacidade para os puder albergar e a cada ano que passa são cada vez mais aqueles que com a fama dos precedentes querem vir participar deste esforço que é estar aqui ouvir aquilo que todos os nosso convidados têm para dizer e eles vêm dos mais diversos quadrantes. Para nós discutir, com seriedade, não é ouvir sempre os mesmos nem aquilo que mais gostamos, é estar preparado para ouvir genuinamente aquilo que é preciso, a todos esse que vão ficando de fora uma palavra de esperança também, o Instituto Sá Carneiro está empenhado em poder encontrar não a forma de alargar a Universidade de Verão porque não podemos formar mais do que 100 jovens por ano na Universidade, mas de poder ter alternativas para que eles não vejam frustrada a possibilidade também de poder ter um pouco mais do que aquilo que muitas vezes se oferece dentro dos partidos políticos. Claro que estas edições não seriam possíveis sem o patrocínio muito empenhado de diversas instituições, mas sobretudo não seria possível sem o empenhamento sério da Juventude Social Democrata e sem o profissionalismo e a grande dedicação e sabedoria do deputado Carlos Coelho.

 

(palmas)

 

Há casos que são de verdadeira vocação, eu fui companheiro do Carlos Coelho durante vários anos na JSD, e testemunho que ele não se recordou da importância da formação nos últimos anos quando foi para Bruxelas. Foi sempre uma constante da sua preocupação, ainda não tinha chegado aos órgãos nacionais da JSD e já se dedicava no movimento associativo às tarefas de formação dos dirigentes associativos e sabem que os dirigentes associativos por essa época e hoje também, vinham para a JSD, não eram assim uma espécie de sindicalistas da JSD nas escolas. Uma das grandes tarefas que nós tínhamos era de manter a possibilidade de fazer respirar a nossa organização na altura, com todos esse quadros, com todos esses jovens (menos preocupados com os partidos mas mais preocupados com a solução dos seus problemas e com a gestão de novas soluções). Ora durante todos estes anos o Carlos Coelho aprimorou esta vocação e hoje é realmente uma das pedras angulares desta nossa edição e portanto Carlos, não queria deixar passados todos estes anos de te prestar um tributo muito especial pela forma como tens conseguido com grande inteligência, muita sabedoria, mas sobre tudo muita convicção e muito trabalho proporcionar a já quase mais de 800 jovens dentro do PSD a possibilidade de marcarem uma diferença, uma diferença pela positiva, uma diferença que ficou patente no trabalho excepcional que a maior parte de comunicação social fez durante toda esta semana sobre esta Universidade de Verão, deixando claro que nós não estivemos aqui a fazer show off, não estivemos aqui a fazer de conta, não estivemos aqui a fazer um boneco para a televisão para que o presidente do PSD viesse encerrar, o vosso trabalho foi muito sério e é com essa seriedade que nós nos inspiramos também no PSD para falar ao país e é isso que eu tentarei fazer agora, obrigado portanto Carlos e obrigado a todos.

 

(palmas)

 

