ACTAS  
 
03/09/2010
Jantar-Conferência com o Dr. Alexandre Relvas
 
Dep.Carlos Coelho

Sr. Dr. Alexandre Relvas, começamos os jantares conferência da Universidade de Verão com um momento cultural protagonizado pelos jovens participantes, trata-se da selecção e da leitura de dois poemas, vamos ter hoje o grupo rosa e o grupo bege, o grupo rosa através do João Tiago Valente escolheram um poema pelas seguintes razões, recordam que o poema que vão ler é de um autor anónimo com quanto nem só de nomes célebres e conhecidos faz a cultura, o grupo rosa dedica este momento cultural ao Dr. Alexandre Relvas pois enquanto social-democrata comungará certamente como nós da admiração e respeito pelo grande senhor que inspirou este poema, escolhemos este poema pois estamos famintos de seriedade, da busca pela ética e pelas convicções tão queridas a Francisco Sá Carneiro, este poema pretende ser uma solene demonstração da batalha que Sá Carneiro travou em virtude de uma necessária mudança, mostra a força com que sempre se ergueu mesmo perante as situações mais difíceis, com este poema pretendemos abrir horizontes para ter paz, pão, direitos do povo, e liberdade. Depois teremos o grupo bege com o Tiago Cartaxo e a Marta Sampaio Gomes que escolheram um poema de Alexandre O’Neill chamado ''Fala'' e a razão da escolha do grupo bege é a seguinte, sempre foi impossível conceber a política sem comunicação e no âmbito da formação que temos recebido na Universidade de Verão, aprendemos que para intervir activamente na sociedade é fundamental comunicar bem, falar é transmitir ideias mas é também transmitir sentimentos, criar emoções no nosso receptor, a sério ou a brincar, ao telefone ou ao vivo, gravado ou em directo, baixinho ou em alta voz, conquistar o nosso público, é uma arte e na perspectiva do grupo bege, o poema que vão ler é a solução para o sucesso, vamos ouvir pois os poemas dos grupos rosa e bege.

 
João Tiago Valente

“Erguei-vos ó homens, não fiqueis caídos

que a hora é grave e de provação,

seja dura a peleja, ai dos vencidos,

não tenhais piedade, menos compaixão.

Rufai, rufai tambores, incitai à luta,

há um grito de raiva no que escrevo,

nego um absinto, antes a cicuta,

mais vale a morte, que escravo de servo.

Vinde a mim todos os estigmatizados,

todos os esquecidos, a que chamam ralé,

todo os famintos, todos os abandonados,

morrer como as árvores que caem de pé.

Lutai, que há-de ser bem rija a batalha,

cedo vento forte, não só fresca aragem,

mostrai a vossa nobreza à vil canalha,

que um homem não caia se morre com coragem.

Erguei-vos e caminhai, nunca fiqueis caídos,

porque nada vale a vida na escravidão,

eis a canção digesta()? de um povo desvalido,

que sem medo ergueu a voz e disse: Não!

Um dia, o vento ao passar nas ramagens,

há-de trautear um poema aos que virão,

para falar de um povo, que com muita coragem,

venceu a vil mentira, para ter paz e pão.”

 

 

(palmas)

 
Tiago Cartaxo

Fala a sério e fala no gozo

Fá-la pela calada e fala claro

Fala deveras saboroso

Fala barato e fala caro

Fala ao ouvido fala ao coração

Falinhas mansas ou palavrão

Fala à miúda mas fá-la bem

Fala ao teu pai mas ouve a tua mãe

Fala francês fala béu-béu

Fala fininho e fala grosso

Desentulha a garganta levanta o pescoço

Fala como se falar fosse andar

Fala com elegância - muito e devagar

 

(palmas)

 
Fernando Gomes

Boa noite a todos, em nome do grupo azul gostaria de cumprimentar o nosso magnífico reitor Dr. Carlos Coelho, o Presidente da JSD Pedro Rodrigues, membros da Direcção Nacional do PSD e da JSD, ao Joaquim Biencar que hoje nos acompanha e também ao Carlos Lopes...

 

(palmas)

 

E a todos os restantes dirigentes da JSD que connosco estão, permitam-me que saúde o regresso do Dr. Alexandre Relvas a esta casa que foi, é e sempre será sua, obrigado pela sua presença nesta 8º edição da Universidade de Verão da JSD, PSD e Instituto Sá Carneiro. Nasceu em Luanda no ano 1956 tendo-se licenciado na Universidade Católica de Lisboa em Administração e Gestão de empresas e cedo sobressaiu como um dos melhores alunos do seu ano e foi um exemplo para os seu colegas, ao longo do seu trajecto teve a oportunidade de contribuir no mundo empresarial ao serviço da causa pública e em projectos de responsabilidade social, nomeadamente no projecto que é a DIM, destaco aqui algumas funções também com que ele nos foi presenteando nestas suas três vertentes da sua vida como foi ter sido Secretário de Estado do Turismo, Presidente do Instituto Francisco Sá Carneiro, mandatário da candidatura do Professor Aníbal Cavaco Silva onde depois e devido a muitas coisas foi apelidado como o “Mourinho da política”, é hoje CEO de Logoplaste e ainda proprietário e administrador da Herdade de S. Miguel, diz quem já teve a oportunidade, eu nunca tive, de privar com ele que é uma pessoa muito calma, participa com toda a simpatia e interage com uma visão sempre empreendedora, visionária, descontraída e muito, mas muito inteligente. Alunas e alunos desta Universidade de Verão, distinta organização que nos tem presenteado com um evento com muitos pormenores, com muito pensamento e com uma grande parceria com os alunos, gostaria neste momento que se juntassem a mim, neste brinde ao nosso convidado de hoje ao Dr. Alexandre Relvas, mas deixem-me dizer uma coisa antes, caro Dr., bem sei que este não é um vinho da sua Herdade, não é da sua produção mas espero eu que lhe agrade a si tanto como a sua presença nos agrada a nós, brindemos.

 
Dep.Carlos Coelho

Sr. Dr. Alexandre Relvas, Sr. Presidente da JSD, Sr. Deputado José Matos Rosa, Sr. Director Adjunto da Universidade de Verão, Srs. Conselheiros, Srs. Avaliadores, minhas Sras. e meus Srs., o Fernando fez o favor de dizer quase tudo na apresentação do nosso convidado de hoje, o Dr. Alexandre Relvas é um homem notável, é um gestor de excepção, um grande gestor de equipas, um homem com sensibilidade política e com méritos firmados na área empresarial, tive o privilégio de o conhecer enquanto colega do governo, mais tarde cruzámo-nos na vida quando ele foi meu chefe, ele Presidente do Conselho de Administração do Instituto Sá Carneiro e eu com muito orgulho seu Vice-presidente e desde essa altura concedeu-me o privilégio da amizade que tento retribuir, é um homem com quem aprendemos sempre, particularmente inteligente como o Fernando teve a ocasião de sublinhar, com muita iniciativa e que enquanto Presidente do Instituto Sá Carneiro deu a maior prioridade à área da formação política e designadamente à realização desta Universidade de Verão. O Dr. Alexandre Relvas tem como desporto, tem como hobbie desporto, ténis como praticante, futebol com espectador e apoiante do Sporting, presumo que vá desapontar a alguns…

 

(palmas)

 

A comida preferida não é mais ecléctica, é o polvo, mas gosta de qualquer prato de polvo acompanhado de um vinho tinto alentejano em especial do Redondo, o animal preferido dele é o leão que é também o signo dele, o livro que nos sugere de Fernando Pessoa o livro “Desassossego”, o filme que nos sugere “Gandhi”, grande filme, e a qualidade que mais aprecia nos outros é a honestidade. Dr. Alexandre Relvas, eu tenho como sabe, não é a primeira vez que aqui está num jantar-conferência, o privilégio de lhe fazer a primeira pergunta, depois teremos as perguntas dos grupos, o que é que eu posso perguntar ao Dr. Alexandre Relvas? Posso perguntar tudo, que ideias tem de economia, o que é que ele acha que é importante para o país, como é que ele acha que o partido se podia organizar, que metas essenciais deve ter a família social-democrata, devo confessar-vos que a primeira pergunta que nos ocorreu e foi aliás a primeira razão que nos levou a convidar o Dr. Alexandre Relvas, ele permitirá em inconfidência, foi o facto de nós querermos ter nesta Universidade de Verão a sensibilidade do sector primário, achamos que há um problema de falta de atenção para o sector primário e quando se estava a discutir o que era importante no sector primário, nesta lógica como vocês já sabem dos jantares-conferência, portugueses que se destacaram com relevância internacional, foi a enologia, os vinhos portugueses estão cada vez mais e bem afirmar-se lá fora e falamos ao Dr. Alexandre Relvas para nos vir falar de enologia e dos vinhos S. Miguel que o Fernando já referiu. E este homem, que é um homem notável, que esta à minha direita, eu digo isto sabendo que sou parcial porque sou amigo dele, teve um gesto humilde e disse eu não sou a pessoa indicada para falar sobre isso, eu tenho uma pequena produção, sou um pequeno produtor, não sou referência nacional na enologia e ofereceu-se com a generosidade que o caracteriza para mediar o contacto com outros grande produtores que exportam muito para termos aqui alguém do sector primário e nesta relação que é sempre uma relação muito interactiva, entre a direcção da Universidade e o presidente do partido, eu reuni com o Dr. Pedro Passos Coelho e disse “olhe, a resposta do Dr. Alexandre Relvas é esta” e resposta do Presidente do partido foi “não, acho importante que o Dr. Alexandre Relvas possa estar convosco na Universidade de Verão e vamos mantendo o convite mesmo falando doutra matéria”, e em bom rigor ele é um exemplo de sucesso com a Logoplaste, não vos vou falar da Logoplaste, alguém falará com mais autoridade do que eu, mas enche-nos sempre de orgulho enquanto portugueses quando vemos uma empresa que não se limita ao provincianismo do mercado e é capaz de afirmar a qualidade do produto português lá fora e em muitos países e portanto a primeira pergunta que eu faria com uma grande latitude porque estou certo que o Dr. Alexandre Relvas nos vai ajudar a reflectir como é que Portugal pode ser mais competitivo e dinâmico na sua afirmação empresarial e económica no mundo, é que nos explique isto, Dr. Alexandre Relvas como é que uma empresa portuguesa pode ser líder de mercado lá fora, como é que uma empresa portuguesa pode estar em tanto lado, qual é o segredo do sucesso que faz na área comercial a bandeira Portuguesa estar em tantos países, minhas Sras. e meus Srs. connosco hoje para responder à minha pergunta e às vossas perguntas, o Dr. Alexandre Relvas.

 

(palmas)

 
Dr.Alexandre Relvas

Boa noite a todos, o Carlos já tem um mote de apresentador de televisão que lhe fica bem e portanto começo por o cumprimentar por isso, não estiveram a falar de mim nesta apresentação, o Fernando porque não conhece e contaram-lhe verdades que não são verdades e ao Carlos perdoem-lhe os excessos da amizade, eu do Fernando, eu não fui exemplo para os meus colegas fui um entre muitos da Universidade Católica, não fui mandatário do Professor Cavaco Silva ainda não tenho idade, fui director da campanha de Professor Cavaco Silva, o mandatário foi o Professor João Lobo Antunes, eu gostava que dissesses à minha mãe que eu fui sempre muito calmo porque esses é um dos problemas do nosso relacionamento...

 

(palmas)

 

Porque ela queixa-se exactamente do contrário, das hiperactividades. Para aqueles que não gostam do Sporting, eu muitas vezes também não estou contente com o Sporting...

 

(palmas)

 

Mas sou fiel às minhas convicções e nunca abandono o Sporting.