Uma das qualidades mais raras que os políticos ambicionam ter é a da clareza, por vezes torna-se difícil às pessoas que estão em casa perceberem o que é que os políticos querem, o que é que eles dizem, o que é queos move, porque é que certas frases são ditas de uma forma tão impressiva, é para impressionar apenas, para ter uma notícia no jornal no dia seguinte, para furar o espectáculo noticioso, dar nas vistas, as pessoa que estão em casa, as pessoa que são os portugueses a quem nos dirigimos exigem sempres alguma clareza no discurso dos responsáveis políticos, e como responsável que sou, gostaria hoje de aproveitar esta oportunidade para deixar de lado qualquer laivo de demagogia e tentar centrar-me naquilo que são as preocupações que as pessoa hoje têm. Não vou portanto me (desculpem-me aqueles que tem essa espectativa), fazer aqui disputas de palavra com outros dirigentes políticos, não vou utilizar a Universidade de Verão para ping pongs partidários, tentarei falar para todos vós e por vosso intermédio para todos os portugueses que querem saber com o que é que contam. Nós vivemos (tem sido dito e sobretudo sentido pela maior parte dos portugueses), tempos de grande incerteza, não apenas porque o mundo tem mudado muito à nossa volta. Nós sabemos que há uma nova economia que está em construção. Os manuais da economia ainda não nos deixam perceber bem quais serão as novas regras, não é por acaso que tantos economistas brilhantes, reconhecidos, se vêm enganando quanto às perspectivas de desenvolvimento da actual crise que estamos a viver. Isso deve-se ao facto de vivermos regras novas que ainda não foram deduzidas ainda não foram identificadas. Nós sabemos que infelizmente são necessárias cada vez menos pessoas para produzir aquilo que o mundo tem necessidade, a chamada desindustrialização do mundo tem vindo a acontecer sobretudo naqueles que estavam mais industrializados como é evidente, há outros que ainda estão a industrializar-se e crescer, mas é inevitável em todo o mundo uma certa desindustrialização e ao mesmo tempo a propensão para todo o sector de serviços venha a crescer mais nas economias. Mas isto tem uma contrariedade, é que todos aqueles que hoje têm a expectativa de procurar emprego, de ter uma realização profissional têm hoje uma perspectiva mais difícil e sombria de o poder alcançar. E nós não sabemos como é que o mundo vai evoluir, não sabemos como é que vamos poder oferecer empregos a todos mas quer na área do emprego, quer na área das relações sociais se não sabemos como o mundo vai evoluir temos pelo menos a obrigação de perceber qual é a tendência que se oferece à nossa frente e de nos irmos adaptando e preparando para que o maior número e os mais bem preparados possa ter as suas oportunidades, e que aqueles que não conseguem possam ter a nossa ajuda e a nossa protecção. É isto que define o Estado de Direito, é isso que define o progresso que em todo o mundo se foi sentido no sentido que aqueles que podem mais, possam ajudar aqueles que conseguem menos. Nós em Portugal já estamos a sentir os efeitos desta influência mundial. O nosso mundo rural praticamente desapareceu esta cada vez a regredir mais, as nossas indústrias têm vindo a recuar sensivelmente, os serviços são hoje preponderantes mas cada vez mais numa economia interna que se torna cara às pessoas e que não gera o emprego que é necessário. E é por isso que muitas pessoas se perguntam se todas estas características que estamos a sentir em Portugal se devem apenas ao facto de vivermos num tempo novo e a resposta não é maniqueísta. É verdade, Portugal não está imune ao que se passa em todo o mundo, parte do que acontece no nosso país é o que acontece na Espanha, na França, na Alemanha, na Itália e por aí fora, mas nós hoje temos em Portugal um situação mais difícil do que em muitos desses países, porquê? Porque ao longo destes anos o nosso Estado, o nosso governo se preocupou mais em distribuir aquilo que tinha do que em criar condições para haver mais riqueza e mais crescimento da nossa economia. Isto significa portanto (primeiro dado para quem nos está a ouvir), o que está a acontecer ao nosso país em certa medida acontece a outros países mas nós temos responsabilidade agravadas na situação que hoje estamos a viver, porquê? Porque ao longo destes anos fizemos mal as contas, não fomos bons profissionais, não fomos sérios com o eleitorado, não nos preocupámos com os próximos 10 ou 15 anos, temo-nos preocupado sistematicamente com cada eleição que passa e para dar a todo o potencial eleitor o que é mais simples, o que é mais fácil, o que é mais apetecível, vendemos mais ilusões do que oportunidades verdadeiras para as pessoas poderem criar raízes num futuro melhor e o que é que se passa hoje? Passa-se (como de resto tive a ocasião de ver que foi aqui muito bem ventilado, durante esta edição e que aqui já foi recordado), temos uma dívida no país que vamos demorar mais de 30 ou 40 anos a pagar: aqueles que hoje já estão na vida activa e aqueles que tencionam fazer a sua vida activa nos próximos 30 ou 40 anos, quer dizer a generalidade de todos aqueles que aqui estão. E a primeira pergunta que se faz é: da dívida que foi criada pelo país, qual foi a parte que foi contraída a pensar em vós, a pensar no vosso futuro, em dar-vos melhores condições, melhores instrumentos para que a vida possa ser por um lado mais justa mas por outro lado também mais audaciosa? Muito pouco, a grande maioria da dívida que fomos contraindo foi simplesmente para criar a ilusão de que tínhamos progredido depressa, de que tínhamos quase tudo oferecido gratuitamente fossem infra-estruturas rodoviárias, ou outras infra-estruturas económicas. E o que é que as pessoa pensaram ao longo destes anos? Se é o Estado que fornece, se não me custa dinheiro eu quero este Estado, eu quero esta intervenção política, eu espero que os governos me possam oferecer estes equipamentos, e durante anos os governos disseram com toda a demagogia, isto é para ser gratuito, esta é a obrigação do Estado. O Estado é assim uma figura mítica que não vive em correlação nem com o futuro nem com o presente. É como se tivéssemos uma rotativa de imprimir dinheiro, que pagássemos tudo o que entendêssemos, de tal modo que as pessoa poderão pensar que o Estado só não dá se não quiser. Há políticos que falam de restrições, têm o coração duro, porque se tivessem bom coração eles davam, têm lá dinheiro… Mas as pessoas desconfiam quando não são tratadas com inteligência, quando são tratadas pelos políticos com arrogância e com a habilidade dos prestidigitadores, daqueles que criam simulações, ilusões da verdade… O que é que aconteceu recentemente? Aconteceu que o Estado, alertado por todas as instituições internacionais, veio dizer aos portugueses: nós não temos dinheiro para pagar esta despesa e (2 minutos sem gravação) que aqueles que são mais ricos possam deduzir a mesma percentagem que aqueles que são mais remediados, ora é importante esclarecer os portugueses sobre isto, em primeiro lugar fica mal a incoerência, nós devemos ser coerentes com aquilo que defendemos para as pessoas saberem com o que é que contam, não se pode em cima das eleições acusar um líder partidário de querer fazer o maior ataque à classe média, propondo o fim das deduções em educação, em habitação, em saúde, em PPR’s e depois vir defender o mesmo, passado menos de um ano. Claro que nós sabemos que eles agora estão juntos a apoiar o mesmo candidato a Presidente da República e chamam-lhe um candidato de progresso, estão mais próximos hoje, mas não o estavam aqui há um ano...