 

(palmas)

 

Eu não consigo tratar o Carlos Coelho nem por professor, nem o Pedro por professor ou doutor nem por magnífico reitor, e as minhas primeiras palavras são para agradecer o convite ao Carlos Coelho, é a 3º vez que estou na Universidade de Verão, faço com grande prazer e é um prazer falar com aqueles que estão aqui presente, é um prazer poder dialogar com vocês e estejam à vontade no fim da exposição para fazerem as perguntas que entenderem. Quero além desta grande agradecimento ao Carlos começar por vos dar os parabéns por esta iniciativa da Universidade de Verão, já não sei quantos anos tem esta iniciativa, o que é importante é que ela se tornou um marco na vida política nacional e por isso quero vos dar os parabéns a todos aqueles que participam na organização, à JSD em particular, ao Carlos, aqueles que ao longo dos anos aqui vamos encontrando e que dão o melhor de si para que este evento corra como vocês sabem com enorme profissionalismo e muito em particular ao Carlos que é a alma do evento. Eu ouvi o poema sobre Francisco Sá Carneiro e queria destacar uma frase que me ficou quando quem disse o poema, agora não sei o nome, “um homem não cai se morre com coragem'' e de facto isto traduz a forma de vida de Francisco Sá Carneiro e quando estava a ouvir o poema, “um grito” como se chama, eu lembrei-me que podia reafirmar hoje uma proposta que já fiz ao Instituto Sá Carneiro, uma carta que deixei quando saí da presidência do Instituto e que aproveito a oportunidade para fazer agora ao magnífico reitor da Universidade de Verão e ao Presidente do Partido que aqui estará presente, que este ano assinalam-se 30 anos da morte de Francisco Sá Carneiro e o partido não pode ignorar a passagem destes 30 anos e deve aproveitar para relançar todo um conjunto de iniciativas que permitam assinalar com dignidade essa passagem dos 30 anos, fez isso nos 25 anos, fez isso nos 20 anos e é tanto mais importante quanto as novas gerações, que cada estão mais afastadas dele porque a vida é assim e vale a pena recordar as ideias, vale a pena recordar a coragem, vale a pena recordar as convicções, vale a pena recordado o sentido ético, eu devo-lhes dizer que se há algo que guardo na memória destes anos que fui Presidente do Instituto foi a obrigação que senti de reler uma parte importante da obra de Francisco Sá Carneiro e é de facto fortemente inspiradora e pode ser inspiradora para todos aqueles como vocês que têm uma vontade de ter uma intervenção pública, uma intervenção política, e pode ser inspiradora para a actual direcção do PSD. Sá Carneiro tinha uma ideia clara par Portugal, o PSD tem que apresentar uma ideia clara Para Portugal, Sá Carneiro lutava com convicção pelas suas ideias, a actual direcção só PSD tem que lutar convicção e de forma coerente pelas suas ideias, Sá Carneiro tinha um elevadíssimo o sentido ético como com certeza tem a actual direcção do PSD, portanto ele pode ser fortemente inspirador e tinha na política um aspecto que eu valorizo fortemente, ele era inspirador, ele emocionava e na política para além do pragmatismo das ideias, tem que se emocionar se sequer por exemplo ter maiorias absolutas, tem que se conseguir mobilizar os portugueses se se quiser apresentar, ou se quiser vir a implementar um projecto esperança. O Carlos colocou aqui muitas perguntas, eu posso responder a esse conjunto de perguntas no fim da minha intervenção se vocês quiserem voltar a colocá-las, eu vou responder à questão inicial que ele me colocou quando me convidou para vir que foi falar sobre a Logoplaste, sobre a minha experiência empresarial, portanto eu vou tentar enfim através de 15 ou 20 slides dar-vos um perspectiva do que é que é esta empresa e chamei a estratégia da Logoplaste, e vou vos pedir perdão porque uma parte dos slides serem em inglês, eu não fiz a tradução presumi que 99% de vocês estão à vontade em inglês, e esta é a apresentação que nós muitas vezes fazemos da empresa, ou muitos destes slides fazem parte da apresentação que muitas vezes fazemos da empresa. Uma empresa para aqueles que estudaram gestão, esta é uma forma habitual de apresentar, para aqueles que não estudaram quando se apresenta uma empresa a primeira ideia que normalmente se faz é falar na missão da empresa, como é que a empresa se apresenta numa forma muito simples, nós na Logoplaste temos como objectivo ser a escolha natural para todas as grandes empresas no mundo e sublinhem este no mundo, que tenham necessidades de embalagens rígidas e plásticas, já vos falo mais à frente sobre isso, e procuramos servir essas empresas com sentido de parceria, nós não chamamos clientes às empresas com que trabalhamos, chamamos parceiros, procuramos dar um serviço global a estas empresas, trabalhamos de uma forma muito específica nós produzimos as embalagens dentro das instalações dos nossos parceiros e temos normalmente com os nossos clientes uma relação de longo prazo. Como uma imagem é só melhor que mil palavras aqui têm alguns exemplos de embalagens que produz a Logoplaste, e viver aqui em Portugal é impossível não tocar diariamente num produto produzido pela Logoplaste, nós fazemos a generalidade das embalagens de iogurtes, a generalidade de embalagens de água, a generalidade de bebidas gaseificadas, manteigas, margarinas, enfim como podem ver fazemos óleos lubrificantes, fazemos produtos de higiene pessoal, de higiene de casa, portanto temos um espectro muito alargado de produtos e continuando com imagens esta é tipicamente uma unidade de produção da Logoplaste, e o nosso conceito em inglês chama-se all in the wall eu já vos explico porquê, no lado esquerdo têm os espaço de produção, esta é uma nossa fábrica em Inglaterra em que fazemos um produto para a Procter&Gamble que é o Fairy, que é um detergente. Depois têm um conjunto de transportadores ali na imagem à direita em baixo que levam as embalagens para a linha de produção dos nossos clientes e as embalagens passam por um buraco na parede, e por buraco na parede por isso é que nós chamamos all in the wall e entram directamente nas linhas de enchimento dos nossos clientes, portanto este é tipicamente uma unidade de produção da Logoplaste. Este conceito, eu quero aqui passar muito rapidamente apenas para vos dizer nós quando investimos numa nova fábrica só não são nossas as paredes, o espaço é nos cedido pelo nosso cliente, os equipamentos são nossos, as pessoas é da Logoplaste assim como as matérias-primas, e estes contractos que estão na base de instalação destas fábricas têm que ser naturalmente contractos a médio e longo prazo que nos permitam amortizar o conjunto dos investimentos que fazemos. Alguns factos sobre a Logoplaste, a empresa foi fundada em 1976 por um homem extraordinário que é o Sr. Marcel de Botton, um homem à frente do seu tempo, sempre foi um visionário, é uma empresa portuguesa com sede em Cascais, hoje temos 60 fábricas, estamos presentes em 16 países, não vos vou nomear os países, no nosso sector estamos entre as 5 maiores empresas do mundo, somos a maior em Portugal, a maior no Brasil dentro do nosso conceito somos a nº 1 na Europa e no Brasil, transformamos 160 mil toneladas de matérias-primas, para terem um ideia um grande camião são 25 toneladas, portanto são muitos milhares de camiões de matérias-primas que transformamos, produzimos 7.200 milhões de embalagens e obedecemos a todos os sistemas de qualidade que são implementáveis no nosso sector. Este é o mundo Logoplaste nós hoje temos fábricas, está ali um pouco exagerado, isto é uma apresentação comercial, não estamos no Alasca mas estamos nos Estados Unidos, o Alasca faz parte dos Estados Unidos, temos fábricas na Rússia, não estamos em Vladivostoque estamos apenas em S. Petersburgo mas temos o mapa inteiro da Rússia mas uma verdade é que temos fabricas de Vancouver a Petersburgo, temos fábricas de Curitiba a Kuala Lumpur, temos fábricas em Portugal, eu aqui chamo a atenção quando olham para o mapa no mundo ocidental é uma coisa que nós muitas vezes nos esquecemos da posição de Portugal, vejam a posição de Portugal no mundo, é central, Portugal tem uma enorme vantagem comparativa e nós temos na gestão destas operações por estar a meio dos fusos horários, a meio deste espaços para fazer viagens e para gerir uma actividade de uma empresa multinacional. Porque é que fomos para o exterior? Eu diria que quando falamos deste assunto há duas razões, um factor a necessidade e o outro factor a oportunidade, eu há pouco falava aqui com colegas vossos, eu vou aproveitando para dar-vos algumas mensagens, o mundo como vocês o têm que encarar, sendo nós portugueses e apesar de gostarmos imenso do nosso país, ninguém nos dá a nenhum de nós pessoalmente lições de patriotismo mas o nosso país é pequeno, somos 10 milhões de pessoas, no Brasil é o estado do Espírito Santo que é dos estados mais pequenos do Brasil e portanto o nosso mundo tem que ser pelo menos a Europa e deve ser o próprio mundo, devemos ter uma visão alargada do nosso espaço de referência, e nós por essa dimensão do mercado interno porque precisávamos de aumentar a capacidade competitiva através da escala, por uma questão de credibilidade porque as grandes multinacionais querem trabalhar com empresas com dimensão, nós tínhamos que ir para o exterior, por outro lado há momentos que são momentos de oportunidade, nós apanhamos a situação da Europa a seguir ao tratado de Maastricht e a construção da Europa levou uma profunda reorganização empresarial e muitas empresas passaram a olhar para o mercado da Europa em conjunto e reorganizaram e centralizaram produção, e ao centralizarem produção repensaram a sua cadeia de valores e nós tiramos partido que empresas que repensando sua cadeia de valor quiseram repensar como é que produziam as suas próprias embalagens, por outo lado também para aqueles que estudaram gestão mas compreensiva para os que não o estudaram, cada vez mais as empresas não querem ter activos tudo o que, podendo fazer a mesma actividade sendo os activos dos outros, preferem que os activos sejam dos outros, cada vez mais as empresas querem concentrar naquilo que é fundamental para a sua actividade, por exemplo uma empresa como a Nestlé quer-se concentrar, dou o exemplo de um produto, da Cerelac, quer-se concentrar na qualidade do produto, quer-se concentrar no marketing do produto, quer-se concentrar na distribuição do produto, está pouco preocupada com quem faz as embalagens e quem é que faz as etiquetas, e portanto é este conceito que digo para a Nestlé generalizava para as grande multinacionais. Por outro lado, os mercados financeiros cada vez mais levaram as empresas a preocuparem-se com aquilo que eles chamam o return on investment e o economic value, ou seja as empresas pensarem quando é que ganham por cada escudo que investem, isso faz minimizar o valor dos seus investimentos, portanto são estes conjuntos factores que nos levou a partir para o exterior, uma questão de oportunidade, tínhamos ali a oportunidade e uma questão de necessidade. Estes são os nossos clientes, uma parte dos nossos clientes, conhecem muitos dos nomes, eu digo com orgulho que nós trabalhamos com as empresas mais exigentes do mundo em termos de embalagens e é isso que faz uma empresa ser boa, é ter clientes muito exigentes e ao ter clientes muito exigentes, ela cada vez é obrigada a ser melhor e cada vez pode transferir as boas praticas que consegue com um cliente para os outros clientes, nós trabalhamos desde a Procter&Gamble que é das maiores empresas do mundo à Reckitt Benckiser, Água do Luso, Água do Vimeiro, temos uma fabrica aqui em Castelo de Vide, para o ano podemos incluir até se quiserem nas iniciativas aqui da Universidade de Verão uma visita à Logoplaste, fazemos aqui as embalagens da água Vitális, trabalhamos com grande parte das maiores empresas leiteiras do mundo, nós apostamos muito no mercado leiteiro porque o mercado leiteiro os produtos tem mais valor acrescentado, são mercados mais estáveis, trabalhamos com o número um de Portugal, número um de Espanha, número um de França, número um de Inglaterra, número um no Canadá, número um da República Checa, portanto temos um peso muito forte, temos pesos muito fortes nas gorduras, trabalhamos com a Sovena, um caso interessante, a Sovena é uma extraordinária empresa portuguesa que está a ganhar uma liderança mundial no sector do azeite, nós começamos a trabalhar com eles em Portugal depois fomos com eles para Espanha e agora fomos com eles para os Estados Unidos. Com muitas destas empresas por exemplo, com a Danone nós trabalhamos em Portugal, trabalhamos em Espanha, nas Canárias e trabalhamos no Brasil, muitas destas empresas nós vamos trabalhando em vários mercados, têm ali produtos que vocês utilizam com regularidade além dos produtos feitos em Portugal, por o exemplo a Heinz, nós fazemos os ketchup, nós fazemos as embalagens de ketchup na Holanda para toda a Europa, fazemos embalagens para a Exxon Mobil, estamos neste momento a lançar um projecto nos Estados Unidos com a Diageo em que vamos pôr embalagens de plástico o Johnny Walker, o Smirnoff, enfim várias bebidas espirituosas. Esta é a divisão dos nossos clientes, só para mostrar, é um aspecto para nós importante, temos um risco muito distribuído, não dependemos de nenhum cliente em especial, temos uma concentração muito forte no sector alimentar, e aqui é para chamar a atenção por opções estratégicas, muitas vezes não sabemos porque mas o mundo pois mostramos que há opções que são certas, nós tomamos sempre a opção de ter pelo menos 75% da nossa actividade em alimentação e bebidas, e a crise actual mostrou quão certa foi essa opção porque nós passamos pela crise praticamente sem ser tocados, porque o último produto em que há redução de consumo é na alimentação e bebidas, e dentro da alimentação e bebidas vejam os produtos lácteos em que normalmente também não há redução de consumo, ninguém deixa de beber leite por muito que seja a crise a não ser que esteja numa situação pessoal limite. Esta é a evolução das vendas da Logoplaste, vejam o que seria a Logoplaste se tivesse permanecido em Portugal, é o azul-escuro, o termos começado a internacionalização em 1992 permitiu-nos hoje ser uma empresa que tenha crescido 16% ao ano, nós de forma sistemática temos crescido 16% ao ano, e sermos uma empresa que vai este ano facturar cerca de 350 milhões de euros. As vendas por países também para terem ideia, Portugal ainda é o maior país, a partir do próximo ano já não é passa a ser o Reino Unido, Brasil, temos uma presença forte em Espanha, França, na Holanda e depois Estados Unidos, Canadá são países em que entramos nos últimos 2 anos e que agora vão começar a crescer e portanto também vão aumentar o seu peso, agora Portugal que é a nossa base e somos uma empresa portuguesa e gostamos de reafirmar, eu depois falarei sobre isso, e gostamos de reafirmar-nos como empresa portuguesa mas vai deixar de ser o nosso principal mercado. Em termos estratégicos, antes de falar em estratégia normalmente nós falamos do nosso mercado, o mercado das embalagens é um mercado colossal, é um mercado de 300 biliões de euros ou de dólares no mundo, vejam a dimensão e que cresce 4% ao ano, cresce normalmente acima do produto, dentro deste mercado, os plásticos representam praticamente 38% e o nosso mercado 23%, agora o que é importante é que o nosso mercado cresce acima do mercado das embalagens e que claramente acima do mercado do produto, portanto para nós olhando para o futuro, estes são números que nos entusiasmam porque sabemos que vamos ter um crescimento significativo da nossa actividade. o que é que é a nossa estratégia? Nós somos uma empresa muito simples e gostamos de resumir em termos simples aquilo que são as nossas ideias, nós só queremos fazer unidades de acordo com o conceito que eu vos apresentei e portanto somos uma empresa muito focada, queremos crescer no mínimo 15% ao ano não apenas para crescer mas porque isso é importante para ser-mos competitivos, queremos ser uma empresa global e portanto estar presente na generalidade dos mercados mundiais, os segmentos são aqueles que eu vos falei e queremos mantermo-nos nesses segmentos, há outros segmentos que utilizam embalagens que nós não usamos, os farmacêuticos, as cosméticas porque são segmentos em que a natureza do produto da embalagem é diferente daquela que nós fazemos, queremos trabalhar com as grandes multinacionais, temos uma preocupação em não sermos vistos apenas como uma empresa industrial mas cada vez nos integramos mais em toda a cadeia de valor do nosso cliente e começamos a investir aqui há uns anos numa actividade que hoje é decisiva e eu digo com pouca modéstia mas é uma verdade, nós somos dos melhores do mundo em termos de criação de embalagens e em termos de inovação e desenvolvimento, isso é que nos faz hoje ter-mos uma posição fortemente competitiva no nosso sector, queremos ter uma situação financeira equilibrada naturalmente e temos uma política de sustentabilidade, de responsabilidade social sobre a qual eu também já vos falarei a seguir. Há uma pergunta que me fazem com frequência, qual é que é o nosso objectivo? O objectivo das empresa normalmente é lucro, nós temos como objectivo é garantir o futuro, nós queremos é garantir que daqui a 5 anos, a 10, a 15 anos estamos cá, isso implica naturalmente satisfação dos cliente, implica crescimento, implica que sejamos rentáveis e que tenhamos equilíbrio financeiro, implica que sejamos capazes de mobilizar talentos, pessoas com qualidade, implica que tenhamos uma política de sustentabilidade, nós mais do que pensar naquilo que eu chamo ali as best practices, quem é que faz melhor do que nós no nosso sector, a nossa opção é junto dos nossos clientes saber o que é que vai ser no futuro o que é eles nos vão pedir da daqui a uns anos ou dois, nossa opção é saber quais é que são as next practices como ali apresentamos, e sendo uma empresa em 16 países hoje temos uma preocupação em manter a cultura da empresa e portanto sermos uma Logoplaste apesar dessa presença nos diversos países. Estes objectivos obviamente se eu quisesse sintetizar temos duas preocupações fundamentais, de todos aqueles uma é termos uma situação económica e equilibrada e sermos pelo menos sermos tão bons como os nossos clientes, não vos vou pedir para analisarem aqueles números em pormenor, mas nós temos do ponto de vista económico e portanto de capacidade de vender e de comprar em boas condições e do ponto de vista financeiro, uma situação muito equilibrada quando nos comparamos com os nossos concorrentes, portanto estamos sistematicamente a rever a nossa posição face aos nossos concorrentes e temos também a preocupação de ter a percepção do que é que pensam os nossos clientes, e o nosso objectivo, isto não é assim para todos os clientes mas o nosso objectivo é que todos os clientes nos vejam como nos vê a Arla, a Arla é o nosso maior cliente, é a empresa que faz o leite do dia em Inglaterra e que tem a maior quota de mercado em Inglaterra e quando começou a trabalhar connosco, tem aquela imagem da Logoplaste extremamente responsável, uma empresa que não dá negativas, ou que não apresenta negativas, extremamente inovativa que se acomoda às realidade uma can do attitude, uma atitude de poder fazer, de somos capazes de fazer sistemática e naturalmente, tão importante como as outros factores ter preço, ter um preço competitivo. Vocês olhem para estes pontos e vejam que têm muitos a ver com a personalidade portuguesa, nós quando falamos dos portugueses gostamos de falar da capacidade do desenrascanço, nós desenrascámo-nos muito bem perante qualquer situação resolvemos, a necessidade de desenrascanço é normalmente o atributo da mediocridade porque só se precisa de se desenrascar quem não faz bem à primeira ou quem não é capaz de fazer bem a tempo, o que nós deveríamos ressaltar são aspectos da nossa atitude, aspectos como eles dizem, a capacidade de nos acomodarmos às situações, de perante uma situação nova nós sentirmos confortáveis com essa situação e dar respostas, a nossa dificuldade que é muito portuguesa de dizer não, nós preferimos encontrar soluções do que dizer não, a nossa capacidade de ser extremamente responsáveis perante objectivos e perante responsabilidades que nos apresentam. Sobre os nosso clientes, eu aqui queria chamar a atenção para um aspecto que é importante para a compreensão da forma como nós nos vemos, o mundo mudou extraordinariamente nos últimos anos e hoje quem compete nos mercados não são empresas, são ofertas, a Danone não compete com a Nestlé, a Volkswagen não compete com a Ford, mais do que as duas empresas a competirem são as ofertas, são os carros ou os produtos que cada uma dessas empresas apresentam, e que resultam no trabalho de múltiplas empresas, quando a Heinz lançou a nova embalagem, a generalidade de vocês conhecerá, o trabalho que está ali na basic veio marcar definitivamente aquele produto não apenas da Heinz é de uma empresa como a nossa que participou activamente, das empresas que fizeram as etiquetas, das empresas que fazem todo o sistema de logística, portanto quando hoje há um produto lançado no mercado ele resulta de um trabalho em rede de múltiplas empresas e o que nós queremos tirar partido é dessas redes e inserirmo-nos nessas redes que são cada vez mais prevalecentes e por isso é que eu digo ali que hoje há um novo quadro de referências das relações empresariais, e neste novo quadro é necessário porquê? Porque há cada vez mais escassez de recursos, cada vez a tecnologia é mais profunda e portanto isso exige especialização, cada vez é preciso mais flexibilidade, uma empresa como a Danone ou como a Nestlé mais uma vez quer lançar um produto novo, não quer correr o risco de todos os investimento associados a esse produto e portanto se fizer um outsourcing, portanto se recorrer a uma outra empresa tem possibilidade de minimizar o seu risco, pois economias de escala e obviamente quanto maior são as empresa maiores são os limites á capacidade de gestão e tudo aquilo que se puder atirar para o exterior é importante. Portanto, estas redes como eu digo ali potenciam a capacidade de inovar, potenciam a velocidade de resposta, potenciam os níveis de qualidade, eu vou saltando alguns slides para chamar a atenção de um aspecto no qual temos investido fortemente, Johnson & Johnson enfim, muitos de vocês conhecem, nós fazemos para a Johnson & Johnson embalagens de um produto que é o Listerin, mais uma vez fazemos em Roma, Itália, para toda a Europa e vejam o que é que é importante para uma empresa como a Johnson & Johnson, querem um fornecedor reliable, querem qualidade, querem valor, competitividade, querem proactividade e transparência, agora o que eles consideram que estão no topo, são os fornecedores inovadores e que os possam servir seguir para novas regiões, isto tem muito a ver com a Logoplaste, nós hoje queremos dar uma resposta global aos nossos clientes e ter capacidades de inovação, eu dou-vos outro exemplo, a DPA que é uma associação entra a Nestlé e a Fonterra, que são duas das maiores empresas leiteiras do mundo, uma suíça e outra neozelandesa, vejam que têm dois tipos de fornecedores, aqueles que trabalham em leilão e aqueles que são parceiros e vejam o que é que esta no topo daqueles que são parceiros é a capacidade de inovação, a capacidade de trazer tecnologia. Eu já volto à questão da inovação, um aspecto que queria sublinhar é que a forma como nós nos relacionamos com os nosso clientes é também a forma como nós nos relacionamos com os nossos fornecedores, na relação com os fornecedores, é isso que nós pensamos e é essa a nossa prática, temos a ideia da soma-nula, se um ganha o outro perde, se um perde o outro ganha, com uma ideia de ambos ganharmos a médio e longo prazo e portanto nós, no âmbito da nossa actividade reduzimos drasticamente a base de fornecedores, trabalhamos com cada vez menos fornecedores, alargamos muito os prazos contratuais, damos espectativa aos nosso fornecedores para eles nos poderem fornecer a médio e a longo prazo, procuramos integrar sistemas de informação portanto trabalhar cada vez mais unidos e trabalhamos com preços abertos, é uma coisa que no nosso sector é vulgar, eu apresento aos meus clientes e quero saber dos meus fornecedores o que é que é a sua estrutura de custos e quero dialogar com base na estrutura de custos, vocês imaginem-se a comprar um produto em qualquer sítio e a dialogarem sobre a estrutura de custo e a dizerem ao vosso fornecedor, você pode ser mais competitivo nesta área, naquela área se eu o comparar com outro dos seus concorrentes, e portanto isso obriga-nos naturalmente a todos sermos melhores. Um aspecto importante também em Portugal que não é vulgar, queria só sublinhar o seguinte, há muitas poucas alianças empresariais em Portugal, apesar da nossa pequena dimensão as empresas não estão habituadas a trabalhar em conjunto, e isso é fundamental para tirar partido da escala e nós temos a maior central de compras de produtos industriais em conjunto com alguns dos nossos próprios clientes, nós com a Riopele, com a Nutrinveste, com a Central de Cervejas e a Logoplaste fizemos uma empresa que é RMCL e por exemplo, compramos em conjunto produtos como automóveis, combustíveis, tudo que são produtos que não são estratégicos, nós tentamos beneficiar da escala para podermos comprar em conjunto, por exemplo eu no sector dos vinhos tenho tentado e é extremamente difícil porque há um individualismo enorme em Portugal, tenho tentado por exemplo porque é que há alguns produtores no Alentejo não se juntam e não compram as rolhas em conjunto, não compram as garrafas em conjunto, não compram as caixas de papelão em conjunto, não compram as paletes em conjunto, o estirável em conjunto, há muitos produtos que não são estratégicos o que faz diferença depois é a qualidade do vinho, ninguém vai olhar para a Logoplaste pela qualidade das compras dos automóveis, ou pela qualidade da compra de plásticos, ou telecomunicações, ou do telemóvel que as pessoas depois usam, isso podemos fazer em conjunto e negociamos fortemente, este é um factor que pode no futuro aumentar fortemente a competitividade das empresas portuguesas. Um aspecto que também falando em fornecedores, um dos principais fornecedores que normalmente não é encarado como fornecedor, é a banca nós somos profundamente agradecidos à banca porque é impossível construir um projecto como este sem uma parceria com a banca e portanto quem queira lançar um projecto tem que criar com a banca relações de confiança, transparência, proximidade, tem que dar uma perspectiva de médio-longo prazo, mostrar entusiasmo, “eu acredito neste projecto, esta é a minha visão a médio e a longo prazo”, tem que ter uma intervenção global, este já se aplica muito à Logoplaste, nós hoje não podemos trabalhar só com bancos portugueses temos que ter uma visão alargada e financiamos os nossos projectos numa perspectiva muito especifica, eu aqui não vou perder tempo com isso que é uma perspectiva de project financing. Sobre a inovação, deixem-me dar duas palavras, esta é a nossa grande área de aposta e a grande área de diferenciação, nós apesar de sermos uma empresa industrial temos muitas máquinas, muitos locais de produção, damos enorme valor à inovação como factor de diferenciação e portanto temos 3 pontos de inovação, temos 3 centros de inovação, temos um em Cascais que é o nosso principal centro de inovação, temos um em Chicago para dar apoio a tudo o que são clientes dos EUA e temos um no Brasil porque nós transformamo-nos