 

(palmas)

… Quando era preciso ganhar as eleições. Mas a verdade não é essa, a verdade não é que estejam preocupados com a injustiça social. Porque se estivessem preocupados com a injustiça, estariam hoje a dizer uma coisa diferente. Era dizer assim, não é justo que as pessoas de mais rendimentos possam descontar o mesmo que as pessoas de menos rendimentos. Então vamos fazer uma coisa, aquilo que as pessoas de mais rendimentos descontarem a menos vamos dar a possibilidade de aqueles que têm menos rendimentos descontarem a mais. Mas sabem que não é isso que está em causa, não é portanto o problema da justiça, é o problema do dinheiro, é que a coberto desta justiça o que se pretende é ir buscar para o Estado mais cerca de 450 milhões de euros já em 2011, quase outro tanto em 2012, e quase outro tanto em 2013. Quer dizer, aquilo que verdadeiramente está em causa não é saber se é justo ou não é justo que estas deduções existam, elas são um pretexto para ir ao bolso dos portugueses buscar mais dinheiro e ir buscar mais dinheiro porquê? Porque o governo não faz aquilo que lhe compete que é diminuir a despesa do Estado para níveis que são comportáveis com os nossos impostos...

 

(palmas)

 

Então, em Portugal registou-se como é público uma situação como não se registou em mais nenhum país da Europa. O maior partido da oposição com um inteiro sentido de responsabilidade e olhando para o país, inviabilizou a aprovação de uma moção de censura que atiraria o governo abaixo numa altura em que nós precisamos é de mostrar resultados de governação e que deu a possibilidade de nós corrigirmos o défice das nossas contas públicas adoptando medidas que são muito difíceis para um partido de governo sobretudo quando ele não tem maioria. Não há outro caso da Europa de um país em que o primeiro partido da oposição como o PSD, teve o sentido de responsabilidade, de dar o seu aval para que Portugal não acabasse na mesma situação em que acabou a Grécia, e isto marca bem a maneira como o PSD está na política. Nós não estamos com pressa de chegar ao governo mas não estamos distraídos, nós ajudaremos o governo a tomar decisões difíceis se elas forem necessárias e justas, mas não daremos o nosso voto nem o nosso consentimento para que os portugueses sejam convocados a fazer mais sacrifícios do que aqueles que são necessários...