na maior empresa do sector no Brasil e precisávamos de ter um centro de investigação e desenvolvimento próximo dos nossos clientes também no Brasil. Estes centros de investigação o que é que fazem? Aquilo está pequeno mas eu explico-vos, eu posso chegar, vocês querem lançar um produto qualquer e chegam à Logoplaste com uma ideia de embalagem, vão trabalhar com alguém de uma equipa nossa que vos faz o desenho da embalagem a 3 dimensões e vocês ficam com uma perspectiva da embalagem, é isto a embalagem que eu quero, passam para o passo seguinte no mesmo imóvel com uma equipa diferente podem fazer um protótipo da embalagem e terem a embalagem em termos físico, com a etiqueta e ficam já com uma perspectiva física da embalagem, é exactamente isto que eu quero, então nós temos uma capacidade, temos um pequeno centro de produção laboratorial, e se eu quiser, então eu quero levar 100 embalagens destas, 10 mil embalagens destas para fazer testes de linha de enchimento, testes de mercado, testes de etiquetagem, testes capsulagem, do que seja, nós temos essa capacidade da ideia 15 dias depois ou uma semana depois, sair com 10 mil embalagens e fazer todos os testes que se queira, com equipas que têm um profundo conhecimento acumulado que resulta do trabalho, como eu dizia no princípio, com as empresas mais exigentes do mundo e que as práticas que ganham trabalhando com os clientes depois aplicam aos outros clientes. Algumas das embalagens que nós criamos, por exemplo a embalagem da Vitális que tem a sport cap é uma embalagem nossa, as embalagens da Exxon Mobil no Brasil de lubrificantes, todas as embalagens da Heinz da Europa foram desenvolvidas pela Logoplaste, a embalagem da Activia da Danone é um desenvolvimento da Logoplaste, a embalagem do Fairy, a embalagem do garrafão de 5 litros de Luso etc. etc., temos dezenas de produtos em que somos nós que fizemos o desenvolvimento das embalagens e o desenvolvimento, deixem-me dar-vos um exemplo para ser sugestivo, o trabalho de desenvolvimento não acaba quando se cria a embalagem, quando nós criamos o garrafão de 5 litros em Portugal, do garrafão pet, o garrafão pesava 100 gramas e lançamos o garrafão naquela altura e passou a ser um paradigma do mercado, toda a gente passou a utilizar o mesmo garrafão com aquela pega que lançamos, hoje o garrafão, de um trabalho ao fim de 12 anos é um garrafão de 70 gramas portanto nós, nós poupamos 30 % dos materiais que os garrafões utilizam no nosso país em termos de plásticos, portanto o trabalho de embalagens não é só nesta altura mas é um trabalho contínuo de desenvolvimento, por exemplo, quando começou a crise do petróleo a subir para os 200 dólares, grande parte dos nosso clientes a preocupação era de “transformem a embalagem para eu reduzir os custos logísticos” por exemplo, muitas embalagens que eram arredondadas passaram a ter um formato mais quadrado porque obviamente numa palete cabem mais embalagens quadradas do que embalagens redondas, portanto há muito trabalho que vai sendo feito em continuidade com os nossos parceiros. Em termos de recursos humanos, nós somos uma empresa de 1800 pessoas portanto isto é um trabalho de muita gente, dividido por diversos mercados como ali vêm, temos crescido muito nos últimos anos, se virem em 2004 eramos 1000, em 2009 1500, em 2010 mais 200 pessoas, portanto nós temos pessoas a entrar sistematicamente o que poem um desafio importante em termos da cultura de pessoas, de permitir que as pessoas tenham a cultura da Logoplaste eu aqui queria investir algum tempo porque isto tem muito a ver com a vossa vida profissional. Uma empresa é acima de tudo os talentos que tem, sobretudo à medida que aumenta há duas verdades que eu coloco ali nas quais acredito profundamente: uma, uma empresa mais do que aquilo que faz é aquilo que ela sabe, o conhecimento acumulado, e o conhecimento acumulado, o bom conhecimento acumulado implica pessoas de grande qualidade, e depois o segundo, um paradoxo que ali coloco é quanto mais nós somos numa empresa, quanto maior é o número, mais a empresa depende de cada um porque é impossível controlar toda a gente numa empresa, portanto à medida que a empresa cresce, mais depende de cada uma das pessoas porque mais autonomia ela tem, mais funciona com liberdade. O que é que são as questões decisivas que nós colocamos, nós temos um orgulho enorme das pessoa que começam a vida profissional connosco, fazem longos períodos da sua vida profissional, nós somos todos os anos uma empresa diferente, estávamos presentes em 7 países há 5 anos hoje estamos presentes em 16 e temos a ambição de estar presente em 20 ou 30 países nos próximos anos, portanto queremos ser uma empresa de oportunidades que dê segurança e que dê futuro, queremos garantir níveis de desenvolvimento pessoal, temos essa preocupação, trabalhamos com objectivos claros, uma empresa muito descentralizada tem que ter naturalmente objectivos claros, temos sistemas de avaliação que motiva todos, os prémios é um factor importante na remuneração de quem trabalha na Logoplaste, procuramos garantir o recrutamento sobretudo interno, se há uma vaga de manutenção na Malásia essa vaga é anunciada a toda a Logoplaste e a prioridade é dada a alguém que pode ser do Canadá, pode ser de Itália a ir para esse lugar, temos uma grande preocupação de dinamizar comunicação e informação e procuramos ser uma organização multicultural adaptada aos valores locais, eu aqui também queria aprofundar, é um aspecto interessante que a nós se coloca ao contrário do que se coloca para a generalidade das pessoas que trabalham em multinacionais, quando nós trabalhamos em multinacionais normalmente é uma empresa internacional que está sediada em Portugal e nós somos uma empresa portuguesa que está sediada noutros países e procuramos ter a preocupação de nos adaptarmos às culturas nacionais, portanto em cada um dos países adaptamo-nos às culturas nacionais, gerimos com nacionais de cada país, temos departamentos centrais multiculturais, portanto se forem ao escritório da Logoplaste, aos escritórios centrais em Cascais cada vez mais temos pessoas de vários países para reflectir a empresa globalmente, procuramos ter sempre excelência em cada um dos países, naquilo que se faz melhor num outro país obviamente não se iá fazer em Portugal, e temos esta preocupação de pensar local e agir global, ou seja respeitar, apesar de ser uma empresa global e de agirmos trabalhamos globalmente, respeitarmos o pensamento e as culturas locais. Em termos de sustentabilidade, esta é uma área em que hoje é fundamental nas empresas, eu aqui queria vos falar de dois factores, primeiro de tudo chamo a atenção que a política de sustentabilidade é uma oportunidade como eu ali digo para criar valor entre a sociedade e a empresa, quando se fala em responsabilidade social não é em sustentabilidade fala-se da interacção da empresa com o seu mercado. Nós temos duas área em que trabalhamos em sustentabilidade, uma área ambiental, nós trabalhamos um produto que tem uma imagem ambientalmente negativa e portanto procuramos ter uma intervenção forte na área ambiental, muitas das pessoas não sabem por exemplo muitos dos produtos com que nós trabalhamos, o Fairy da Procter&Gamble tem uma % muito significativa de material reciclado, cada vez mais se fecha o ciclo de garrafa a garrafa, e cada vez mais se utiliza material reciclado, muitos dos nossos produtos utilizam material reciclado, procuramos a redução de peso, hoje começa a haver bioplásticos ou seja plásticos de origem natural e que são biodegradáveis, o Brasil vai lançar agora a primeira fábrica de plásticos a partir da cana do açúcar, há vários produtos europeus que vão ter essas embalagens em plásticos, portanto nós procuramos trabalhar activamente a actividade de reciclagem, e procuramos também trabalhar activamente uma coisa que hoje se chama reduzir o carbon footprint, hoje as empresas estão com a preocupação de reduzir a marca que deixam no ambiente e a redução da marca que deixam no ambiente tem a ver com múltiplos factores nomeadamente com a energia, e portanto nós temos políticas internas fortíssimas de poupança de energia e cada vez estamos mais utilizar estações fotovoltaicas, portanto cada vez mais a utilizar a energia solar. Temos um segundo projecto de responsabilidade social que marca profundamente a Logoplaste que o Fernando fez referência, nós temos a perspectiva que os valores profissionais são iguais aos valores pessoais e que a solidariedade assim como nós a sentimos assim pessoalmente, a sua necessidade dela também a sentimos em termos empresariais deve ser um dever num país que tem factores de pobreza muito forte, e normalmente quando olham para as empresas vêm a própria solidariedade de uma forma negativa, eu lembro-me de ver esta frase no Economist e que a mim me revoltou de certa forma que é olhar sempre negativamente para o capitalismo, mesmo um acto solidário não é visto como um acto com base em valores mas diziam eles como o tributo que o capitalismo presta à virtude, uma necessidade do capitalismo de se limpar através da solidariedade, seja por uma razão ou por outra hoje há cada vez mais empresas com projectos de responsabilidade social e nós procuramos estar a par dessas empresas. Nós lançamos um projecto que é o CADin que funciona ao lado da Logoplaste, quem conhece Cascais tem as nossas instalações e o CADin funciona ao lado, e o CADin é um centro de desenvolvimento infantil e que procura dar apoio a crianças com disfunções, com problemas de desenvolvimento, damos apoio a crianças por exemplo que têm mongolismo, damos apoio a crianças que têm x frágil, damos apoio a crianças que têm vários síndromas, de problemas de desenvolvimento, e damos apoio não só prestamos serviços, como através de uma bolsa social que apoia cerca de 30 % dessas crianças. Para terem uma ideia da importância da intervenção, só em 2009 nós apoiamos 1800 novas famílias, fizemos 22 mil sessões de suporte, porque o que tem interesse no CADin que não há noutros centros, é que os problemas são diagnosticados podem ter apoio médico e depois têm todo o tipo de terapias que são necessárias no mesmo espaço e portanto permite que uma família encontre um apoio forte, integrado e que lhe permita reduzir drasticamente as dificuldades que sente para apoiar a criança que tem estes problemas de desenvolvimento, e como eu disse há pouco, apoiamos com uma bolsa social cerca de 30 a 35% das crianças que têm estes problemas de desenvolvimento. Também dizemos com orgulho, eu daqui é das áreas que me orgulho profundamente, nós começamos em 2003, portanto isto não é um projecto de um ano ou dois anos, é um projecto que nós queremos manter nos próximos anos, e hoje em termos acumulados já apoiamos 12 mil famílias ou seja 12 mil crianças que tenham problemas de desenvolvimento de alguma forma já passaram no CADin nos últimos anos. Eu queria terminar a minha intervenção só com dois ou três aspectos rápidos que eu tinha dito ao Carlos, sobre os quais também queria falar, Logoplaste acaba com o CADin e queria vos só dar duas ou três notas sobre a actividade empresarial e o que eu como empresário sinto que há lacunas profundas hoje em Portugal e que deveriam ser prioridades, isto é uma visão de empresário, eu tenho outra visão como cidadão mas uma visão como empresário, o que é que são prioridades necessárias, eu olho para o meu país e o que vejo é que desde 2002 que o país empobrece em termos relativos, portanto nós estamos praticamente há 10 anos empobrecer de forma sistemática, em termos relativos crescemos metade da média europeia, olho para o meu país e vejo um país em que a taxa de crescimento é 1% e uma taxa de crescimento de 1% é uma taxa que não permite reduzir o desemprego, olho para o meu país e vejo que a competividade medida por vários factores, e hoje há instituições internacionais que medem a competitividade, tem caído de forma sistemática, o Eng. Sócrates é o responsável por um baixo crescimento do país, redução e perda de quotas das exportações, endividamento do país e apesar de estarmos mais endividados, hoje somos um país menos competitivo do que éramos quando ele entrou no governo em 2004, e o que é grave é isso, o país hoje está mais endividado e tem quotas de exportação menores e é menos competitivo do que era em 2004, a produtividade tem evoluído marginalmente e como eu digo ali, e desde 1996 vivemos sistematicamente a aumentar o nosso endividamento externo, portanto tivemos a ser sustentados pela poupança externa, o nosso endividamento externo cresce praticamente 2 milhões de euros à hora, 2 milhões de euros à hora e quem o vai pagar não sou, nem é o Carlos Coelho por muito amigo que ele seja, são vocês e os vossos filhos porque isto vai levar 30 ou 40 anos a ser pago, quer a dívida pública quer a dívida externa vai levar 30 ou 40 anos a ser pago e a ser reequilibrado. O que é que eu penso que é fundamental quando olho para estes factores do ponto de vista empresarial? Nós não podemos continuar a olhar para os nossos recursos da mesma forma como olhamos e é preciso o país fazer um esforço enorme em termos de qualificação de recursos, é fundamental o país repensar a afectação de recursos, eu já vos falo sobre isso e é fundamental valorizar as empresas, a política em Portugal, quando se pensa em termos de política económica o discurso do actual governo é despesa pública e investimento público, o discurso para o futuro, o discurso para nós e para a vossa geração tem que ser empresas, competividade e exportações, isso são dois mundos completamente diferentes e nós não devemos ter vergonha, com convicção dizer “só se reduz o desemprego em Portugal, só se reduz a pobreza em Portugal se se apostar nas empresas, na competitividade e nas exportações”, é falso que…