 

(palmas)

 

Portanto para não decepcionar os portugueses que esperam saber o que é que o PSD vai fazer com a questão do Orçamento de Estado, quero uma última vez dizer, o PSD colocou duas condições mínimas para viabilizar o Orçamento de Estado. Primeiro o governo fixar objectivos mais ambiciosos para cortar na despesa e tem de o fazer porque a execução orçamental dos primeiros 6 meses revelou ser desastrosa. Portugal foi o único país em dificuldades na Europa cuja despesa cresceu nos primeiros 6 messes acima daquilo que estava previsto. Todos os outros conseguiram ter uma despesa abaixo daquilo que estava fixado e portanto todos eles nos primeiros 6 meses reduziram os défices e nós em Portugal nos primeiros 6 messes só não aumentamos o défice que era de 9,3 % como se recordam porque a receita fiscal tem estado acima do previsto, mas como todos sabem os impostos elevados não aguentam toda a vida e quando eles tiverem de vir (porque terão de vir) para níveis mais baixos, o que lá está hoje se nada for feito em contrário, é uma despesa enorme que nós não conseguimos suportar e o governo tem de mostrar claramente que depois do PSD ter feito o que era mais difícil, que era um partido de oposição ter dado o seu voto para que se aumentassem os impostos que é a coisa mais difícil que um partido que está no governo tem que decidir, espera agora que o governo faça o que lhe compete que é dizer não precisamos de ir ao bolso dos portugueses mais vez nenhuma porque já fomos com o aumento dos impostos agora cabe-nos a nós fazer a nossa parte que é diminuir a despesa pública...

 

(palmas)

PSD, PSD, PSD, PSD…

Infelizmente não tem havido o esclarecimento devido sobre esta situação, e por isso as pessoas não sabem o que é que vai acontecer, mas não é por causa do PSD. As pessoas não sabem se a despesa que fizeram agora a comprar livros para os filhos e outro material escolar se, à semelhança de outros anos anteriores, se vão poder ou não ver daqui a um ano no reembolso que vem do IRS, essas despesas reembolsadas. Aquilo que o governo quer é que não haja reembolso (e que aquilo que as pessoas tiveram este ano justamente de reembolso para o ano não tenham) o Estado vai ficar com mais. Dizem eles que isto é de justiça social… Segundo, as pessoas não sabem bem porque o governo não tem esclarecido bem, mas é importante que as pessoas saibam, que se esta ideia de justiça social for avante não só os reembolsos vão baixar como a partir de Janeiro os nossos vencimentos serão mais baixos, porquê? Porque o Estado por conta de ir buscar mais dinheiro, retém logo à cabeça nas retenções na fonte, mais dinheiro dos nossos ordenados, dos nossos vencimentos. Portanto reparem bem que aquilo que em nome da justiça social o que se está à espera de fazer é dar menos dinheiro de rendimento líquido disponível para as pessoas poderem gastar porque os ordenados irão baixar com o aumento das retenções e como se isso não bastasse o Estado ainda vai devolver menos dinheiro do que tem devolvido às pessoas, isto não é justiça social, isto é, aqueles que não fazem os seus trabalhos de casa decidirem da melhor maneira o problema do défice, que é, não estou eu para me maçar, os portugueses pagam de qualquer maneira, e se não pagarem de qualquer maneira é porque há um partido da oposição irresponsável que não nos deixa ir ao bolso dos portugueses, é esta a situação que estamos a viver...

 

(palmas)

 

É por isso que nós dizemos sem nenhuma dramatização, sem nenhuma histeria politica, nós julgamos que temos razão, e quando achamos que temos razão temos o dever de nos comportarmos com seriedade e com responsabilidade, querer fazer do PSD a muleta do PS e de qualquer orçamento que este partido apresente apenas porque o Presidente da República não pode convocar novas eleições nos termos da Constituição e porque o PS e o governo não estão na disponibilidade de emagrecer as despesas públicas como deviam. É uma perversão do sistema democrático, e não percebo (devo dizer), como é que tantos analistas que têm sempre uma visão tão ampla destas responsabilidades, não denunciam esta falsidade democrática em que estamos a cair, que é um governo que perdeu a maioria absoluta por nenhuma outra responsabilidade que não a sua própria e pela vontade dos portugueses, fazer chantagem com os partidos da oposição para que lhes deixem fazer aquilo que os portugueses não quiseram que eles continuassem fazer quando decidiram nas ultimas eleições...

 

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Portanto, é preciso acabar com esta arrogância de quem está no poder que acha que pode coagir todos a comportar-se como eles acham que devem comportar-se, quando a oposição decide alguma coisa que pode ser do agrado do governo, a oposição é responsável, mas quando a oposição não concorda com o governo, é irresponsável e cria crises… Que fique claro, o PSD não pautua o seu comportamento para agradar ao PS. O PSD pautua o seu comportamento a pensar no bem-estar dos portugueses. Não somos donos da verdade, disse-o no encerramento do congresso do PSD em que fui empossado, nós não somos donos da verdade, nós não queremos meter a nossa verdade pela goela abaixo dos portugueses, mas não aceitamos que outros o queiram fazer. Temos as nossas opiniões e convicções e seremos julgados em eleições por aquilo que defendemos. Não é o PS nem o Governo que julgam do alto da sua arrogância o nosso comportamento, serão os portugueses...