 

(palmas)

 

Estão-nos a iludir quando aumentam a despesa pública, estão-nos a iludir quando querem aumentar os impostos, estão-nos a iludir quando querem aumentar o investimento público, as provas são as estatísticas, o país não pode estar cego perante esta realidade, os últimos anos mostram que esta política levou como eu dizia há pouco, ao desemprego, há praticamente 100 mil jovens da idade desempregados, há 100 mil jovens desempregados, o país não fala da emigração por vergonha, há 50 ou 70 mil pessoas que anualmente saem do país, só por vergonha é que não se fala da emigração, estamos com níveis de emigração iguais aos dos anos 60, não há direito de se continuar a cometer os mesmo erros, e nós não podemos deixar continuar cometer os mesmos erros, e essa para mim tem que ser uma preocupação fundamental, virar-se para as empresas e se a economia tem crescido nos últimos 2 ou 3 anos e o Eng. José Sócrates vem de forma entusiasmada dizer na televisão cresceu mais 0.1 e que o desemprego não caiu tanto como se esperava, para mais uma vez nos iludir, mas apesar de tudo há bases de ilusão, essas bases são criadas pelo aumento das exportações, não é pela despesa pública nem é pelo endividamento público, é que nas empresas de forma anónima dispersa pelo território, há gente a esforçar-se, há gente a ir para o exterior e a tentar aumentar as exportações e isso é que está a fazer a diferença na economia portuguesa e nessa área é que nós temos que apostar e portanto...

 

(palmas)

 

e dizia há pouco, só dessa forma é que nós podemos responder aos números que vos apresentou ao bocado o Padre Lino Maia aqui, nós não nos orgulhamos deste país e o PS que está no governo à praticamente 15 anos devia olhar para estes números, a elite socialista devia olhar para estes números e devia perante o país pedir desculpa das consequências da política que foi seguida ao longo dos últimos anos.

 

(palmas)

 

O país tem dois milhões de pobres e os pobres não se reduziram praticamente nos últimos 15 anos, 26% dos portugueses com mais de 65 anos são pobres, 21% dos jovens com menos de 17 anos são pobres, este é um dos maiores atentados à igualdade de oportunidades, a vossa geração foi profundamente afectada na igualdade de oportunidades, pensem na pobreza infantil, pensem noutros números que eu vos dou, no abandono escolar, naqueles que terminam o ensino secundário, o abandono escolar é 30 ou 40 %, os que terminam o ensino secundário são metade dos jovens, pensem no desemprego dos jovens que eu vos falava ao bocado e vejam a profunda injustiça social que resulta destas realidades e pensem, houve respostas a estas realidades nos últimos anos? Não houve nenhuma resposta a estas realidades, houve um trabalho das estatísticas em termos da educação para nos iludirem sobre a redução do abandono escolar e sobre o número dos que finalizam o ensino secundário e além dessa realidade, não há nenhum tipo de resultados que tenham aumentado a igualdade de oportunidades e a mobilidade social em Portugal, e aqueles que são mais marcados por isso são as vossas gerações, ou a vossa geração. Eu dizia há pouco que portanto temos que repensar a qualificação de recursos, a afectação de recursos e valorizar as empresas, e para mim a questão é simples, a grande prioridade, aquilo que deveria mobilizar o país nos próximos anos devia ser o ensino secundário, é a área da intervenção social que mais poderia marcar a realidade do país, vocês pensam se este seria ou não um país diferente se a média da escolaridade em vez de ser 8,5 anos que é a que traduz a população de hoje em dia dos 25 aos 64 anos, ou mesmo a de 25/34 anos 9,8 anos, se fosse 15, 16 ou 17 anos ou seja se tivéssemos uma parte importante da população, se a maior parte da população tivesse não acabado o ensino primário, mas tivesse acabado o ensino secundário como acontece na União Europeia, isso muda radicalmente a realidade económica ou social, pensam se este seria um país diferente ou não se um terço dos jovens não abandonasse o ensino com menos do 9º ano, ou pensem se este país seria diferente ou não se mais de metade dos jovens, ou seja a generalidade dos jovens acabasse o ensino secundário e não metade como acontece actualmente, e portanto para mim, a grande prioridade em termos económicos, aquilo que mais poderia marcar evolução da produtividade e da competividade para quem pensa a médio e longo prazo, é o ensino secundário e uma luta fortíssima para que passamos para níveis de indicadores equivalentes aos da Europa, e não podemos abandonar aqueles que por erros das políticas, nos últimos anos abandonaram o ensino secundário, que não tem depois formação profissional e que vão ter uma vida muito marcada por esse abandono do ensino secundário, eu fiz as contas devem ser 50/60 mil jovens por ano, aqueles que terminaram nos últimos anos são em 500 mil jovens que deveriam merecer uma nova oportunidade, mas não uma nova oportunidade do tipo do Eng. Sócrates apresentou, mas uma nova oportunidade que lhe deve de facto capacidade técnica e capacidade de intervir em termos da vida económica e da vida social. E depois são precisos novas políticas públicas que alterem a afectação de recursos, eu não gosto de viver num país em que a despesa pública absorve mais de 50% do produto, por muito que sejam as manipulações, o Sr. Ministro das Finanças e que o Sr. Primeiro-ministro façam dos números, a verdade é que o país absorve mais de 50%, qual é o limite para os socialistas para a evolução da despesa pública? É de 60 %, é de 70 %, é o país inteiro a trabalhar para a despesa pública, é que isto começou com 45, passou para 46 e agora 51 ou 52 %, não é aceitável, isto traduz uma má afectação de recursos, não é de certeza o estado a melhor base de decisão para afectação de recursos da economia, o mesmo se passa em relação ao investimento público, o sistema fiscal também não promove uma boa afectação de recursos, não promove a competividade é preciso em termos da legislação laboral ter a coragem de insistir que esta legislação laboral só defende aqueles que trabalham, não vos defende a vocês, não defende aqueles que procuram emprego e portanto é preciso flexibilizar a legislação laboral para que vocês os jovens tenham a oportunidade, para dar resposta aos quase 100 mil jovens que não têm emprego, um em cada 5 que não têm emprego, é fundamental repensar a lei das rendas, a lei das rendas não leva a decisões correctas em termos de compra e de aluguer de casa, vocês são obrigados a comprar casa a generalidade são obrigados a comprar casa apesar de haver múltiplas casas sem ocupação no país e portanto vale a pena pensar, as leis estruturantes da República Portuguesa não levam as boas decisões por partes das pessoa, o mesmo se passa no licenciamento dos investimentos, a burocracia, o tempo de decisão é excessivo, o mesmo se passa com a lei das falências, as empresas estão anos para falir os activos ficam afectos e parados durante anos e podiam ser afectos a outras actividades empresariais, e sobre a justiça, os problemas falam por si, não preciso de fazer qualquer tipo de comentário. E portanto, aqui o que me parece que é fundamental é o olhar para o quadro legal em Portugal e ver que como eu dizia há pouco, as leis estruturantes da República não levam a uma boa afectação dos recursos e vale a pena alterar essas leis e aqui digo com sinceridade isto não depende de alterações da constituição, pode-se alterar a generalidade destas leis para promover uma boa eficiência de recursos sem nenhum tipo de alteração constitucional, e por último dar valor às empresas, é preciso um novo discurso e uma nova prática em relação às empresas, é preciso ter uma visão global da competividade e é importante olhar para as pequenas e médias empresas, enfim o que vocês ouviram muito falamos nos próximos anos. Deixem-me só para terminar dar uma nota, porque mais do estado felizmente nós dependemos de nós próprios e também em termos empresariais é preciso haver uma evolução de conceitos, eu penso que é preciso uma nova visão de estratégia, ou seja uma nova filosofia de gestão em muitas empresas, em termos empresariais cada caso é um caso mas nós notamos que é preciso ter uma visão mais alargada dos mercados, como disse há pouco o novo mundo para cada uma das empresas deve ser o mundo próprio mundo ou pelo menos a Europa, é preciso melhorar a qualidade dos investimentos fazer bem a avaliação dos investimentos, dar valor às pessoas em termos empresariais, é preciso apostar na inovação e no conhecimento, e é preciso promover alianças e integrar redes de empresas, ou seja as empresas não devem viver isoladamente e devem pensar que podem melhorar a sua competividade se trabalharem em conjunto com outras empresas, muito obrigado.

 

(palmas)

PSD, PSD, PSD, JSD, JSD, JSD

 
Dep.Carlos Coelho
Vamos entrar na primeira ronda de perguntas, pelo grupo verde António Dias, pelo grupo azul Ana Marques.
 
António Dias
Boa noite a todos, gostaria em primeiro lugar de em nome do grupo verde cumprimentar a mesa e em particular o Dr. Alexandre Relvas que fez um excelente, uma brilhante apresentação, que eu acho aliás vou ficar mal visto, pois os meus colegas pela falta de criatividade uma vez que referiu os pontos mais importantes, aqueles que nós o grupo verde gostaríamos de ver respondidos, mas mesmo assim vou fazer aqui umas pequenas perguntas, a 1ª é o seguinte, eu em nome do grupo verde gostaríamos de saber honestamente se acha que o Sporting vai ser campeão, a 2ª pergunta, e agora um bocado mais a sério, é o seguinte cada vez mais empresas portuguesas têm sucesso internacionalmente. A nível interno considera que a acção do estado está ao nível da excelência que muitas das nossas empresas, que medidas tomaria concretamente para potenciar o aumento para o nº de empresas como a Logoplaste em Portugal? E só mais aqui uma pequena pergunta, referiu recentemente e passo a citar ''este nunca seria um PEC de um governo PSD, vamos ter mais uma década perdida, de que forma este PEC pode condicionar o crescimento da economia que como referiu tem tanto potencial? Obrigado.
 
Ana Marcos

Antes de mais boa noite a todos, começo por saudar a mesa, excelentíssimo Sr. Dr. Alexandre Relvas mais uma vez o grupo azul agradece a sua presença, a nossa questão é a seguinte, uma vez que o Dr. Alexandre Relvas foi Presidente do Instituto Sá Carneiro e é possuidor de um conhecimento profundo do meio empresarial que papel deverá assumir o Instituto Sá Carneiro na colaboração do projecto político, do PSD.

 

(palmas)

 
Dr.Alexandre Relvas

Eu vou responder de forma telegráfica à maior parte das questões mas vou tentar apesar de tudo, relativamente a um ou dois pontos tentar ser mais profundo, não a do Sporting obviamente mas eu este ano sinto-me fortemente motivado para ir ao estádio portanto é um extraordinário sintoma, eu o ano passado deixei logo de estar motivado no início da época, mas este ano sinto-me entusiasmado acho que o espírito que o Sporting mostrou a ganhar 3-0 fora, na Europa, é revelador de uma vontade de vencer e portanto isso não pode deixar de ser inspirador.

 

(palmas)

 

Posso falar também sobre as contratações que se quiserem mas talvez não seja o tema para hoje. Sobre o estado e a gestão das empresas, nós todos temos sempre algumas críticas em relação ao estado, mas eu critico não é nenhum funcionário público, nenhum serviço público, o que eu penso é que é necessário repensar o nível total de despesa pública, é obvio que há desafios em muitos serviço públicos para melhorar a eficiência, para reduzir o nº de funcionários, para melhorar a qualidade de serviços, assim como há serviços públicos com níveis invulgares de qualidade de serviço, qualidade invulgar dos seus funcionários, portanto é desviar a discussão do tema central e para mim o tema central deve ser o nível de despesa pública e a necessidade dos próximos anos o estado deve reduzir significativamente o nível de despesa pública. Para mim é muito simples, queremos um país em que prevalece um estado como eu dizia há pouco, com níveis de despesa pública como temos há pouco, ou um país em que prevalece a sociedade civil e as empresas, pelo menos há um argumento que devia ser tido em consideração é que aceitem a experiência, já tivemos a outra experiência e correu mal, os resultados são péssimos, vale a pena agora pensarmos na sociedade civil e vale a pena pensarmos nas empresas, eu digo isso com convicção, um dos primeiros factores que deve mostrar a diferença entra o PSD e o PS e nós não devemos de deixar de vincar ideologicamente as nossas diferentes e se há uma fundamental é o valor que nós damos à sociedade civil e o valor que o PS dá ao estado, nós acreditamos nas pessoas, nós acreditamos na autonomia individual, acreditamos que a economia se move basicamente como base na actividade nas empresa e entre estas duas visões há um mundo enorme de diferenças, e quando digo que é preciso reduzir a despesa pública, eu penso que o PSD devia negociar este orçamento, devia partir para o futuro não com propostas pontuais mas com uma visão de conjunto do que é que é a sua política, era importante que os portugueses percebessem que as propostas que fazemos têm a racionalidade, no quadro de uma visão global que temos para o país para os próximos anos, e uma visão global da política económica, na minha perspectiva, tinha que integrar um compromisso de redução dos próximos anos da despesa publica pelo menos para 42 ou 43%, o PSD devia ter coragem de dizer que nos próximos anos a despesa publica se devia reduzir no horizonte de 5, 7 anos para 42,43 %, reduzir a carga fiscal para 33 ou 34 %, reduzir o esforço fiscal para 15,16 % e ter isso como horizonte traduzindo a libertação da sociedade do estado tal como ele é ou tal como o estado é actualmente, portanto devíamos assumir num compromisso dessa área, e devíamos ser claros relativamente ao estado noutra maneira, não é possível a redução da despesa pública para os níveis que são necessários para Portugal apenas reduzindo e olhando para cada um dos factores das rubricas e sistematicamente ter como a parte mais castigada os salários dos funcionários públicos ou as prestações sociais, é fundamental repensar o estado, termos a coragem de repensar as funções do estado, termos a coragem de dizer quais são as funções do estado, quais são as funções que o estado deixa de exercer, se são privatizadas, que passam para o sector privado e que com isso vão permitir a despesa pública, com isso vai se permitir ter serviços mais eficientes. Portanto, eu quando olho para a questão dos serviços públicos, vejo nesta perspectiva mais de criticar serviço a serviço e é fácil fazer uma crítica genérica, vejo a necessidade de olharmos para a despesa pública globalmente. Depois há muitas empresas muito boas em Portugal e só assim é que se traduz, é que é possível que o país exporte 30% do produto nacional, são dezenas e dezenas de mil milhões de euros que o país exporta, agora a nossa ambição deve ser ter ainda mais empresas, porque é que países como a Bélgica, porque é que países como a Suécia, como é que países como a Áustria têm um peso nas exportações em relação ao PIB que é de 50 % e Portugal tem 30 %? Nós temos que nos próximos anos crescer o peso da exportações em relação ao PIB, não há, um aspecto que é fundamental e importante para as vossas gerações, não há nenhuma hipótese de reequilibrar as contas públicas sem crescimento da economia e não nenhuma hipótese de crescimento de economia sem competividade das empresas e sem crescimento das exportações, e portanto o nosso desafio mesmo com o reequilíbrio das contas públicas é o reforço das exportações e portanto há muitas empresas muito boas, tem que se alargar o número das empresa, e as empresas têm uma capacidade extraordinária de reagir às necessidades, já se começou a notar um aumento forte das exportações e vai continuar a haver esse aumento forte das exportações com a redução do mercado interno que resulta da perda do poder de compra e que resulta no desemprego, portanto eu acredito como noutras fases da vida do país, que vamos dar um salto nessa área, agora o estado pode dar um grande ajuda melhorando o enquadramento para a actividade empresarial, as empresas podem ser mais competitivas se alterarmos a legislação laboral, se alterarmos o quadro fiscal, todas aquelas decisões a que eu fiz referência há pouco. Depois, o papel do Instituto Sá Carneiro no projecto do PSD, eu tenho a visão do Instituto Sá Carneiro do meu tempo, eu tenho a honra de ter trabalhado com a Dr. Manuela Ferreira Leite e de ter respondido a um desafio de mobilizar pessoas, sobre tudo jovens, para a reflecção política como um dos eixos bases de integração do PSD com a sociedade civil, tenho a, havia a preocupação também de utilizar a net, as novas plataformas como base da discussão política, agora isto foi com tempo, o novo Presidente tem uma perspectiva com a qual eu também concordo para os tempos actuais que é apostar sobre tudo na formação, portanto é uma área que eu acho que vai evoluindo de acordo com as necessidades do partido e que são ditados pela direcção do partido, portanto eu não faço nenhum comentário, acho que o que fizemos naquele tempo foi o que nos foi pedido, o que está a ser feito neste tempo é o que é pedido, o Instituto pode ter naturalmente ter uma tradição de intervenção que é de grande valor acrescentado na vida do partido e portanto vai continuar com certeza a ter esse valor acrescentado. 

 

(palmas)

 
Dep.Carlos Coelho
Segundo bloco de perguntas, o grupo laranja Ricardo Baptista, o grupo castanho Luís Dias. 
 
Ricardo Batista

Boa noite a todos, Dr. Alexandre Relvas uma vez que em Portugal se pagam mais impostos do que em muitos outros países europeus e que o PEC apresentado pelo governo foi alvo de tanta crítica, tal como a sua política económica, para além do não aumento da carga e esforço fiscal que tipo de despesa devia ser também reduzida pelo estado por forma a recuperar da crise e vendo Portugal como um empresa, pensa que será o actual presidente do partido um gestor de excelência? Obrigado.

 

(palmas)

 
Luís Dias

Disse numa entrevista que devido à sua vida empresarial não estava muito disponível para a política mas que haveria de estar no futuro, há quem faça do serviço público a sua profissão desde o início e o exerça com espírito de missão e mesmo assim seja criticado e reduzido a “tachista”, não teme e por outro lado e pelas suas palavras, que a sua disponibilidade seja mal interpretada e vista como um espírito de ocasião quando esta lhe for favorável, obrigado.

 

(palmas)

 
Dr.Alexandre Relvas

Sobre a questão do PEC, isto dava uma conversa de uma hora a seguir e sobre a questão dos impostos e da redução da despesa, deixem-me referir dois ou três aspectos que me parecem fundamental, o 1º aspecto tem a ver com aquilo com que eu vos referi há pouco, (palavra imperceptível 1:23:04.2) de prioridades, e quando este PEC é apresentado é um PEC que se centra sobretudo na despesa pública, eu acho obviamente que o país precisa de uma consolidação orçamental mas não pode haver um PEC que não fale de crescimento, que não fale das empresas, que não fale de competitividade e da forma de reforçar as exportações como eu vos referi há pouco, desde logo há um aspecto fundamental, o segundo é em termos do aspecto e da dívida, há uma parte da despesa que é o orçamento que obviamente que é muito relevante, é a despesa pública, mas há factores como as dívidas empresariais, factores como as parcerias público-privadas que não foram suficientemente tratadas no ultimo PEC e sobre as quais devia haver compromissos mais claros do que aqueles que foram apresentados ao país, portanto esse é outro factor que nos diferencia. Depois, em termos do reequilíbrio orçamental, o outro factor que nos que diferencia é que eu penso que a base deveria ser como eu disse há pouco, deveria ser a redução da despesa e não a redução da despesa e aumento de impostos e que no âmbito da redução da despesa deveríamos repensar também as funções do estado e ter a coragem de propor privatizações quer das empresas, quer de serviços públicos, portanto há uma filosofia completamente diferente da elaboração de um PEC, do que seria o PEC do PSD, na minha perspectiva, do que é o PEC apresentado por este governo. Em termos do presidente do partido e da capacidade de gestão, eu nunca me cruzei em termos empresariais com o Dr. Pedro Passos Coelho mas enfim tenho seguido naturalmente como militante base do PSD, hoje em dia não tenho nenhum tipo de responsabilidade no partido, tenho seguido de próximo, com proximidade, a intervenção como presidente do partido, eu acho que todos nos orgulhamos da forma como o presidente do partido e como o PSD tem sido gerido nos últimos meses e tem contribuído para afirmar o PSD como alternativa, como todos os políticos cometem-se erros e tomam-se atitudes positivas, e tem havido a humildade de perante os erros tomar novas decisões e tem havido a humildade de ouvir o país e procurar de ir encontro ao que o país tem de expectativa em relação ao PSD, e portanto eu não posso deixar de dizer e digo com sinceridade, que acho que o PSD está no bom caminho e que tem todas as condições para se afirmar como alternativa nos próximos anos, como alternativa de esperança para os portugueses, obviamente que não deixo de dizer que há múltiplas decisões com as quais não concordo e tive a oportunidade de referir-vos aqui que eu penso que esta negociação com o governo, em particular para este orçamento não devia ser feita pontualmente mas devia ser feita com base na apresentação pelo próprio PSD do seu quadro de referência em termos de política económica, não concordo com algumas decisões tomadas, apresentadas em termos da revisão da constituição mas há muitas outras políticas, a decisão que se tomou em relação ao PEC, a decisão que tomaram em relação à PT algumas com coragem que concordo totalmente com o que foi decidido. Em relação à avaliação que fazem de nós próprios sobre a questão do espírito de ocasião, na vida é sempre assim, há quem diga bem, há quem diga mal, o que nós temos é que sentirmos bem em consciência, eu com sinceridade sinto-me muito bem em consciência com a intervenção que vou tendo em termos políticos, quem acho que é que eu venho aqui e com isto estou a beneficiar da ocasião, eu tenho enorme prazer em estar aqui, tenho enorme prazer em dialogar com vocês, se for interpretado como estando a beneficiar da ocasião é interpretado como estando a beneficiar da ocasião, se há quem ache que a intervenção pública é feita por serviço público, que é feita, porque eu não consigo ser indiferente ao que se passa na minha comunidade no meu tempo também tem razão mas eu não estou muito preocupado…

 

(palmas)

 

Há um aspecto que vos digo e que disse aqui o ano passado da Universidade de Verão, eu sou um homem livre, sou independente, tomo as despesões que quero na vida e na política tenho a capacidade de o fazer e aconselho-vos a que tenham vida profissional, não dependam da política se querem exercer política.

 

(palmas)

 

Como base da vossa liberdade, não têm que andar curvados perante ninguém, não tem que dizer sim quando querem dizer que não, nem assim, podem na maior parte das vezes pensar a preto e branco com convicção e na vida a andar direito e dormir descansado, digo-vos e sou um bocadinho mais velho que vocês todos é fortemente recompensador.

 

(palmas)

 

Se isto é exercer política tirando partido da ocasião é esta a forma que eu acredito e portanto pode ter essa nomenclatura ou pode ter outras.

 

(palmas)

 
Dep.Carlos Coelho

Terceira ronda de perguntas, grupo encarnado a quem agradeço a simpática recepção e o convívio que tivemos durante a noite, gostamos muito de ser vossos hóspedes na mesa em que vocês foram anfitriões durante este jantar, será a Cátia Madeira a fazer a pergunta e depois do grupo cinzento, Gonçalo Azenha.

 
Cátia Madeira

Boa noite a todos, em nome do grupo encarnado mais uma vez agradecemos ao Dr. Alexandre Relvas pela palestra e pela fantástica companhia perante esta jantar, afirmou que o PSD devia marcar uma clara diferença com o PS sobre a revisão do País, das soluções para Portugal, tendo já desempenho funções do governo estaria disponível para ajudar o PSD e a JSD a mudar definitivamente o país, muito obrigado.