 

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Há quem esteja preocupado que nós possamos estar a esconder as nossas ideias. Nós que tivemos a coragem de dizer aquilo que era difícil e que renovo aqui, nós não queremos pôr as pessoas a pagar mais, nós sabemos que não é possível continuar a ter políticas públicas baseadas em impostos que estrangulam as famílias, as empresas, que matam a possibilidade de nós crescemos e voltarmos a criar emprego e é isto que se tem de decidir daqui para a frente ou fazer este exercício de ilusão de que temos um Estado Social fantástico. Obrigado Pedro Rodrigues, Sr. Presidente da JSD, por me abreviar essa descrição dos males sociais de que a sociedade portuguesa padece, do mau desempenho que tivemos ao longo destes anos enquanto país governado por políticas socialistas. Se tudo continuar assim, se nos mantivermos agarrados àquilo que está nós sabemos o que é que vai acontecer: as pessoas que têm rendimento mais elevados, da saúde, da educação, nos PPR’s, em tudo terão sempre a possibilidade de se defender, mas todos aqueles que têm menos rendimentos ficarão de facto com um Estado Social menos digno, menos justo e menos presente, e nós gostaríamos que isso não acontecesse. Defender hoje que aqueles que têm menos tenham melhores oportunidades é o mesmo que dizer que não podemos pactuar com a situação lastimável daqueles que têm mais recursos, que estão em posições públicas de maior relevo tenham por essa razão uma tratamento preferencial que a generalidade das pessoas não tem. Isto é assim nas empresas, é assim nos hospitais, é assim nas repartições públicas, é assim em todo o lado. Há quem diga que também é assim na justiça, e há muitas pessoas que sentem isso, quer dizer, nós que deveríamos estar preocupados, que independentemente da nossa condição económica, social, da nossa raça, do nosso credo religioso, o Estado nos tratasse da mesma maneira. Hoje não é assim, hoje verdadeiramente aqueles que ocupam lugares de maior relevo, aqueles que estão mais próximos dos que mandam, aqueles que estão mais próximos das empresas mais fortes, esses acabam por ter um tratamento preferencial, mas esses sempre têm melhores condições para assegurar a sua liberdade de escolha e todos aqueles que têm de esperar? Nas cirurgias, nas escolas porque o seu pedido de colocação seja aquele que eles querem porque normalmente não é, não se pode escolher, temos de comer aquilo que nos dão tarde e a más horas. Se nada fizermos estas injustiças vão se acentuar em Portugal. Nós queremos um Estado que seja mais independente e que seja mais moral, em relação a todos os portugueses mas em relação também ao seu próprio exemplo, que seja portanto mais transparente. Porque é que o actual não é? Dou-vos um exemplo claro, o governo renunciou a intenção de reprivatizar o BPN. Alguém sabe até esta data quanto é que custou a intervenção do Estado no BPN? Ninguém sabe, reparem bem nós não sabemos se a intervenção do Estado custou 2 mil milhões de euros ou 4 mil milhões de euros, mais do que todas estas deduções que o Estado quer ir buscar ao bolso dos portugueses, mais provavelmente do que o aumento dos impostos que foi decidido. Ora se foi assim, o Estado vai precisar de ainda buscar mais impostos para cobrir esta intervenção desastrada. Quanto é que custou? Porque é que não há transparência? Porque é que o governo antes de iniciar esta operação não diz claramente aos contribuintes, esta situação que ocorreu por falhas da regulação pública, por incompetência e desatenção públicas vai custar aos contribuintes este dinheiro. Mas, em compensação, aqueles que não foram diligentes, que não foram atentos, esses estão a braços com a justiça, foram condenados. Aqueles que no banco ludibriaram os seus depositantes estão condenados, custa esta factura aos portugueses mas todos aqueles que venham a ter comportamentos semelhantes para futuro sabem com o que contam, contam com uma mão de rigor e com uma mão pesada dos poderes públicos. Não é assim, o que se passa é o contrário, é a opacidade completa, não só a justiça está longe de estar concluída nestas matérias como ainda para mais, nós não sabemos qual é o valor da factura que vamos pagar por este erro das autoridades públicas e dos administradores privados daquela instituição. Então o que é que acontece? O que acontece é que passará haver um incentivo para que no futuro muitos outros se comportem desta maneira, porquê? Porque na altura devida, sem grande atenção pública, os contribuintes pagarão a factura, ela virá disfarçada numa recomendação da União Europeia, ou de uma agência de rating que dirá “a dívida pública está muito elevada tratem se fizer o favor de ter mais medidas adicionais para conter essa dívida e para não terem um défice tão grande”, é isto que vai acontecer para futuro, o que eu espero é que o governo ponha rapidamente cá fora as continhas todas sobre o que se passou no BPN e depois disso então que avance com uma reprivatização do BPN, mas não ao contrário, da mesma maneira que espero que o governo antes de apresentar o Orçamento de Estado, apresente uma avaliação intercalar das medidas que foram decididas com o PSD para a contenção da despesa pública porque essas medidas não sabemos como é que estão a ser executadas e só o governo é que pode dizer. Que haja transparência, que não haja ilusionismo, e que haja debate sobre o que é estruturante. A Constituição da República Portuguesa tem sido utilizada para criar um clima de falsa tensão no país, assim como que quem quiser mexer na Constituição que é um documento estruturante, só pode estar a querer fazer mal ao país e as pessoas… E tem havido uma falta de decoro tão grande nesta matéria que houve mesmo quem tivesse acusado o PSD não só daquilo que não está nas linhas essenciais da sua proposta, como naquilo que não está, nem nunca esteve nas suas intenções. Foi dito sem qualquer rigor e sem outro propósito que não seja o de assustar o país, que nós queremos acabar com a escola pública, queremos acabar com a saúde pública e que queremos o livre despedimento em Portugal e com esta trilogia há agora quem ache que vale a pena discutir a revisão constitucional. Imaginem, todos aqueles que têm até hoje dito que é inoportuno, para que o PSD só suscite esta questão depois das presidenciais, que esta questão não é importante, em dois meses isto passou a ser importantíssimo. E reparem bem o acto de ilusionismo, nós mantemo-nos na mesma, dissemos que os trabalhos difíceis devem começar primeiro (e a revisão da Constituição é um trabalho difícil), que algumas das políticas públicas que vamos ter de reformar para futuro terão de ter uma Constituição menos marcada por aquilo que é um programa de governo. Numa sociedade em mudança quanto mais rígida for a nossa Constituição, maior a dificuldade de qualquer governo, da sociedade, das pessoas encontrarem novas soluções em cada momento. E nós em Portugal temos uma Constituição, ainda ao fim destes anos todos, que ainda está tão marcada por essas preocupações que porventura poderiam ter feito algum sentido para muitas pessoas há alguns anos atrás, mas que hoje estão completamente desadequadas da realidade. Nós sabemos que estas políticas precisam de ser repensadas, e reparem, precisam de ser repensadas para que o nosso estado social seja mais forte e sobretudo para que ele seja mais digno e mais justo, que deixe menos pessoas de fora porque não são suficientemente ricas para poderem escolher, que deixem menos jovens à porta do emprego, apenas porque os empregadores têm receio de assumir compromissos com aqueles que contratam. Quando nós temos dificuldades desta grandeza o que é que fazemos? Metemos a cabeça na areia, dizemos que está tudo bem, ou começamos a conversar com inteligência para encontrar melhores soluções de futuro. Nós achamos que essa tarefa é difícil, tem de ser feita com todos os partidos e não pode deixar de avançar sem o envolvimento do PS. Já no passado, nas duas grandes revisões da Constituição que tiveram lugar só foi possível avançar porque, depois de muita insistência, o PS veio atrás das nossas preocupações e de cada vez que foi feita uma grande revisão da nossa Constituição o país viveu melhor, não há dúvida disso. Nós temos agora a oportunidade de fazer uma última grande revisão da Constituição e depois disso se a conseguirmos fazer talvez possamos ficar como aqueles países mais normais que não tem de andar em cada 5 anos a mexer na sua lei fundamental. E sabem qual é a nossa preocupação nessa matéria? É a de permitir que se o povo português quiser votar no PS para manter a actual situação, a Constituição não o impeça, mas se o povo português não se conformar com o nível do desemprego, não se conformar com os altos impostos que nós pagamos e se quiser ter uma sociedade e um Estado social mais justo e mais digno, permita ao PSD governar sem ser com as políticas do PS, é só isso que nós propomos...