 

(palmas)

 
Gonçalo Azenha

Boa noite a todos, quero começar por saudar os nossos colegas, saudar o director da Universidade de Verão e a sua excelente equipa, e saudar em especial o nosso convidado desta noite, o Dr. Alexandre Relvas. A questão do grupo cinzento prende-se com a sua experiência como Secretário de Estado pelo Turismo, sendo esta uma das áreas em que temos maiores potencialidades, acha que tem sido feito, o investimento necessário para tornar Portugal um destino competitivo? Acha que temos infra-estruturas e que é feita a divulgação necessária para que Portugal atraía um maior fluxo de turistas e também para manter os portugueses a fazer o turismo dentro do nosso país, porque a verdade seja dita, para conhecermos o nosso mundo é essencial que conheçamos a nossa casa primeiro, obrigado.

 

(palmas)

 
Dr.Alexandre Relvas

Estas vão ser as respostas mais rápidas, eu dentro da visão que apresentei há pouco sobre a intervenção na política, eu estou sempre disposto a ajudar, você quando fez a pergunta não qualificou os termos de ajuda e portanto a minha resposta é assim tão simples, estou sempre disposto a ajudar...

 

(palmas)

 

Mas digo-vos com sinceridade, eu fui Secretário de Estado do Turismo durante 4 anos fui trabalhei com o Professor Cavaco Silva na primeira campanha dele, trabalhei com ele na segunda campanha dele, fiz parte de várias direcções do PSD, colaborei com a Dra. Manuela Ferreira Leite em conjunto com Carlos e com o Joaquim no Instituto Sá Carneiro, e portanto tenho tido vários tipos de intervenções em complemento da vida profissional, estou numa fase da vida em que estou extraordinariamente entusiasmado com a minha vida profissional, e portanto eu estou disposto a ter intervenção mas digo-lhe com sinceridade eu acho que hoje sirvo melhor a minha comunidade trabalhando em termos empresariais do que em termos da política, há muitas pessoa com a minha qualidade na política e eu acho que em termos empresariais também há muitas pessoas com a minha qualidade, eu sinto-me hoje mais entusiasmado com a vida empresarial. A Logoplaste é um projecto único em Portugal, somos a empresa portuguesa mais internacionalizada, o ter tido a oportunidade e a vida dá-nos às vezes temos esta sorte de trabalhar em 16 países ao mesmo tempo, com 1500 pessoas, eu acho que é um oportunidade única e portanto eu não posso passar ao lado desta oportunidade e contento-me com o que tenho, nós podemos viver sempre de ambições e de novos projectos, mas eu hoje estou extraordinariamente satisfeito com o que tenho, não digo que daqui a um ano ou daqui a 2 anos este projecto esteja mais consolidado e não possa intervir de outra forma, agora para este tipo de intervenção, para a intervenção que tive no Instituto, para intervenção de debate político, a luta pelas nossa ideias, isso eu estou sempre disponível, mas não é apenas por gostar do PSD, não é por comodismo, é porque eu acredito que nós podemos fazer melhor do que tem sido feito hoje, acredito que um governo liderado pelo Dr. Pedro Passos Coelho possa ser melhor que um governo liderado pelo Eng. José Sócrates, e portanto ir mais ao encontro dos anseios dos portugueses...

 

(palmas)

 

E vale a pena lutar por essas diferenças, nós somos profundamente diferentes dos socialistas, nós somos diferentes porque temos uma visão diferente da sociedade civil como dizia há pouco, nós somos diferentes porque eles pensam em termos de assistencialismo, nós pensamos em termos de criação de riqueza, eles estão a hipotecar o vosso futuro, nós pensamos em termos de igualdades de oportunidades, eles abandonaram, houve várias pessoas no papel que me enviaram fizeram perguntas sobre agricultura, eles abandonaram 2/3 do país, nós temos como um factor fundamental no PSD é a coesão económica e social nacional, nós temos uma visão diferente da nação portuguesa, eles vêem os emigrantes de forma utilitária, a única decisão relevante que tomaram em relação aos emigrantes era dificultar a votação dos emigrantes, perguntem aos emigrantes, nós temos uma visão diferente para nós é Portugal para os que estão aqui e os que estão no exterior...

 

(palmas)

 

Nós temos uma visão diferente da realidade social, não queremos evoluir em termos de costumes com base na legislação, há decisões tomadas que muitos socialistas não sentiam confortáveis em relação a essas decisões, em relação a questões fundamentais nós temos uma visão diferente, e acho que vale a pena lutar para que esta visão diferente do país pode reduzir o emprego, pode reduzir a pobreza do país seja implementada, e portanto esta debate de ideias é um debate de ideias que vale a pena e portanto é nesse debate de ideias que eu quero trabalhar. Eu sobre a secretária de estado do turismo eu vou-lhe ser sincero eu sou amigo do Secretário de Estado do Turismo, e portanto eu preservo as amizades acima de tudo e seria sempre suspeito sobre aquilo que pudesse dizer sobre o Secretário de Estado do Turismo, mas acho que tem feito um bom trabalho mas como digo seria sempre suspeito porque sou amigo dele perdoem-me que eu não vou fazer comentários porque acho que apoio a amizade acima de tudo que a política possa envolver.

 
Dep.Carlos Coelho
Vamos passar a outro grupo de perguntas mas ouvi o Dr. Alexandre Relvas dizer que este satisfeito com o que tem, eu se fosse administrador da Logoplaste eu também diria a mesmas coisas, grupo roxo Adolfo Manso e depois grupo bege Ana Ferreira.
 
Adolfo Jácome Manso

Dr. Alexandre Relvas, obrigado por fazer parte connosco desta Universidade de Verão e obrigado também pela sua sugestão da visita à Logoplaste, irei com certeza submetê-la ainda hoje na nossa intranet, sempre tínhamos um momento de lazer...

 

(palmas)

 

Bem, uma vez que estamos quase nas eleições presidenciais qual o balanço que faz do mandato do Professor Cavaco Silva, acha que o Professor Cavaco Silva se vai voltar a candidatar? Obrigado.

 

(palmas)

 
Ana Ferreira

Boa noite a todos e em especial ao nosso convidado de esta noite, a pergunta que o grupo bege lhe coloca é a seguinte, sendo um dos fundadores da organização “Compromisso Portugal” como explica o número reduzido deste tipo de iniciativas em Portugal, comparativamente ao resto dos países europeus.

 

(palmas)

 
Dr.Alexandre Relvas

Sobre o Professor Cavaco Silva também sou suspeito a falar sobre o Professor Cavaco Silva, mas eu queria-vos dar duas mensagens telegráficas, eu não sei se ele se vai recandidatar e portanto não sou eu que vos vou dar a resposta, é ele que com certeza dará a resposta ao país no momento em que considerar conveniente, eu faço como a generalidade dos portugueses, um balanço muito positivo da intervenção como Presidente do Professor Cavaco Silva, ele é hoje claramente o político mais prestigiado em Portugal e isso é absolutamente indiscutível e não há nada melhor do que as recepções que ele tem em cada zona do país, os índices de popularidade com que aparece na imprensa, as intenções de voto no caso de haver as eleições para traduzir essa realidade, se há politico sobre o qual há uma unanimidade é o Professor Cavaco Silva e com características que se cada vez valorizam mais em relação aos políticos, é ter uma visão, é ser consequente, ser espectável e ser honesto e qualquer uma destas realidades ou destas características pessoais perante a experiência que temos tido noutras áreas políticas nos últimos anos, são cada vez mais valorizadas pelos portugueses. Outro aspecto sobre o Professor Cavaco Silva que vos queria referir é que ele tem tido uma proximidade enorme em relação ao país, nas deslocações, nos roteiros, nas múltiplas intervenções, há um conhecimento e uma proximidade da realidade do país que lhe permite ter o quadro das funções e das responsabilidades presidenciais uma intervenção eficaz e essa proximidade não queria deixar de sublinhar, um outro aspecto também que os portugueses valorizam é a sensibilidade social, por razões múltiplas, pessoais, de experiência pessoal, como primeiro-ministro há uma profunda sensibilidade social que na fase actual da vida do país e foi ele por exemplo o primeiro a lançar a ideia da inclusão social e perante os números que vocês conhecem, isto não podem deixar de ser factor a ter em linha de conta, eu aqui não preciso em vocês em particular de vos arranjar argumentos para pensarem em que o Professor Cavaco Silva é com certeza o melhor Presidente nos próximos 4 anos, caso ele se decida voltar a candidatar-se...

 

(palmas)

 

Sobre isso apesar de alguns militantes falarem de outros candidatos, ou na necessidade de outros candidatos à direita, eu penso que há uma larga unanimidade no PSD sobre quem deve ser o candidato presidencial do PSD. Sobre o “Compromisso Portugal” para mim foi uma excelente experiência, uma experiência que abanou a sociedade portuguesa no momento em que foi lançado, que levou a repensar alguns temas mas como todas estas iniciativas em Portugal ou estão muito próximas do poder, dos centros de exercício do poder nomeadamente dos partidos ou têm enorme dificuldade de afirmação, em Portugal se se quer exercer política, se se quer ter um intervenção mesmo de debate de ideias para ser eficaz, a experiência tem mostrado, obviamente de iniciativas extremamente interessantes, mas a experiência tem-nos mostrado que se se quer ser eficaz, tem que se estar muito próximo dos partidos políticos, porque este tipo de iniciativas marcam muito pouco, podem marcar momentaneamente, mas têm dificuldade em marcar de forma consistente o debate político. A imprensa ignoras a partir de certa altura, os partidos não são abertos ao debates de ideias, são muito pouco abertos a um debate de ideias com a sociedade apesar de sistematicamente reafirmarem essa necessidade de debate de ideias e portanto, a partir de certa altura, projectos como o “Compromisso Portugal” deixam de ser eficazes, deixa-se de notar a sua influência e começam a estar limitados ao seu núcleo central e portanto perdem depois a legitimidade da própria intervenção, agora não tenho dúvidas nenhumas que seria importante no nosso país haver mais debate político, haver um debate para além dos partidos que ultrapasse os próprios partidos, em que instituições como “Compromisso Portugal” podem ter um papel fundamental, e na nossa área política mais ainda, o que é que acontece? A imprensa em Portugal é profundamente marcada pela cultura de esquerda, é profundamente influenciada pela cultura de esquerda e não há um contraponto de ideias do centro que faça, que permita compensar essa força que tem a esquerda a intervir, sobre qualquer tema aparece de imediatamente o Bloco de Esquerda a falar, o PC a falar, aparece o PS a falar, aparecem os sindicatos a falar, aparecem múltiplas organizações não-governamentais próximas da área da esquerda e se vocês virem na outra área, na área do centro, na área da social-democracia não há uma capacidade de contraponto, e é importante que haja uma necessidade de contraponto porque a dinâmica das ideias, a dinâmica das decisões se houver um contraponto implica novos equilíbrios e era esse o papel que o “Compromisso Portugal” deveria ter para compensar de certa forma essa prevalência da cultura de esquerda.

 

(palmas)

 
Dep.Carlos Coelho

Muito obrigado, Dr. Alexandre Relvas temos uma tradição que conhece bem que é deixar a última palavra ao nosso convidado, eu não torno a usar da palavra neste microfone e por essa razão tenho que abusar deste momento para vos dizer três coisas: recebi muitas, algumas sugestões que me deixaram a sensação desconfortável de que alguns de vós não estavam muito preparados para a mecânica da secção de amanhã de manhã e amanhã à tarde, a simulação de assembleias. A mecânica é muito simples, o essencial vocês já fizeram, fizeram num tempo recorde, foi a elaboração dos documentos base, os documentos base são ou programas de governo ou resoluções de conselhos de ministros ou propostas de lei, isto já foi formatado, isto já foi distribuído aos grupos que são governo e aos grupos que são oposição. A mecânica na assembleia é muito simples, a estrutura da sala vai ser diferente como eu expliquei aos vossos coordenadores, vão ter uma sala diferente em termos de decor e em termos de estrutura, o governo na assembleia vai sentar-se onde eu costumo sentar, eu vou estar de lado, assim uma espécie de águas-furtadas, o papel essencial da sala é do governo, vai haver um lugar para a presidência da assembleia, e vai haver um lugar de lado para os meus comentários e do Deputado Agostinho Branquinho que se vai juntar a nós. A mecânica da sessão é muito simples, são 5 minutos de apresentação para o governo, vocês têm isso nas vossas regras desde o primeiro dia, 3 minutos de intervenção pra a oposição 1, 3 minutos de intervenção para a oposição 2, e 3 minutos de reacção para o governo, com isto termina a assembleia, a assembleia tem 14 minutos de duração, se não contarmos os tempos mortos, não há nenhuma dúvida sobre isto, o governo sabe onde está, terá pessoas da organização a ajudar a situar o governo na sala, as oposições saberão onde estão, têm que estar na primeira fila e a única questão que vocês têm que decorar é que os protagonistas das oposições, os porta-vozes da oposição 1 e da 2 estarão no centro da 1ª fila, isto é, quando um grupo está na esquerda, o lugar mais à direita é do seu protagonista e quando um grupo está mais à direita, o lugar mais à esquerda é do seu protagonista, não tem nenhuma razão protocolar, é uma razão prática, é que nós só temos uma câmara de filmar para incidir sobre a 1ª fila e ela está centrada exactamente nos lugares do meio, só filma duas pessoas e portanto temos que ter exactamente no centro os dois protagonistas, não há nenhuma dúvida sobre isto. Mais do que isto é a vossa estratégia e eu não vou entrar por aí, mais do que isto são os meus comentários, ouvi-los-ão amanhã com a crueldade que poderão esperar!

 

(palmas)

 

Às 10 da manhã iniciamos as assembleias portanto, o Presidente da JSD Pedro Rodrigues pede-me para sugerir que façamos uma iniciativa extra programa, a JSD tem uma coisa notável que é um programa sub-18, que é um programa de formação a quem eu honestamente dei o meu contributo quando me foi pedido e que acho um coisa fantástica e portanto as 11:30 lá em baixo, a JSD vai apresentar o seu programa sub-18 e portanto pedia-vos aqueles de vocês que tivessem tempo para isso, que se juntassem a nós lá em baixo na sala de aulas para uma conversa de meia hora sobre o sub-18. E não tenho mais nenhum aviso para fazer, e esta é a oportunidade que eu tenho para agradecer ao Dr. Alexandre Relvas, que tal como anteontem o professor Miguel Maduro fez um sacrifício para estar connosco, porque ele que se mete comigo por causa das minhas deslocações, esteve nos últimos poucos dias, foi ao Canadá, depois do Canadá faz uma curtíssima digressão ao Brasil e depois do Brasil veio a Portugal, aterrou ontem e veio estar connosco agradeço-lhe muito o facto de ter aceitado o nosso convite e de estar connosco e dou a palavra, agradeço-lhe as respostas que deu as nossas perguntas até agora e as duas perguntas que ainda vai ter e dou a palavra aos últimos perguntadores que são do grupo amarelo, a Vanda Simões e do grupo rosa, o João Silva Antunes.

 

(palmas)

 
Vanda Simões

Boa noite a todos, um cumprimento especial à mesa e ao Dr. Alexandre Relvas queria agradecer a palestra e as palavras apaixonadas, inconformadas com que pintou o cenário económico e social pouco simpático do país, e posto isto vamos à nossa questão que é a propósito da responsabilidade ambiental das empresas. Ouvimos que a Logoplaste tem uma política de sustentabilidade própria, e que é uma preocupação, pensamos nós se calhar, pouco valorizada pelas empresas portuguesas ainda que a sua adopção possa imprimir alguma competividade e até capacidade de internacionalização, a nosso pergunta portanto é muito simples, para quando prevê a obrigação das empresas portuguesas terem uma política própria de sustentabilidade ambiental, obrigado.

 

(palmas)

 
João Silva Antunes

Boa noite a todos, obrigado Dr. Alexandre Relvas pelas suas palavras. Numa lógica de mercados neste mundo global, uma economia desenvolvida sabe de cor o significado de valores, como inovação, investigação, empreendorismo e internacionalização, na sua opinião em que ponto é que a economia portuguesa e nomeadamente as empresas portuguesas, porque concretamente infelizmente nem todas criam um valor que a Logoplaste cria, se encontram e quais os desafios e oportunidades para a próxima década do ponto de vista empresarial, muito obrigado.

 

(palmas)

 
Dr.Alexandre Relvas

Sobre a questão da responsabilidade ambiental das empresas, eu ia brincar consigo, eu ia dizer uma coisa, ia dizer que os socialistas de facto já estão há muito tempo no poder, até já influenciam as pessoas mais puras a pensar quando você diz “para quando uma obrigação de uma responsabilidade ambiental das empresas”, o estado que não se meta nisto, não dê ideias, porque senão amanhã sai uma lei a obrigar à responsabilidade ambiental das empresas, isto tem que nascer das próprias empresas, este ainda é um mundo de liberdade e é bom que continue a ser um mundo de liberdade, obviamente que o estado por exemplo na nossa área há directivas europeias que impõem objectivos em termos de reciclagem de embalagens, e depois agora, nós que trabalhemos para realizar esse objectivos e esse trabalho deve ser feito pelo funcionamento do próprio mercado porque ao perceber, por exemplo, no caso da Logoplaste, que os consumidores são sensíveis a esses temas, a grande distribuição, o Walmart, o Carrefour, algumas das grande cadeias de distribuição internacional estão a impor aos seu fornecedores metas de reciclagem, por exemplo, o Marks&Spencer obriga a que todas as embalagens de água, de bebidas gaseificadas, tenham 30 % de material reciclado porque sabe que isso vai ao encontro dos consumidores, que os consumidores ficam satisfeitos, dizem “eu compro no Marks&Spencer porque está a obrigar a 30% de material reciclado, o Walmart está a obrigar e anuncia isso os seu fornecedores a reduzir drasticamente o carbon footprint dos transportes, portanto a melhorarem a forma das embalagens para reduzirem drasticamente o numero de, o número de transportes que se faz para levar essas embalagens para a grande distribuição, portanto isto tem que fazer parte da política das empresas, perceberem o que é que os consumidores querem e com base do que os consumidores querem, elas próprias intervirem em termos ambientais, nós trabalhamos muito a inovação e a redução do peso da embalagens e ao reduzir o peso das embalagens faz parte da nossa política ambiental reduzimos por exemplo, quando o garrafão passa de 100 gramas para 70 são menos 30% de lixo que é lançado mas fazemos isso porque queremos dar aos nosso clientes garrafões mais baratos para serem mais competitivos, portanto é preciso, eu só acredito na política ambiental obviamente por com base, com sustentabilidade económica e portanto com base em decisões das empresas para ir ao encontro dos mercados, por exemplo muitas das empresas de hoje têm políticas de redução de energias e estão em investir em painéis fotovoltaicos em painéis de energia solar, porque isso reduz-lhe os custos, reduz-lhes a dependência dos outros fornecedores de energia, portanto é uma área em que o estado deve definir objectivos, deve definir uma regulação clara mas não lhes passe pela cabeça imporem as empresas ter uma política ambiental porque depois parte-se da definição de impor a política ambiental para as linhas gerais da política ambiental, é um bocado o sal no pão,  daqui a pouco está o formato do pão, porque há essa percepção que o estado deve intervir em todos os domínios da vida. Sobre a outra questão da evolução das políticas das empresas, está muito respondido no meu último slide, eu acho que deve haver por parte das empresas um reflexão sobre a filosofia de gestão em Portugal, e a filosofia de gestão em várias áreas como eu disse há pouco, a necessidade de se virarem para o exterior mais do que se viram hoje, como eu dava o exemplo, se nós só exportamos 30 % do PIB e se há países da nossa dimensão que exportam 50% vale a pena ter ambição, se não há mercado interno temos que trabalhar no exterior, as empresa portuguesas tem excesso de investimento, vale a pena pensar melhor no retorno do investimento, as empresas portuguesas não formam suficientemente os trabalhadores portanto vale a pena pensar melhor na qualificação dos trabalhadores, as empresas portuguesas trabalham de forma muito isolada, vale a pena pensarem melhor em termos de alianças, há muitas áreas, agora nada disto é de aplicação universal nem a receita faz parte da minha experiência e é uma partilha de experiência, não critico nenhuma empresa cada caso é um caso e que esta à frente da empresa sabe perfeitamente o que é que esta a fazer e sabe quais são os seus desafios. Eu quero terminar primeiro de tudo quero agradecer mais uma vez ao Carlos o convite para estar aqui presente, agradecer a vossa atenção, agradecer este diálogo que mantivemos ao longo desta hora ou hora e meia e quero vos deixar dois desafios que deixei sempre que vim aqui à Universidade de Verão nos anos anteriores, a vossa geração tem que ter causas, e isto não tem nenhuma critica à JSD, pelo contrário, tenho uma enorme admiração pelo trabalho que o Pedro, o Joaquim e toda a equipa da direcção do PSD têm feito nos últimos anos, e um aspecto que para mim é fundamental, o serem pessoas com convicções e livres e que em cada momento tiveram coragem de tomar as decisões que achavam que eram convenientes. Mas há duas causas que valem a pena serem as causas da vossa geração, uma é a igualdade de oportunidades, vocês não podem continuar a aceitar a realidade que eu aqui vos apresentei, que o Padre Lino Maia vos apresentou e que vários dos oradores vos apresentaram, vocês são uma elite, são os mais privilegiados deste país, fazem parte dos mais privilegiados deste país, não têm nada a ver com os vossos pais, não tem nada a ver com vocês próprios, ser da elite não é nenhuma culpa, tem a ver, há de facto em Portugal um conjunto de pessoas que terminou o ensino, que está na universidade, que tem a oportunidade de vir a ocupar os cargos de mais responsabilidade no país mas metade não acabou o ensino secundário como eu aqui apontei, 15 % dos jovens ou 17 % dos jovens são pobres, não têm o mínimo de condições de ter um ensino para se prepararem para a vida profissional, muitos de vocês e se calhar vai-vos marcar também alguns de vocês, apesar de todo o trabalho que tiveram até hoje, o país não vos vai dar oportunidade de emprego quando vocês mais desejavam emprego para começar a vida, a vida familiar e irem com entusiasmo para a vida profissional, isto não é aceitável e aqueles que mais podem lutar contra isto são vocês portanto façam da igualdade de oportunidades uma bandeira, os governos reagem às opiniões, poucos governos têm ideias próprias, reagem às opiniões, criem correntes de opiniões, marcam, exijam, façam com que o ensino secundário tenha melhores indicadores, revoltem-se contra o abandono escolar, exijam a criação de emprego e não abandonem o país, não partam para o exterior porque este país não vos dá resposta, já chega de gente que tenha partido, lutem por aquilo que vocês têm direito cá dentro. Segunda causa, não aceitem continuar a pagar as contas da minha geração, eu agradeço-vos...      

 

(palmas)

 

Muito bem

 

Os vossos pais agradecem-vos, os vossos avós agradecem-vos, mas não há direito, não há direito que vocês durante 15 ou 20 anos, os impostos que vocês vão pagar é para pagar as minhas contas, a minha incapacidade de criar valor no momento em que eu devia criar valor, nenhum pai deixaria a um filho as dívidas que Portugal vai deixar a todos os seus filhos, é inaceitável, vocês têm que exigir um novo contracto intergerações em Portugal.

 

(palmas)

 

Muito bem

 

JSD, JSD, JSD, JSD… PSD, PSD, PSD, PSD…

Para terminar, vocês não podem continuar a aceitar as parcerias público-privadas, não podem continuar a aceitar como foi anunciado ultimamente a continuação do aumento do endividamento das empresas públicas, não podem continuar a aceitar o aumento da despesa pública e do endividamento público, há áreas sobre as quais tem que pensar a conta que vão pagar e os sacrifícios que vão ter de correr por causa das incapacidades da geração actual e os mais incapazes dentro da geração actual, os mais responsáveis têm nome, é o PS, são os governos do PS...

 

(palmas)

 

Muito bem

 

Os principais responsáveis, vocês vejam os onde Portugal em 2004, vejam nos estudos do Instituto Sá Carneiro que eu penso que ainda estão no site, vejam a dívida pública em Portugal em 2004 e vejam a dívida pública hoje, vejam o endividamento ao exterior em 2004 e vejam o endividamento ao exterior hoje, não há direito o aumento que teve a dívida pública e o endividamento externo nos últimos anos e foram nos últimos anos, houve aumentos históricos nestas duas áreas e portanto o país deve olhar para estes valores e vocês devem ser os primeiros protagonistas da denúncia e da mudança, muito obrigado.            

 

 

 

10.00 - Avaliação da UNIV 2010
12.00 - Sessão de Encerramento da UNIV
13.00 - Almoço com participantes de anteriores UNIVs