(palmas)

 

E reparem portanto que até aqui nós não somos arrogantes porque nós não queremos que os outros, estando no governo, governem com as nossas ideias, mas vejam a arrogância de quem acha que pode ser dono da Constituição e deve impedir que se os eleitores o desejarem os outros possam governar de acordo com a vontade do eleitorado com as reformas que são necessárias. Deixem-me terminar, porque a minha intervenção já vai mais longa do que tinha pensado, dizer que o PSD tem a convicção de que precisamos em Portugal de encontrar um novo contrato entre o Estado e a sociedade civil e nesse contrato não há só os públicos e os privados. Nós sabemos que há quem se esqueça disto com muita facilidade mas nós temos isto muito presente: o terceiro sector, o sector da chamada economia social é cada vez mais relevante e vai ser cada vez mais importante para o futuro, na área da saúde, na área da educação, na área até da segurança social e da habitação. As mutualidades, as misericórdias, as instituições de solidariedade social, que têm uma oferta não lucrativa, não estão à espera de distribuir dividendos aos seus accionistas apenas pretendem oferecer melhores serviços. Todas estas instituições que vivem em Portugal a tornar o dia-a-dia dos portugueses menos difícil quando o Estado falha, e o Estado falha muitas vezes, estas instituições são cada vez mais necessárias para resolvermos os nossos problemas no futuro. Eu assumo o compromisso de tornar toda esta área da economia social como um dos objectivos mais relevantes nos próximos tempos da intervenção do PSD. Nós estamos muito preocupados em poder contribuir para aumentar o emprego garantido pelo crescimento da economia e muito preocupados e empenhados em garantir a todos aqueles que vão ficando pelo caminho e vão sendo cada vez mais na nossa sociedade, o apoio da sociedade e do Estado, a essas instituições que estão muito presentes e que têm uma capacidade para oferecer um trabalho mais humanizado, mais racional e mais próximo das pessoas que necessitam desse apoio. Por isso vamos apresentar no Parlamento um Projecto de Lei de bases da economia social, de modo a deixar clara qual é a nossa perspectiva sobre este domínio e ela é esta muito simplificadamente: quando o Estado atribui um apoio através dos impostos que cobra está apenas a redistribuir aquilo que a sociedade lhe dá, o dinheiro não é do Estado o dinheiro é nosso, de todos nós, não é justo que o estado queira ficar com todo esse dinheiro apenas para a oferta pública e não possa apoiar aqueles que têm uma oferta social que é relevantíssima para o país e portanto não queremos...

 

(palmas)

 

Não queremos que o Estado faça concorrência desleal com o nosso dinheiro a estas instituições que não buscam lucro, buscam apenas a satisfação de necessidades essenciais dos portugueses. Não é nenhum favor, não é nenhum favor encontrar um contrato novo com estas instituições. Por vezes o governo gosta mais de poder estar presente a dizer que amplifica a rede pública, mas poucas vezes o Estado pergunta àqueles que já intervieram, que investiram na área social se eles estão disponíveis para oferecer às pessoas um melhor resultado, e então o que nós precisaremos com estas duas preocupações é de ultrapassar de uma vez por todas este preconceito de que ou se está contra o Estado defendendo os privados ou se está contra os privados defendendo o Estado. Nós precisamos de um Estado mais presente naquilo que não podemos delegar a mais ninguém, precisamos de um Estado que se coloque acima dos interesses particulares mas que não esteja contra os interesses de alguns particulares, nós não queremos um Estado que ofereça uma justiça que como agora se viu concluiu ao fim de 8 anos um processo penal que promete ter ainda mais 3 anos de recursos em tribunais superiores, uma justiça que pode demorar até 11 anos a fechar-se e a transitarem em julgado não é uma justiça e nós não podemos ter em Portugal justiça privada, esta só pode ser uma função do Estado e não está bem…

 

(palmas)

 

Nós não podemos o Estado a distribuir favores em função dos amigos ou da influência política, temos de ter um Estado mais isento, e sobretudo não podemos ter um Estado que dá notícias em momentos de grande dificuldades de que quando se trata de alguém na área dos institutos públicos ou da administração directa do Estado se gastará tudo o que for necessário, porque o accionista contribuinte sempre pagará, é um sintoma dos tempos que vivemos que em Inglaterra a notícia seja a de que o Primeiro-Ministro decidiu que os membros do governo por norma tivessem de se deslocar em transportes públicos e que em Portugal a notícia seja a de que o Estado decidiu comprar até ao final do ano, mais 2500 viaturas gastando 35 milhões de euros... esta é a diferença…

 

(palmas)

 

É dentro destas preocupações que nós iremos pautar a nossa intervenção, dando aos portugueses a possibilidade de escolher no futuro um governo diferente mas um governo diferente que não seja só diferente no aspecto, sabem que às vezes só isso já não é mau, só isso já não é mau. Costuma-se dizer que às vezes é bom pelo menos que as pessoas que estão mais instaladas mudem, na expectativas de que os novos vícios demorem mais tempo, nos folguem um bocadinho e demorem mais tempo a instalar-se, mas o que nós queremos não é que esses velhos vícios voltem, o que nós queremos é que esse vícios acabem e que possamos dar aos portugueses o Estado que eles merecem e a oportunidade que eles merecem de se realizar, é justamente a pensar nas pessoas, na melhoria do país e das suas oportunidades no mundo em que vivemos que o PSD pautará o seu comportamento. Se isto desagradar a alguém não nos preocupa muito, o que é importante é que as pessoas percebam que não nos estamos a mover por interesses de ocasião, nem estamos aqui apenas para criar um barganha política com os nossos concorrentes. Os nossos inimigos e verdadeiros adversários são realmente as condições em que os portugueses vivem e a perspectiva de futuro que hoje se oferece quer a velhos quer a novos, e essa perspectiva tem de voltar a ser a da esperança e a da confiança e não a do redutísmo e da injustiça, obrigado a todos, parabéns mais uma vez à JSD...

 

(palmas)

 

E a todos aqueles que aqui durante estes dias estiveram a contribuir para mostrar ao país que no PSD nos preocupamos em estudar a sério os problemas e em formar devidamente os nossos futuros políticos, que sejam bem melhores aos olhos dos portugueses do que a última geração que pontuou em Portugal e que cada geração que venha a seguir consiga superar a anterior, é essa a espectativa que eu tenho sobre o vosso futuro também, um abraço e parabéns.

 

(palmas)

PSD, PSD, PSD, PSD

 
Dep.Carlos Coelho

De acordo com uma boa prática agradeço ao Dr. Pedro Passos Coelho o facto de ter aceite entregar os diplomas daqueles que tiveram aqui em 2009 e pedia-lhe o grande fazer de se juntar aqui a mim e ao Presidente da JSD e pedia àqueles que eu vou chamar para passar aqui, recolherem o diploma das mãos do Dr. Pedro Passos Coelho e a vossa recordação deste ano das mão do Pedro Rodrigues. Ana Rita Rodrigues Leitão, Maria Luísa Parracha, Liliana Vaz de Carvalho, Catarina Rocha Ferreira, Eduardo Freitas, Essi Silva, Guilherme Dias Bérrio, Manuel Lina, Luís Abreu, Vanessa Nunes, Catarina Castelhano, André Fernandes, Beatriz Ferreira, André Silva, Afonso Santos, Marta Pereira, Marco Saldanha, Firmino Serôdio, Filipe Martins de Almeida, Eduardo Carvalho de Sousa, Cristina Barros, Carla Freitas e Castro, Jorge Capela Pereira, João Azenha, Hugo Costa Sousa, Ilídio Moreira Leite, Inês Marques, Isabel Peixoto de Castro, João Conde, João Ribeiro, Pedro Estrela, Pedro Pinto da Cunha, Ricardo Encarnação, Rui Rebelo da Silva, Sónia Chelinho, João Paulo Meireles. Só chamei aqueles que tenho conhecimento que estão presentes, dizem-me que há mais 2 ou 3 presentes mas que eu não tinha na minha lista, farão o favor de a seguir ao final da sessão de me dar conhecimento disso e o Dr. Pedro Passos Coelho entregará pessoalmente lá em cima durante o almoço. Agora terminou a nossa sessão de encerramento, convido todos em nome do Dr. Pedro Passos Coelho e do Presidente do Instituto Sá Carneiro para um almoço de despedida que vai ocorrer no 1º andar, muito obrigado e até já.

 

(palmas)

 

PSD PSD PSD PSD PSD  

 

JSD JSD JSD JSD JSD JSD

 

Alunos de Universidades de Verão anteriores que não vêm receber diplomas mas que estão presentes e disseram que estavam, para recolher a recordação deste ano podem-se juntar agora a mim e ao Pedro Rodrigues aqui junto ao púlpito, muito obrigado. 

 

 

 

 

10.00 - Avaliação da UNIV 2010
12.00 - Sessão de Encerramento da UNIV
13.00 - Almoço com participantes de anteriores UNIVs